NOTÍCIAS DO RUSH

23/02/2011

Na primeira semana de fevereiro, Neil Peart disponibilizou um novo artigo em seu site oficial: Talking Drums in Death Valley. Nesse último material o Professor revela (além de comentar o lançamento de seu novo livro Far and Away) que em breve lançará um novo DVD que focará em performances ao vivo. O título será Taking Center Stage: A Lifetime of Live Performance:
O tema para nossa próxima colaboração parecia óbvio: performances ao vivo - a preparação e como sobreviver a ela. Começamos a coleta de material no início de 2010... em abril, o pessoal da Hudson Music se juntou a mim no Drum Channel em Oxnard, Califórnia, filmando muitos dias de ensaios para a Time Machine Tour. Em julho eles filmaram um show inteiro do Rush em Saratoga Springs, Nova York, com "câmeras de bateria" suplementares focando em mim. Capturaram também a passagem de som e o aquecimento pré-show, quando falei um pouco para as câmeras (da mesma forma em que filmei para o Drum Channel em abril). No entanto, seria preciso disparar mais alguns "pequenos diálogos" sobre cada canção do show, explicando os problemas e desafios especiais em cada música, e também seus destaques técnicos.

Esses "pequenos diálogos" foram filmados em um dos locais favoritos do baterista, Death Valley:

Pareceu-me que se fosse possível combinar essas esplêndidas formações naturais ali existentes com a fase de ensaios e filmagens no palco, o show se elevaria bastante. Fiquei contente quando os caras da Hudson concordaram, começando a buscar as autorizações necessárias (filmar num parque nacional requer certas 'condições') e fazendo todos os preparativos. ...

O baterista fala também sobre o próximo projeto: Far and Away: A Prize Every Time, seu quinto livro. Segundo o Peart, grande parte do conteúdo foi tomado de muitas histórias ocorridas na estrada que foram publicadas em seu site ao longo dos anos:

"...Sempre tive muita vontade de que as histórias que escrevo para esse departamento fossem "dignificadas", sendo publicadas em livro. Finalmente consegui com que isso acontecesse. ... Eu precisava de um título e subtítulo, o que me ajudaria a direcionar o design da capa que quis desenvolver com Hugh Syme, como de costume. ... Em suma, foram dois meses sólidos de trabalho, porém estava realmente contente de ver que consegui unir uma coleção de histórias que foram escritas e publicadas de forma independente assumindo uma unidade, uma narrativa única que cobre quase quatro anos da minha vida. No começo fui intimidado em escrever introduções e complementos, mas esses artigos provaram ser os próprios pilares na definição de 22 histórias individuais que se fazem parecer uma única narrativa. ..."

Sobre a fotografia da capa, o Peart comenta:

"... A fotografia da capa que escolhi foi feita por nosso Mestre de Todas as Coisas Criativas, Greg Russell, enquanto eu e ele estávamos pilotando juntos na parte central da Califórnia, em 2008, durante a turnê Snakes & Arrows. O cenário é a paisagem de Westgard, entre Nevada e Califórnia, e no momento de usar a fotografia na história chamada "South By Southwest", comentei com ele que era o tipo de imagem espaçosa que você não vê freqüentemente em revistas de motociclismo (elas tendem a focar nas máquinas). No entanto, este panorama acabou capturando um elemento que adoro sobre motos, que ficou muito bem exemplificado no título e subtítulo. ..."

No começo do mês comentamos aqui que o Rush realizará enfim o remix do álbum Vapor Trails, de 2002, notícia liberada por Alex Lifeson na revista britânica Classic Rock. Nesse mesmo bate-papo, o guitarrista do Rush comentou também sobre o andamento dos trabalhos para o remix em 5.1 surround de Moving Pictures, álbum que no último dia 12 de fevereiro completou 30 anos de lançamento. O engenheiro de som da banda, Richard Chycki, liberou mais detalhes desse trabalho, num post recente lançado em seu site oficial:

"Ok, vamos falar sobre isso enfim. Estive em estúdio no mês passado remixando o original Moving Pictures em 5.1. Ontem terminei os ajustes em Red Barchetta. Foi uma experiência incrível espalhar as faixas originais do CD clássico para o 3D surround (o carro acelera, sumindo atrás da colina após uma acentuada curva à direita cantando os pneus traseiros). A experiência auditiva é drasticamente envolvente e, em se tratando de canções e performances que sintetizam essa banda, é definitivamente um grande momento para se redescobrir o Rush".

"Após discutir com a banda, o objetivo aqui foi o de homenagear a produção da época, levando uma quantidade considerável de tempo pesquisando e trabalhando através de efeitos que combinavam com o original e ficassem bons no mundo 5.1. É claro, a fixação das partes foi um ponto crítico. Estou satisfeito com os resultados e Alex Lifeson ficou bastante surpreso quando ouviu o trabalho final".

Sobre Vapor Trails, ele ainda diz em seu site:

"Há um tempo remixei One Little Victory e Earthshine do álbum do Rush de 2002, Vapor Trails, para que essas fossem incluídas na coletânea de 2009 "Retrospective 3". Os remixes foram muito bem recebidos, então a banda decidiu me deixar ir em frente continuando o trabalho com o restante do CD".

"Colocando os rumores de lado, não houve nenhuma regravação ou performance corretiva para essas duas faixas, o que continuará para o resto do álbum. A razão dos 'novos' detalhes terem aparecido nas canções é devido ao fato de que ouvi as faixas e interpretei a estrutura de mixagem sem antes analisar o original (deliberadamente) - então as canções foram silenciadas ou diminuidas de volume nas mixagens originais, o que as fizeram brilhar de formas diferentes (os violões em Earthshine são um bom exemplo disso). Dessa forma, as mesmas técnicas de ajustes continuarão para as canções remanescentes e eu ainda não tenho um limitador nos trabalhos de mixagem para me dar dor de cabeça. De qualquer forma, a banda e eu estamos muito animados para revistar Vapor Trails, e espero que vocês se divirtam com o remix".

Richard Chycki ainda fala sobre os próximos trabalhos com o Rush, numa entrevista para a Sonnox Oxford Plug-ins no dia 10 de fevereiro:

"Irei completar as gravações e mixagens do restante de Clockwork Angels do Rush em 2011, gravando e mixando também o novo DVD ao vivo da banda (dedicado a sua turnê atual)..."

Alex Lifeson concedeu, no último dia 09 de fevereiro, uma entrevista no programa Classic Rock Nights, do canal VH1. Não houve muitos assuntos novos, somente a menção de que um dos projetos paralelos do guitarrista é o seu recente trabalho na trilha sonora do filme The Double, estrelando os atores Martin Sheen e Richard Gere. Vamos aguardar.

Como sabemos, no último dia 06 de fevereiro faleceu o grande ícone da guitarra Gary Moore. Gary teve uma parada cardíaca aos 58 anos, num quarto de hotel na Espanha, onde passava férias. Ele abriu vários shows do Rush durante a Grace Under Pressure Tour, e Alex Lifeson se lembrou do lendário amigo num artigo do site Classic Rock Revisited:

"Fiquei muito triste quando soube da notícia da morte de Gary. Viajamos juntos nos anos 80 e me lembro de como ele era gentil, de fala suave, com um sorriso rápido. Sua influência como guitarrista é inegável e sua pureza e paixão em tocar irão viver em todos nós que amamos esse instrumento que foi tão bem cuidado por ele".

Alex ainda fala sobre o guitarrista em entrevista para a Gibson:

"...No início dos anos 80, ele entrou em turnê conosco. Acho que fizemos umas duas viagens juntos. Minha lembrança dele é a de um cara muito doce, gentil - de sorriso fácil e muito divertido. Ele era absolutamente apaixonado pelo instrumento e por tocar. É muito triste ver alguém como ele partir ainda jovem. Ele era um tipo de cara que você acha que vai viver pra sempre, como Les Paul, por exemplo. Você acha que sempre será capaz de ver Gary tocando em algum clube pequeno ou algo assim, no centro de Nova York ou Londres..."

Há algumas semanas, foi lançado em DVD Adventures of Power. Este filme, assim como Eu Te Amo, Cara, traz muitas referências ao Rush. Escrito e dirigido por Ari Gold, Adventures of Power conta a história de Power (Ari Gold), personagem central que se torna um aficionado por bateria quando ouve no rádio a canção Tom Sawyer, logo após o funeral de sua mãe. O problema é que seu pai nunca lhe permitira se dedicar ao instrumento. Assim, Power decide levar sua vida frustrada tocando air-drumms (simulação de bateria). Vivendo no porão da casa de sua tia hippie (interpretada pela atriz Jane Lynch), o qual foi transformado por ele em um grande santuário dedicado ao Rush e ao seu herói Neil Peart, os maiores momentos de sua vida consistem em estranhas apresentações num bar tocando seu air-drumming. Infelizmente ninguém em sua cidade parece apreciar sua habilidade, com exceção de um garoto que vive com Power desde que se tornou órfão. Após a eclosão de uma greve de mineradores liderada por seu pai, Power decide se dedicar ainda mais ao seu talento, viajando para o México buscando um campeonato de air-drummers, encontrando um veterano que lhe oferece a oportunidade de treinar para ingressar na mais importante competição de air-drummers. O mais interessante é que o filme traz uma participação super especial do próprio Neil Peart.

No último dia 13 de fevereiro aconteceu a 53ª edição do Grammy, onde Rush: Beyond the Lighted Stage concorria na categoria Best Long Form Music Video. O aclamado documentário acabou perdendo para o filme dedicado ao The Doors. Essa foi a sexta vez que o Rush concorreu ao Grammy, jamais levando o prêmio. Como sabemos, os integrantes Taylor Hawkins e Dave Grohl da banda norte americana Foo Fighters são, definitivamente, fãs do Rush. Por outro lado, Alex e Geddy citaram por diversas vezes em entrevistas o Foo Fighters como uma das melhores e mais completas bandas contemporâneas. Os dois grupos chegaram a dividir o palco em Toronto no ano de 2008 quando tocaram juntos YYZ. O baterista Hawkins apareceu nos documentários Rush: Beyond The Lighted Stage e Classic Albums: 2112 and Moving Pictures, oferecendo seu depoimento sobre o trio canadense. Há alguns dias foi comentado pelo reporter e radialista canadense Alan Cross no site ExploreMusic.com que o novo single do Foo Fighters, a canção Rope (que será lançada hoje - dia 23/02/2011) parece bastante com o som do Rush.