Lançamento: 29 de outubro de 1978 | Tour Book
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A FAREWELL TO KINGS HEMISPHERES PERMANENT WAVES
1. Cygnus X-1 Book II: Hemispheres - 18:05 2. Circumstances - 3:41 3. The Trees - 4:46 4. La Villa Strangiato - 9:36 |
O último álbum do Rush lançado na década de 1970, Hemispheres, é o sexto de estúdio. Assim como seu predecessor A Farewell to Kings (1977), também foi gravado no Rockfield Studios, localizado no interior do País de Gales, Reino Unido.
Este álbum é, sem dúvidas, uma das obras mais imaginativas e ambiciosas da carreira do trio. Considerado por muitos como o auge criativo do grupo e o ápice de seu lado progressivo, Hemispheres apresenta forte complexidade explicitada em todas as suas fantásticas linhas harmônicas, rítmicas e melódicas. Uma experiência verdadeiramente impressionante.
O início do álbum é marcado pela ainda presente tendência de Peart em utilizar fantasia e ficção científica em suas letras. Semelhante a 2112 (1976), Hemispheres também trazia uma peça central que na época tomava toda a metade do vinil, enquanto o lado B trazia canções, de certa forma, mais convencionais. Apesar de ainda mostrar toda inclinação fantástica proposta por Peart desde que ingressou no Rush, este disco apresenta mudanças bastante significativas no que tange à direção lírica que seria tomada dali em diante. Após completar a história de "Cygnus X-1" (iniciada em A Farewell to Kings), o baterista / letrista passaria a se concentrar em temas mais humanos, como o medo, o isolamento, pressões da fama, preconceito e perdas. Hemispheres marcava, portanto, o encerramento do período clássico progressivo do trio canadense.
Temos aqui influências da mitologia grega nas letras, além de Nietzsche, George Goodman (Adam Smith) e Shakespeare.
É razoável afirmar que a banda já sofria pressões sobre si mesmo na tentativa de trazer um trabalho excelente e diferente. Naquela altura, os rapazes já haviam obtido três discos de ouro e três de platina no Canadá, enquanto caminhavam para o terceiro de ouro nos Estados Unidos.
Hemispheres causou controvérsias entre os fãs do Rush na época de seu lançamento. O próprio Geoff Barton, jornalista britânico da revista Sounds, disse com louvável honestidade que não conseguia concluir se o álbum era a melhor ou a pior coisa que o Rush já havia feito. Já a NME, numa enrolada e verborrágica reportagem, pôs Hemispheres no mesmo bojo de "Hopes and Fears" do Art Bears e de "One Nation Under a Groove" do Funkadelic – classificando a filosofia da banda como "amedrontadora".
É notável dizer que Hemispheres fez com que o Rush atraísse também muitos fãs de bandas como o Yes e Genesis naquele período. A banda iniciou a turnê no mesmo mês de lançamento do álbum, a qual seguiria até junho do ano seguinte e que consistiria num total de 113 datas no Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Europa.
Dois shows foram realizados no prestigioso New York Palladium em janeiro de 1979. As datas foram analisadas por John Rockwell, influente crítico de rock do New York Times, sendo essa, certamente, a primeira ocasião na qual a existência deles foi notada por este famoso e particular órgão. Rockwell não foi "oito" nem "oitenta" em sua crítica ao Rush, mas ao contrário da maior parte de seus predecessores (os quais iam aos shows da banda sem conhecer muito sobre eles e sem ter um particular entusiasmo pelo estilo de música), mostrou respeito pelo trio.
Ele abriu seu artigo comentando que os críticos de rock levavam muito tempo "divagando sobre a 'New Wave', e que um mergulho ocasional na 'Old Wave' provavelmente não os machucaria nada". Depois também comentou sobre o tamanho e o entusiasmo da platéia nos shows no Palladium e adicionou: "Mesmo se o Rush se sentisse irritado com o fato de ser ignorado pelos supostos formadores de opinião do rock, o trio poderia ter um consolo no entusiasmo de sua platéia. O que o Rush faz é tocar um rock progressivo firme e cheio de energia, com uma forte camada de ficção científica. Sendo uma banda de três membros, eles mantém sua música clara, sem detalhes e exagero, ao contrário de muitas outras bandas científico-fantásticas".
Esse artigo, de certa forma, foi um material que mostrou respeito e trazia uma tentativa de compreensão sobre o que o Rush fazia, além focar também no grande número de pessoas que apreciava o trabalho da banda. Mesmo que essas declarações não mostrassem de fato a merecida reverência à banda, era o tipo de nota que o Rush precisava na época. Eles ainda eram muito ignorados pelas rádios nos Estados Unidos, e a cobertura de jornais respeitados na América do Norte seria importantíssimo ao longo das turnês que vinham fazendo por lá.
A edição de fevereiro da revista Circus promovia Alex Lifeson ao status de "Lenhador do Heavy Metal" de primeira divisão, enquanto o Rush era descrito como "Os Pulverizadores do Canadá". O escritor era David Frickie, cronista de longa data que cobria as atividades do Rush em vários jornais e que decidiu que Lifeson, com exceção de Eddie Van Halen e Ted Nugent, era o mais carismático e talentoso guitarrista de rock que a América do Norte produzira.
Disse Frickie: "Lifeson desenvolveu um estilo de trabalho no rock que, ao contrário de seus fracos contemporâneos, não trazia somente power chords e decibéis. A longa instrumental "La Villa Strangiato" (do Hemispheres) mostra bem este estilo, com a exibição de uma técnica impressionante de não só tocar, mas de quão bem ele carrega sobre os ombros a responsabilidade de preencher todos os espaços harmônicos e melódicos num formato de trio".
"Ele tem um grande peso em seus ombros, mas não mais do que eu e Neil", diz Geddy. "Para nossa música funcionar temos uma seção rítmica que está sempre acontecendo. E é isso que nos diferencia dos demais power-trios – temos sempre muitas coisas acontecendo na seção rítmica, muitas mudanças, mesmo melódicas".
A segunda semana de fevereiro de 1979 viu a revista Sounds na Inglaterra anunciando um show com "Rush, Nugent e Aerosmith". O Rush, eles disseram, acabava de marcar na ocasião mais 15 datas em 10 cidades da Inglaterra e da Escócia, porém as mesmas ainda precisavam ser confirmadas. Eles adicionaram que a banda vinha de uma turnê na América do Norte iniciada desde o lançamento de Hemispheres. Uma semana depois as notícias foram confirmadas, sendo confirmadas por fim 18 datas entre abril e maio de 1979 – três noites no Hammersmith Odeon em Londres, duas em Newcastle, Glasgow, Machester, Liverpool, Birmingham e Bristol, uma em Edimburgo, Coventry e Southamptom. O plano original era fazer 36 shows, como pedia a demanda de fãs, mas a banda sentiu que não conseguiria cumprir mais uma grande extensão de uma turnê já exaustiva.
Depois de tudo, além da Grã-Bretanha, o Rush ainda tocou na Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia, Bélgica e Finlândia.
Por fim, os rapazes acabaram fazendo cinco noites no Hammersmith Odeon – um notável feito para qualquer banda. Antes de fecharem a turnê, ainda foram premiados com outro Juno no Canadá como "Melhor Banda do Ano", e em Londres foram presenteados com disco de prata pelas vendas britânicas de A Farewell To Kings.
Sobre o show em Glasgow, ocorrido no dia 25 de abril, vale mencionar que foi uma noite bem canadense na casa escocesa, com a banda Max Webster abrindo. Era a primeira visita dos Websters à Europa e era natural que seria acompanhando o Rush, pois as duas cresceram juntas e compartilhavam a mesma gravadora.
O Max Webster (Kim Mitchell – guitarra e vocais, Dave Myles – baixo, Terry Watkinson – teclados, e Pye Dubois – letrista e quarto membro da banda, mesmo nunca tendo aparecido com eles no palco) existia desde 1973, tendo sido originalmente formado por Mitchell e Dubois. Eles assinaram com a Mercury, gravadora que também cuidou do Rush, mas sofreram muito com as comparações. Mitchell e Dubois chegaram a dizer na época que o Rush vinha sendo tido como o filho favorito da Mercury, enquanto o Max Webster era apenas tratado como o segundo melhor.
"Mesmo assim o Rush se tornou uma grande ajuda pra nós", diz Mitchell. "Saímos juntos em turnê algumas vezes nos Estados Unidos e Canadá e os rapazes foram ótimos. Nos ajudaram a tocar de frente pra muito mais gente do que esperávamos".
Os Websters já haviam mudado para outra gravadora, a Capitol, quando foram para o Reino Unido. A empresa abandonava na época todos os atravancos que podiam para chamar atenção. Talvez estivessem, na verdade, de olho no Rush, na esperança do fim do contrato do trio com a Phonogram. De qualquer modo, a Capitol fez o seu melhor pelo Max Webster que, na ocasião, tocou um ótimo set, que lhes daria condições de se estabelecer na Grã-Bretanha sem maiores problemas.
Porém, sem dúvidas, a noite em Glasgow pertencia mesmo ao Rush. De acordo com relatos, os rapazes estiveram numa forma absolutamente magnífica naquele show, fazendo tudo de mais impressionante que podiam, mesmo estando os três muito resfriados, adquiridos logo após chegarem à Grã-Bretanha.
"Apesar de terem tocado por mais de duas horas, apesar de todos termos ficado de pé o tempo todo, apesar do calor, do volume acima da média, da fumaça, da falta de oxigênio – apesar de tudo isso, quando a banda saiu do palco pela última vez senti como se eles tivessem tocado por cinco minutos", diz o repórter Brian Harrigan, que estava presente na apresentação. "Eu via pessoas por toda a minha volta como se estivessem compartilhando da mesma impressão. Cabeças chacoalhando de um lado pro outro como se estivessem acabado de atingir o transe, pessoas lançando olhares aos relógios e usando estranhas expressões de surpresa".
O Rush incorporou uma parte substancial de Hemispheres no set, junto com outras músicas tradicionais, de álbuns anteriores. Sobre as apresentações na Europa, as críticas na mídia musical variaram. A Melody Maker e a Sounds aprovaram sem dúvidas, enquanto a Record Mirror foi menos que entusiasta. Já uma publicação chamada Popstar Weekly encerrou sua 'crítica' com o slogan "Canucks go home" ("Canadenses, vão para casa"), enquanto a NME reagiu previsivelmente.
Glenn Gibson declarou que o Rush teve várias falhas imperdoáveis e concluiu que "durante qualquer aquietação das explosões ou rotação das luzes, a banda parecia como se estivesse sendo vaiada num pub".
A premissa crítica de Gibson parecia baseada no fato de que o Rush havia, de certa forma, exagerado nos efeitos visuais. Se por um lado Gibson declarou os efeitos como "quase incrivelmente inspiradores", por outro amenizou esta relutante admiração com a sugestão de eles já tinham dinheiro suficiente para contratar o melhor pessoal do mundo para fornecer tais efeitos, estando assim assegurados para produzir "alguns detalhes realmente relevantes para o show".
Observações confusas, mas indicativas do clima crítico da época. Havia sempre uma tendência quase unânime que afirmava qualquer um como o Clash ideologicamente puro e que, por isso, realmente produzia uma música maravilhosa, enquanto os que eram como o Rush – definitivamente suspeitos politicamente – eram taxados de músicos com uma música falsa.
Realmente o Rush tinha planos de trabalhar melhor com a iluminação e efeitos visuais. Na época Neil Peart disse que a intenção da banda era trazer aos fãs britânicos o melhor que eles podiam do set-up da turnê norte-americana, dado o vasto número de diferentes casas de show que eles tocaram em cada um dos lados do Atlântico. Algo que os fãs britânicos não viram (diferente dos norte-americanos) foram os projetores no fundo do palco: o que viria mais tarde, nos próximos álbuns.
Continuou Peart: "Colocamos tudo desmontado em nossos caminhões, porque sabemos o quão importante é manter a excitação de um show ao vivo. A projeção no fundo do palco é mais uma maneira de manter esta excitação, junto com as luzes e tudo mais. Sabemos que existem algumas partes de nosso set que não são tão musicalmente atrativas como outras, então a melhor coisa a se fazer é ter certeza de que a atenção está focada no palco. Não há dúvida de que os efeitos não tiram nada da música. É, na verdade, uma questão de destacá-la, ou de ilustrá-la".
A banda revelou nas entrevistas concedidas durante a turnê britânica que Hemispheres levou muito mais tempo para ser gravado do que qualquer outro álbum com os quais eles haviam se envolvido – dois meses e meio de gravações sozinhos no Rockfield antes de partir para a mixagem no Trident.
Alex Lifeson explicou que uma das razões foi que o álbum foi o mais "arranjado" de todos, o que, paradoxalmente, significou que uma vez que eles tinham idéias claras do que queriam fazer, precisaram de mais tempo para atingirem exatamente o resultado.
Eles planejaram gastar apenas seis semanas gravando Hemispheres mas, assim como apontou Peart, ao mesmo tempo em que progrediram em suas carreiras musicais se tornavam cada vez mais rigorosos com relação às exigências sobre eles próprios. Disse o baterista a um repórter: "Nossos padrões são bem elevados. O segundo lugar não é bom o suficiente".
A banda e seus empresários deixaram alguns recados na mídia a fim de mostrar que não era fácil levar a banda para a Grã-Bretanha e para a maioria dos lugares de mesma importância. O Rush era considerado grande entre o público de alguns poucos países, mas os jornais e rádios ainda tinham um ponto de vista cauteloso em relação a eles.
O co-diretor Ray Danniels disse, comparando as situações do Max Webster e do Rush: "A mídia fez questão de ir em direção ao Max Webster imediatamente, como se o Rush parecesse querer evitá-la". Entretanto, ele adicionou rapidamente: "Mas isto não afeta a banda".
Alex Lifeson, quando questionado se havia lido as críticas britânicas sobre Hemispheres, disse que somente havia se deparado com a de Geoff Barton, da Sounds, e que não havia visto as da MM e da NME porque "eles não gostam de nós, de um jeito ou de outro". Vale mencionar que ele provavelmente não se deleitou muito com a de Geoff, uma vez que o artigo mostrou sua confusão pessoal sobre Hemispheres, não sabendo se o trabalho era realmente uma obra-prima ou um erro terrível.
Para seu crédito, Barton confirmou o que disse sobre o Hemispheres, mas adicionou que estava provavelmente muito isolado com esta opinião e que aquele álbum em particular aumentou extensamente o poder de mercado do Rush, trazendo fãs do Yes para junto das massas.
Além disso, persiste o ponto no qual a cobertura do Rush pela imprensa e pelas rádios não refletia de maneira alguma sua enorme popularidade. Na verdade isso não os aborrecia. A banda atingiu o sucesso apesar de ser ignorada e estava agora numa posição de ignorar os críticos. Felizmente, eles nunca ignoraram. É fato de que os canadenses sempre foram infalivelmente educados com a imprensa do rock e enormemente prestativos.
Após os shows na Grã-Bretanha, o Rush se dirigiu para o continente para a abertura da turnê européia em Paris, dia 15 de maio. Infelizmente um incêndio ocorreu na casa, sendo o show remarcado. A banda abriu a turnê na Bélgica e passou pela Alemanha, Suíça, Dinamarca, Suécia e Noruega. Esta série ocorreu até o meio de junho de 1979. Logo depois retornaram ao Canadá para uma pausa – a primeira desde outubro do ano anterior e a primeira depois de mais de 150 shows.
Entretanto, após um mês da volta deles para o Canadá, foi anunciado nos jornais que o Rush voltaria ao Reino Unido para fazer um único show no Bingley Hall (uma casa enorme e parecida com um silo) no dia 21 de setembro. A razão, segundo os jornais, era que a banda estava planejando gravar seu próximo álbum no Reino Unido – a aposta era que o Trident em Londres seria o estúdio favorito dos rapazes – e eles gostariam de ter a oportunidade de fazer uma apresentação especial por lá.
A demanda por ingressos na última visita foi tão grande que o Rush sentiu que deveria dar aos fãs que perderam o show da primeira vez uma chance de ver a banda – e para as pessoas ao redor também. Eles obviamente se sentiram muito confiantes e não tiveram problemas em lotar a casa com capacidade para mais de dez mil pessoas.
Após uma semana do anúncio os ingressos se esgotaram, e os promotores do show, da Straight Music, rapidamente organizaram outro show para a noite seguinte. Ao todo 20 mil ingressos foram vendidos sem muito esforço – se alguém precisasse de um tipo de confirmação se o Rush era realmente uma banda de performances grandiosas, bastava dar uma olhada nestes fatos.
Entretanto, estes shows ainda aconteceriam no futuro e neste meio tempo o Rush tirava um merecido descanso, antes de se juntar para trabalhar em um novo material para o próximo álbum, algo que traria uma mudança deliberada e consciente em comparação ao estilo anterior com que faziam as coisas, saindo em turnê praticamente o tempo todo e aproveitando as longas horas inúteis que toda banda enfrenta nessas temporadas – viajando, ficando em quartos de hotel, etc., utilizando esse tempo para compor.
FICHA TÉCNICA
Alex Lifeson
Six and twelve string electric and acoustic guitars, classical guitar, Roland guitar synthesizer, Taurus pedals
Neil Peart
Drums, orchestra bells, bell-tree, tympani, gong, cowbells, temple blocks, wind chimes, crotales
Geddy Lee
Bass guitar, Mini Moog, Oberheim polyphonic, Taurus pedals, vocals
Produced by Rush and Terry Brown
Arrangements by Rush and Terry Brown
Recorded at Rockfield Studios, Wales, during June and July 1978
Engineered by Pat Moran
Vocals recorded at Advision Studios, London
Engineered by Declan O'Doherty
Mixed at Trident Studios, Soho, London, August 1978
Engineered by Terry Brown with invaluable assistance from John Brand
Tape Operators (Trident): Simon Hilliard, Mike Donegoni, and Reno Ruocco
Mastered at Trident by Ray Staff
Graphics by Hugh Syme
Art Directions by Hugh Syme and Bob King
Cover photography by Yosh Inouye
Inner sleeve and poster photography by Fin Costello
This album was processed through the Duffoscope!
Management by Ray Danniels and Vic Wilson, SRO Management Inc., Toronto
Executive Production: Moon Records
Roadmaster and Lighting Director: Howard (Herns) Ungerleider
Concert Sound Engineer and Crew Co-ordinator: Major Ian Grandy
Stage Manager: Michael (Lurch) Hirsh
Stage Right technician: Liam (Leaf) Birt
Stage Left technician: Skip (Slider) Gildersleeve
Centre Stage technician: Larry (Shrav) Allen
Guitar and synthesizer maintenance: Tony (Jack Secret) Geranios
Concert sound by National Sound and Electrosound (U.K.)
Concert Lighting by See Factor
Concert visuals produced by Rush and Nick Prince
Projectionist: Harry (keep the change) Dilman
Those daring drivers!: Bruce (The Pin) Aldrich (Howdy howdy!), Jwerg (Ah think Ah see the problem!) Hoadley, Mike (Say Guy!) Morrison, and Tom (Zig-Zag) Whittaker
The Wonderful Persons List: Austen Fagen, Abe Schon, The UFO'S, the Max Websters, the Pat Travers Band, the Monks, Bert the driver, Fin Costello, Ruke Bernstein, Joe Bombase, Young Ward, Jerry Mickelson, Arny Granat, Bubble and Squeak, all at SRO and all at Rockfield, Advision, and Trident
Mercury, October 29, 1978
© 1978 Mercury Records © 1978 Anthem Entertainment
Este álbum é, sem dúvidas, uma das obras mais imaginativas e ambiciosas da carreira do trio. Considerado por muitos como o auge criativo do grupo e o ápice de seu lado progressivo, Hemispheres apresenta forte complexidade explicitada em todas as suas fantásticas linhas harmônicas, rítmicas e melódicas. Uma experiência verdadeiramente impressionante.
O início do álbum é marcado pela ainda presente tendência de Peart em utilizar fantasia e ficção científica em suas letras. Semelhante a 2112 (1976), Hemispheres também trazia uma peça central que na época tomava toda a metade do vinil, enquanto o lado B trazia canções, de certa forma, mais convencionais. Apesar de ainda mostrar toda inclinação fantástica proposta por Peart desde que ingressou no Rush, este disco apresenta mudanças bastante significativas no que tange à direção lírica que seria tomada dali em diante. Após completar a história de "Cygnus X-1" (iniciada em A Farewell to Kings), o baterista / letrista passaria a se concentrar em temas mais humanos, como o medo, o isolamento, pressões da fama, preconceito e perdas. Hemispheres marcava, portanto, o encerramento do período clássico progressivo do trio canadense.
Temos aqui influências da mitologia grega nas letras, além de Nietzsche, George Goodman (Adam Smith) e Shakespeare.
É razoável afirmar que a banda já sofria pressões sobre si mesmo na tentativa de trazer um trabalho excelente e diferente. Naquela altura, os rapazes já haviam obtido três discos de ouro e três de platina no Canadá, enquanto caminhavam para o terceiro de ouro nos Estados Unidos.
Hemispheres causou controvérsias entre os fãs do Rush na época de seu lançamento. O próprio Geoff Barton, jornalista britânico da revista Sounds, disse com louvável honestidade que não conseguia concluir se o álbum era a melhor ou a pior coisa que o Rush já havia feito. Já a NME, numa enrolada e verborrágica reportagem, pôs Hemispheres no mesmo bojo de "Hopes and Fears" do Art Bears e de "One Nation Under a Groove" do Funkadelic – classificando a filosofia da banda como "amedrontadora".
É notável dizer que Hemispheres fez com que o Rush atraísse também muitos fãs de bandas como o Yes e Genesis naquele período. A banda iniciou a turnê no mesmo mês de lançamento do álbum, a qual seguiria até junho do ano seguinte e que consistiria num total de 113 datas no Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Europa.
Dois shows foram realizados no prestigioso New York Palladium em janeiro de 1979. As datas foram analisadas por John Rockwell, influente crítico de rock do New York Times, sendo essa, certamente, a primeira ocasião na qual a existência deles foi notada por este famoso e particular órgão. Rockwell não foi "oito" nem "oitenta" em sua crítica ao Rush, mas ao contrário da maior parte de seus predecessores (os quais iam aos shows da banda sem conhecer muito sobre eles e sem ter um particular entusiasmo pelo estilo de música), mostrou respeito pelo trio.
Ele abriu seu artigo comentando que os críticos de rock levavam muito tempo "divagando sobre a 'New Wave', e que um mergulho ocasional na 'Old Wave' provavelmente não os machucaria nada". Depois também comentou sobre o tamanho e o entusiasmo da platéia nos shows no Palladium e adicionou: "Mesmo se o Rush se sentisse irritado com o fato de ser ignorado pelos supostos formadores de opinião do rock, o trio poderia ter um consolo no entusiasmo de sua platéia. O que o Rush faz é tocar um rock progressivo firme e cheio de energia, com uma forte camada de ficção científica. Sendo uma banda de três membros, eles mantém sua música clara, sem detalhes e exagero, ao contrário de muitas outras bandas científico-fantásticas".
Esse artigo, de certa forma, foi um material que mostrou respeito e trazia uma tentativa de compreensão sobre o que o Rush fazia, além focar também no grande número de pessoas que apreciava o trabalho da banda. Mesmo que essas declarações não mostrassem de fato a merecida reverência à banda, era o tipo de nota que o Rush precisava na época. Eles ainda eram muito ignorados pelas rádios nos Estados Unidos, e a cobertura de jornais respeitados na América do Norte seria importantíssimo ao longo das turnês que vinham fazendo por lá.
A edição de fevereiro da revista Circus promovia Alex Lifeson ao status de "Lenhador do Heavy Metal" de primeira divisão, enquanto o Rush era descrito como "Os Pulverizadores do Canadá". O escritor era David Frickie, cronista de longa data que cobria as atividades do Rush em vários jornais e que decidiu que Lifeson, com exceção de Eddie Van Halen e Ted Nugent, era o mais carismático e talentoso guitarrista de rock que a América do Norte produzira.
Disse Frickie: "Lifeson desenvolveu um estilo de trabalho no rock que, ao contrário de seus fracos contemporâneos, não trazia somente power chords e decibéis. A longa instrumental "La Villa Strangiato" (do Hemispheres) mostra bem este estilo, com a exibição de uma técnica impressionante de não só tocar, mas de quão bem ele carrega sobre os ombros a responsabilidade de preencher todos os espaços harmônicos e melódicos num formato de trio".
"Ele tem um grande peso em seus ombros, mas não mais do que eu e Neil", diz Geddy. "Para nossa música funcionar temos uma seção rítmica que está sempre acontecendo. E é isso que nos diferencia dos demais power-trios – temos sempre muitas coisas acontecendo na seção rítmica, muitas mudanças, mesmo melódicas".
A segunda semana de fevereiro de 1979 viu a revista Sounds na Inglaterra anunciando um show com "Rush, Nugent e Aerosmith". O Rush, eles disseram, acabava de marcar na ocasião mais 15 datas em 10 cidades da Inglaterra e da Escócia, porém as mesmas ainda precisavam ser confirmadas. Eles adicionaram que a banda vinha de uma turnê na América do Norte iniciada desde o lançamento de Hemispheres. Uma semana depois as notícias foram confirmadas, sendo confirmadas por fim 18 datas entre abril e maio de 1979 – três noites no Hammersmith Odeon em Londres, duas em Newcastle, Glasgow, Machester, Liverpool, Birmingham e Bristol, uma em Edimburgo, Coventry e Southamptom. O plano original era fazer 36 shows, como pedia a demanda de fãs, mas a banda sentiu que não conseguiria cumprir mais uma grande extensão de uma turnê já exaustiva.
Depois de tudo, além da Grã-Bretanha, o Rush ainda tocou na Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia, Bélgica e Finlândia.
Por fim, os rapazes acabaram fazendo cinco noites no Hammersmith Odeon – um notável feito para qualquer banda. Antes de fecharem a turnê, ainda foram premiados com outro Juno no Canadá como "Melhor Banda do Ano", e em Londres foram presenteados com disco de prata pelas vendas britânicas de A Farewell To Kings.
Sobre o show em Glasgow, ocorrido no dia 25 de abril, vale mencionar que foi uma noite bem canadense na casa escocesa, com a banda Max Webster abrindo. Era a primeira visita dos Websters à Europa e era natural que seria acompanhando o Rush, pois as duas cresceram juntas e compartilhavam a mesma gravadora.
O Max Webster (Kim Mitchell – guitarra e vocais, Dave Myles – baixo, Terry Watkinson – teclados, e Pye Dubois – letrista e quarto membro da banda, mesmo nunca tendo aparecido com eles no palco) existia desde 1973, tendo sido originalmente formado por Mitchell e Dubois. Eles assinaram com a Mercury, gravadora que também cuidou do Rush, mas sofreram muito com as comparações. Mitchell e Dubois chegaram a dizer na época que o Rush vinha sendo tido como o filho favorito da Mercury, enquanto o Max Webster era apenas tratado como o segundo melhor.
"Mesmo assim o Rush se tornou uma grande ajuda pra nós", diz Mitchell. "Saímos juntos em turnê algumas vezes nos Estados Unidos e Canadá e os rapazes foram ótimos. Nos ajudaram a tocar de frente pra muito mais gente do que esperávamos".
Os Websters já haviam mudado para outra gravadora, a Capitol, quando foram para o Reino Unido. A empresa abandonava na época todos os atravancos que podiam para chamar atenção. Talvez estivessem, na verdade, de olho no Rush, na esperança do fim do contrato do trio com a Phonogram. De qualquer modo, a Capitol fez o seu melhor pelo Max Webster que, na ocasião, tocou um ótimo set, que lhes daria condições de se estabelecer na Grã-Bretanha sem maiores problemas.
Porém, sem dúvidas, a noite em Glasgow pertencia mesmo ao Rush. De acordo com relatos, os rapazes estiveram numa forma absolutamente magnífica naquele show, fazendo tudo de mais impressionante que podiam, mesmo estando os três muito resfriados, adquiridos logo após chegarem à Grã-Bretanha.
"Apesar de terem tocado por mais de duas horas, apesar de todos termos ficado de pé o tempo todo, apesar do calor, do volume acima da média, da fumaça, da falta de oxigênio – apesar de tudo isso, quando a banda saiu do palco pela última vez senti como se eles tivessem tocado por cinco minutos", diz o repórter Brian Harrigan, que estava presente na apresentação. "Eu via pessoas por toda a minha volta como se estivessem compartilhando da mesma impressão. Cabeças chacoalhando de um lado pro outro como se estivessem acabado de atingir o transe, pessoas lançando olhares aos relógios e usando estranhas expressões de surpresa".
O Rush incorporou uma parte substancial de Hemispheres no set, junto com outras músicas tradicionais, de álbuns anteriores. Sobre as apresentações na Europa, as críticas na mídia musical variaram. A Melody Maker e a Sounds aprovaram sem dúvidas, enquanto a Record Mirror foi menos que entusiasta. Já uma publicação chamada Popstar Weekly encerrou sua 'crítica' com o slogan "Canucks go home" ("Canadenses, vão para casa"), enquanto a NME reagiu previsivelmente.
Glenn Gibson declarou que o Rush teve várias falhas imperdoáveis e concluiu que "durante qualquer aquietação das explosões ou rotação das luzes, a banda parecia como se estivesse sendo vaiada num pub".
A premissa crítica de Gibson parecia baseada no fato de que o Rush havia, de certa forma, exagerado nos efeitos visuais. Se por um lado Gibson declarou os efeitos como "quase incrivelmente inspiradores", por outro amenizou esta relutante admiração com a sugestão de eles já tinham dinheiro suficiente para contratar o melhor pessoal do mundo para fornecer tais efeitos, estando assim assegurados para produzir "alguns detalhes realmente relevantes para o show".
Observações confusas, mas indicativas do clima crítico da época. Havia sempre uma tendência quase unânime que afirmava qualquer um como o Clash ideologicamente puro e que, por isso, realmente produzia uma música maravilhosa, enquanto os que eram como o Rush – definitivamente suspeitos politicamente – eram taxados de músicos com uma música falsa.
Realmente o Rush tinha planos de trabalhar melhor com a iluminação e efeitos visuais. Na época Neil Peart disse que a intenção da banda era trazer aos fãs britânicos o melhor que eles podiam do set-up da turnê norte-americana, dado o vasto número de diferentes casas de show que eles tocaram em cada um dos lados do Atlântico. Algo que os fãs britânicos não viram (diferente dos norte-americanos) foram os projetores no fundo do palco: o que viria mais tarde, nos próximos álbuns.
Continuou Peart: "Colocamos tudo desmontado em nossos caminhões, porque sabemos o quão importante é manter a excitação de um show ao vivo. A projeção no fundo do palco é mais uma maneira de manter esta excitação, junto com as luzes e tudo mais. Sabemos que existem algumas partes de nosso set que não são tão musicalmente atrativas como outras, então a melhor coisa a se fazer é ter certeza de que a atenção está focada no palco. Não há dúvida de que os efeitos não tiram nada da música. É, na verdade, uma questão de destacá-la, ou de ilustrá-la".
A banda revelou nas entrevistas concedidas durante a turnê britânica que Hemispheres levou muito mais tempo para ser gravado do que qualquer outro álbum com os quais eles haviam se envolvido – dois meses e meio de gravações sozinhos no Rockfield antes de partir para a mixagem no Trident.
Alex Lifeson explicou que uma das razões foi que o álbum foi o mais "arranjado" de todos, o que, paradoxalmente, significou que uma vez que eles tinham idéias claras do que queriam fazer, precisaram de mais tempo para atingirem exatamente o resultado.
Eles planejaram gastar apenas seis semanas gravando Hemispheres mas, assim como apontou Peart, ao mesmo tempo em que progrediram em suas carreiras musicais se tornavam cada vez mais rigorosos com relação às exigências sobre eles próprios. Disse o baterista a um repórter: "Nossos padrões são bem elevados. O segundo lugar não é bom o suficiente".
A banda e seus empresários deixaram alguns recados na mídia a fim de mostrar que não era fácil levar a banda para a Grã-Bretanha e para a maioria dos lugares de mesma importância. O Rush era considerado grande entre o público de alguns poucos países, mas os jornais e rádios ainda tinham um ponto de vista cauteloso em relação a eles.
O co-diretor Ray Danniels disse, comparando as situações do Max Webster e do Rush: "A mídia fez questão de ir em direção ao Max Webster imediatamente, como se o Rush parecesse querer evitá-la". Entretanto, ele adicionou rapidamente: "Mas isto não afeta a banda".
Alex Lifeson, quando questionado se havia lido as críticas britânicas sobre Hemispheres, disse que somente havia se deparado com a de Geoff Barton, da Sounds, e que não havia visto as da MM e da NME porque "eles não gostam de nós, de um jeito ou de outro". Vale mencionar que ele provavelmente não se deleitou muito com a de Geoff, uma vez que o artigo mostrou sua confusão pessoal sobre Hemispheres, não sabendo se o trabalho era realmente uma obra-prima ou um erro terrível.
Para seu crédito, Barton confirmou o que disse sobre o Hemispheres, mas adicionou que estava provavelmente muito isolado com esta opinião e que aquele álbum em particular aumentou extensamente o poder de mercado do Rush, trazendo fãs do Yes para junto das massas.
Além disso, persiste o ponto no qual a cobertura do Rush pela imprensa e pelas rádios não refletia de maneira alguma sua enorme popularidade. Na verdade isso não os aborrecia. A banda atingiu o sucesso apesar de ser ignorada e estava agora numa posição de ignorar os críticos. Felizmente, eles nunca ignoraram. É fato de que os canadenses sempre foram infalivelmente educados com a imprensa do rock e enormemente prestativos.
Após os shows na Grã-Bretanha, o Rush se dirigiu para o continente para a abertura da turnê européia em Paris, dia 15 de maio. Infelizmente um incêndio ocorreu na casa, sendo o show remarcado. A banda abriu a turnê na Bélgica e passou pela Alemanha, Suíça, Dinamarca, Suécia e Noruega. Esta série ocorreu até o meio de junho de 1979. Logo depois retornaram ao Canadá para uma pausa – a primeira desde outubro do ano anterior e a primeira depois de mais de 150 shows.
Entretanto, após um mês da volta deles para o Canadá, foi anunciado nos jornais que o Rush voltaria ao Reino Unido para fazer um único show no Bingley Hall (uma casa enorme e parecida com um silo) no dia 21 de setembro. A razão, segundo os jornais, era que a banda estava planejando gravar seu próximo álbum no Reino Unido – a aposta era que o Trident em Londres seria o estúdio favorito dos rapazes – e eles gostariam de ter a oportunidade de fazer uma apresentação especial por lá.
A demanda por ingressos na última visita foi tão grande que o Rush sentiu que deveria dar aos fãs que perderam o show da primeira vez uma chance de ver a banda – e para as pessoas ao redor também. Eles obviamente se sentiram muito confiantes e não tiveram problemas em lotar a casa com capacidade para mais de dez mil pessoas.
Após uma semana do anúncio os ingressos se esgotaram, e os promotores do show, da Straight Music, rapidamente organizaram outro show para a noite seguinte. Ao todo 20 mil ingressos foram vendidos sem muito esforço – se alguém precisasse de um tipo de confirmação se o Rush era realmente uma banda de performances grandiosas, bastava dar uma olhada nestes fatos.
Entretanto, estes shows ainda aconteceriam no futuro e neste meio tempo o Rush tirava um merecido descanso, antes de se juntar para trabalhar em um novo material para o próximo álbum, algo que traria uma mudança deliberada e consciente em comparação ao estilo anterior com que faziam as coisas, saindo em turnê praticamente o tempo todo e aproveitando as longas horas inúteis que toda banda enfrenta nessas temporadas – viajando, ficando em quartos de hotel, etc., utilizando esse tempo para compor.
FICHA TÉCNICA
Alex Lifeson
Six and twelve string electric and acoustic guitars, classical guitar, Roland guitar synthesizer, Taurus pedals
Neil Peart
Drums, orchestra bells, bell-tree, tympani, gong, cowbells, temple blocks, wind chimes, crotales
Geddy Lee
Bass guitar, Mini Moog, Oberheim polyphonic, Taurus pedals, vocals
Produced by Rush and Terry Brown
Arrangements by Rush and Terry Brown
Recorded at Rockfield Studios, Wales, during June and July 1978
Engineered by Pat Moran
Vocals recorded at Advision Studios, London
Engineered by Declan O'Doherty
Mixed at Trident Studios, Soho, London, August 1978
Engineered by Terry Brown with invaluable assistance from John Brand
Tape Operators (Trident): Simon Hilliard, Mike Donegoni, and Reno Ruocco
Mastered at Trident by Ray Staff
Graphics by Hugh Syme
Art Directions by Hugh Syme and Bob King
Cover photography by Yosh Inouye
Inner sleeve and poster photography by Fin Costello
This album was processed through the Duffoscope!
Management by Ray Danniels and Vic Wilson, SRO Management Inc., Toronto
Executive Production: Moon Records
Roadmaster and Lighting Director: Howard (Herns) Ungerleider
Concert Sound Engineer and Crew Co-ordinator: Major Ian Grandy
Stage Manager: Michael (Lurch) Hirsh
Stage Right technician: Liam (Leaf) Birt
Stage Left technician: Skip (Slider) Gildersleeve
Centre Stage technician: Larry (Shrav) Allen
Guitar and synthesizer maintenance: Tony (Jack Secret) Geranios
Concert sound by National Sound and Electrosound (U.K.)
Concert Lighting by See Factor
Concert visuals produced by Rush and Nick Prince
Projectionist: Harry (keep the change) Dilman
Those daring drivers!: Bruce (The Pin) Aldrich (Howdy howdy!), Jwerg (Ah think Ah see the problem!) Hoadley, Mike (Say Guy!) Morrison, and Tom (Zig-Zag) Whittaker
The Wonderful Persons List: Austen Fagen, Abe Schon, The UFO'S, the Max Websters, the Pat Travers Band, the Monks, Bert the driver, Fin Costello, Ruke Bernstein, Joe Bombase, Young Ward, Jerry Mickelson, Arny Granat, Bubble and Squeak, all at SRO and all at Rockfield, Advision, and Trident
Mercury, October 29, 1978
© 1978 Mercury Records © 1978 Anthem Entertainment