CLASSIC ROCK MERGULHA NOS ÚLTIMOS SHOWS DA R40 TOUR



05 DE SETEMBRO DE 2015 | POR VAGNER CRUZ

Rush no último show da R40 Tour
A edição de setembro de 2015 da revista britânica Classic Rock trouxe outra incrível matéria dedicada ao Rush, na qual o repórter Philip Wilding acompanha de perto os últimos shows da turnê R40, ocorridos nas cidades de Irvine e Los Angeles no fim de julho e começo de agosto. Wilding conviveu com Geddy, Alex e Neil nos dias que envolveram as apresentações, revelando detalhes importantes sobre toda a incerteza que circunda o futuro da banda. Um belíssimo material que temos o grande prazer de trazer inteiramente traduzido para nossos leitores.

Exit...Stage Left:
Dentro do Show de "Despedida" do Rush

Por Philip Wilding

Os lendários canadenses deram a entender que chegaram ao fim da estrada. Juntem-se a eles enquanto ainda descem as cortinas

É uma agradável noite de sábado em Los Angeles, e a fileira nove da pista no LA Forum é o céu dos bateristas - ou talvez o inferno, dependendo do ponto de vista. Chad Smith do Red Hot Chili Peppers está ao lado de Taylor Hawkins do Foo Fighters. Poucos lugares depois, Danny Carey do Tool conversa com o baterista atual do Queens Of The Stone Age, Jon Theodore.

Como as outras 17 mil pessoas, eles estão aqui para ver de perto o Rush com sua muito bem-sucedida turnê de aniversário R40 (no típico estilo perverso, são de fato 41 anos desde o lançamento de seu álbum de estreia). Mas há algo no palco em particular que arrebata os bateristas, com os olhos de frente e no centro: Neil Peart. Com Peart trovejando Overture do grande avanço do trio canadense - o álbum 2112 - o olhar dos quatro se encaixam instantaneamente no palco, como cães avistando biscoitos. O objeto de sua atenção se agita através de seu aparentemente infinito desfile de toms, enquanto a banda segue com Temples Of Syrinx e os 17 mil pares de braços fazem air-drumming no alto. Ninguém está mais animado com as batidas que Smith, Hawkins, Carey e Theodore.

Algumas horas mais tarde, Smith desfruta da hospitalidade na festa pós-show e de fim de turnê, recordando sua doutrinação no Culto ao Rush como um adolescente. "Passei o segundo ano do ensino médio no estacionamento, fumando maconha e ouvindo 2112", ele diz. "Foi quando minha formação em Rush começou. Acredito que seja um pré-requisito para todos os bateristas de rock passar por uma fase Neil Peart".

Não é apenas algo de bateristas. Matt Stone, co-criador de South Park e amigo próximo de Peart, é igualmente efusivo. "Show totalmente incrível!", ele diz, acenando com uma bebida para dar ênfase. "Convidei um casal de amigos com os quais cresci em Denver. Vimos o Rush em 1985 na McNichols Arena, e foi muito legal trazê-los de volta em 2015".

Geddy Lee e Alex Lifeson com Chad Smith, Taylor Hawkins, Stewart Copeland e Robby Kreiger.

Há várias coisas para abordar que estão de volta nessa noite. Com as declarações recentes feitas pelos integrantes e qualquer coisa a mais, então essa turnê - e especificamente esse show - representam o fim do Rush como uma entidade de turnês, senão o ponto final da banda. Peart deixou claro que está cansado do desgaste físico e mental de tocar ao vivo noite após noite. Não existem mais shows agendados na sequencia de Los Angeles, seja nos Estados Unidos ou na Europa. Perguntado recentemente se essa seria uma turnê de despedida, o guitarrista Alex Lifeson respondeu, "Acho que não teríamos muita dificuldade de pensar nessa como possivelmente a última".

Lembrando Geddy Lee hoje sobre essa declaração, ele ri. "Isso não é verdade", diz o baixista e vocalista. "Tenho muita dificuldade de pensar assim. Alex não está falando por mim, e acho que ele não está falando totalmente por si mesmo também. Acredito que ele tenha sentimentos mistos. Não quero falar por ele. Você pode perguntar a ele. Ele mesmo pode lhe contar suas próprias mentiras".

Estamos a três dias antes desse que pode ser ou não o último show do Rush, e Lee, Lifeson e Peart se movem em círculos um pouco mais rarefeitos. Os três foram convocados pelo consulado canadense em Los Angeles, onde uma recepção está sendo preparada em homenagem a eles. O Consulado está concedendo seu primeiro Honoree For Canadian Excellence para a banda, graças ao fato (em parte) deles terem tocado em Los Angeles 36 vezes ao longo dos anos (vindo também a ser o aniversário de 62 anos de Lee).

Nos jardins da parte de trás da casa bem decorada, meia dúzia de mesas foram dispostas para o jantar. Toda a banda utiliza as medalhas da Ordem do Canadá que foram concedidas em 1997. Suas famílias estão aqui, assim como o empresário de longa data Ray Danniels, Matt Stone do South Park e o ator Jack Black, esse último passando a noite cumprimentando os outros convidados e exigindo saber, tecnicamente falando, se estamos em Los Angeles ou no Canadá. Enquanto a banda é apresentada pelo amável Cônsul Geral James Villeneuve ("Ray Danniels me disse que o bolo R40 que fizemos viola alguns direitos autorais"), os variados convidados riem bem-humorados. Óculos são levantados e brindes são feitos, antes de Lifeson avançar e falar, "Apenas gostaria de dizer, 'Blah, blah, blah...'", como um aceno para seu famoso discurso no Rock And Roll Hall Of Fame.

Há uma certa ironia nisso, pelo menos quando se trata de Neil Peart. Ao baterista, que vive na Califórnia com sua segunda esposa Carrie há quase quinze anos, foi concedida a cidadania americana. "Por que peguei isso?", ele diz, no momento em que enche nossos copos no bar improvisado. "Descobri que se você é um cidadão americano, eles não podem deportá-lo". Ele segura suas duas lapelas de forma exagerada. "Embora que, a qualquer momento, eu espere ser jogado no chão tendo minha Ordem do Canadá arrancada de mim".

Geddy Lee e o super-fã Jack Black no Consulado Canadense | Foto por Richard Sibbald

Ele está em alto astral no entanto, o que é surpreendente. Dos três integrantes do Rush, Peart é o único que parece mais aliviado pelo fato de que essa viagem possa estar chegando ao fim. Mais tarde naquela noite, ele dirá a Jack Black que acabou para ele, deixando o ator de olhos arregalados e com a mandíbula frouxa de descrença.

Ray Danniels tem sentimentos mistos sobre tudo. Ele começou agendando a banda para bares, escolas e associações ao redor de Toronto no início dos anos 70, antes de se tornar o empresário deles.

"Não acho que eles devam terminar", diz ele, bebericando vinho branco à beira da piscina, quando a inevitável pergunta sobre esse ser o fim da estrada para o Rush é abordada. "Eles estão tocando tão bem quanto sempre tocaram. Turnês mais curtas, pausas mais longas, mais dias entre os shows, sets mais curtos, bandas de abertura ou apenas um último viva! seriam meus votos. Muitas pessoas queriam vê-los e não tiveram chance. Dito isso, sei que você não pode tocar nesse nível de intensidade por tempo indeterminado, mas gostaria de explorar formas de fazer isso funcionar por um pouco mais de tempo, enquanto seja tão bom. É importante para várias pessoas. Esses são meus honestos sentimentos".

Ele olha para o outro lado da piscina de água ainda azul, onde sua banda está rindo à cerca de vinte passos. "No entanto, não sou o único no palco que sente dores ou os estragos do tempo. Estou na casa adorando tudo com outras 14 mil pessoas na maioria das noites".

Luzes! Câmera! Explosões!

Irvine fica a um pouco mais de duas horas de Hollywood pela Rota 101, uma das estradas mais congestionadas do sul da Califórnia. Mesmo pela prista expressa, o fluxo é lento. Fora do nosso utilitário, tudo parece clareado pelas luzes brilhantes californianas. Dentro, o único som é o ruído constante do ar condicionado, feito para atordoar. Geddy Lee olha distraidamente para seu telefone, mantendo os olhos nas pontuações do jogo entre sua amada equipe de beisebol Toronto Blue Jays e o Kansas City Royals. O show dessa noite, no Irvine Meadows Amphitheatre, é a penúltima data da turnê. Dentro de dois dias, o Rush irá receber seus louvores no Forum. Se isso é bom ou não, nem mesmo Lee sabe dizer.

"Como estou me sentindo? Triste, triste", ele diz, com a voz rouca e com vestígios de um resfriado com o qual tem lutado nas últimas semanas. "A turnê foi tão bem. Estou muito orgulhoso - estamos tocando muito bem. Adorei a forma como o show tem correspondido às minhas expectativas, e gostaria de continuar. Acho que a maior parte do medo antes da turnê era se a artrite do Alex iria interferir na sua forma de tocar, e se ele seria capaz de entregar. Os ensaios foram um pouco instáveis, mas uma vez que passamos pela primeira perna, acho que ele acertou o passo e arrebentou em todas as noites. Isso te faz sentir, 'Sim, eu posso fazer'".

A artrite de Lifeson é um dos principais fatores para o futuro do Rush, ou para sua potencial falta. No início desse ano, ele disse à Classic Rock que sofre de artrite há dez anos.

"Estou sofrendo um pouco, mas isso não me incomoda - todos têm suas dores e sofrimentos", diz hoje o sempre alegre guitarrista. "Acho que, se estivesse atrapalhando minha forma de tocar de forma bem crítica, então seria uma história diferente. Minha mão fica dolorida após um show como nunca ficou, mas não é um grande problema. Com dois tylenols e energia consigo".

É a hora da passagem de som no Irvine Meadows e dois de nós estão de pé nos bastidores do palco, tentando não nos superaquecer. As camisetas da equipe estão estampadas com a legenda 'Blah Blah Blah' na mesma fonte do logo do álbum de estreia auto-intitulado do Rush, tão ocupados quanto somente os roadies podem estar. Neil Peart se senta atrás de um dos dois kits no centro do palco - ele toca em um set diferente em cada metade do show: um é seu kit atual R40, e o outro uma réplica de um kit retrô. Ele joga as baquetas distraidamente para o alto, pegando-as enquanto caem.

Neil Peart durante a passagem de som no Irvine Meadows Amphitheather | Foto por Richard Sibbald

O lado de Lee no palco abriga uma enorme gama de baixos, muitos deles itens de colecionador. Ele irá mudar de instrumento 25 vezes durante as três horas de show. Sozinho na passagem de som, seu técnico, Scully, lhe entrega três baixos diferentes. Eles tocam Subdivisions, que inunda a arena vazia com um som vigoroso. Seguida por Jacob's Ladder de 1980, ela ainda soa misteriosa no árido calor do dia. Estremecendo em uma parada, Peart exclama feliz: "Cale a boca!". E os três seguem para o que poderia ser um dos últimos jantares juntos como banda.

Com essa turnê chegando ao fim, são entregues à equipe presentes de fim de turnê: caixas com lindos relógios Tag Heuer com o logo e os autógrafos da banda gravados na pulseira. (Para se ter uma ideia da dimensão, a R40 inclui dois carpinteiros apenas para acomodar a constante mudança do backline de Lee, que trás pipoqueiras e máquinas de lavar).

É clichê, mas há um sentimento de família por todo o lugar, que é em grande parte pelo fato de que muitas daquelas pessoas cresceram juntas. Tome Howard Ungerleider, o homem responsável pelas luzes espetacularmente criativas nos shows. Ele começou a trabalhar com a banda em 1974 como gerente adjunto de turnês, diretor de iluminação e contador.

"Sempre estava por perto, coletando dinheiro, certificando-me de que a banda estava sendo paga, fazendo negócios", diz o amável e rouco Ungerleider, que trabalhava para a agência American Talent International em Nova York - que representava Savoy Brown e Fleetwood Mac, entre outros - quando Ray Danniels assinou a banda com eles em 1974.

Fãs do Rush no LA Forum

"Quando os conheci, estavam mudando de baterista e com zero de experiência em turnês. Eles me mandaram para lá para pegá-los e para nos certificar que eles sabiam das coisas. Mas, quando os vi pela primeira vez em ensaio, eles tinham poder, e você poderia vê-los se conectando com o público quase que instantaneamente. Sempre senti que eles seriam bem-sucedidos. Na verdade, fui eu quem falou com a mãe do Geddy sobre a primeira turnê. Mas e esse sucesso? Ninguém esperava por isso. Quando veio, foi inacreditável".

Assim como o aniversário de Geddy Lee, a noite na embaixada canadense marcou outra comemoração não menos crucial: o 41º aniversário do dia em que a banda contratou Neil Peart. Ironicamente, dado o papel do baterista no desenvolvimento subsequente da banda, isso quase não aconteceu.

"Tentamos roubar o baterista do Max Webster e ele disse sim. Depois, alguns dias mais tarde, disse que não", explica Lee. "Por isso tivemos as audições. Neil foi o terceiro que veio e senti pelo quarto cara que seria depois dele. Quem gostaria de ser aquele cara? Me senti muito mal por ele, pois havia escrito as partituras do primeiro álbum e estava sentado lá tocando, enquanto lia as mesmas. Era muito educado e havíamos acabado de experimentar esse turbilhão que foi o Neil...".

Equipe do Rush no backstage

Uma semana mais tarde, o recém reconfigurado Rush estava abrindo para Manfred Mann e Uriah Heep em Pittsburgh. "Essa foi a nossa apresentação às turnês", diz Lee. "Era o fim da turnê do Uriah Heep e por isso vimos todos os tipos de peripécias nos bastidores do último show. Eles tinham um monte de groupies por lá, e jogavam tortas de creme uns nos outros no palco. Pensávamos, 'Esse lance de rock 'n' roll é legal'. Havia mulheres e tortas. Não sei com o que ficamos mais excitados".

Eles tocavam em uma mistura desorganizada de turnês e concertos e, depois disso, faziam aberturas pontuais de shows que o baixista chama de "estranhas e terríveis combinações". Uma delas foi com o Sha Na Na, revivalistas rock 'n' roll de Nova York mais conhecidos pela banda que tocou em Woodstock pouco antes de Jimi Hendrix. "Fizemos 30 minutos e fomos vaiados praticamente o tempo todo", diz Lee com uma risada. "Provavelmente foi a pior coisa que fizemos em termos de resposta conseguida".

Lifeson e Lee em ação

Quase tão memorável por razões erradas foi o retorno da banda a Pittsburgh. Dessa vez, eles abriram para o Blue Öyster Cult. "Os equipamentos deles demoraram a chegar por algum motivo e, dessa forma, eles cortaram dez minutos do nosso set. Tocamos Finding My Way e Working Man, e em seguida 'Obrigado, boa noite!'".

Lee diz que houve "rumores" no inverno passado que davam conta de que essa poderia ser a última turnê do Rush. Mas a relutância de Peart em se comprometer colocou as coisas em dúvida.

"Só engavetei tudo, pois achava que a turnê não aconteceria. E, quando finalmente nos reunimos em novembro, após a cirurgia de Alex [o guitarrista foi hospitalizado por anemia e úlcera hemorrágica, sofrendo problemas respiratórios após descobrir que seu estômago havia subido, se acomodando atrás do coração], ele disse que não tinha certeza se iria se recuperar e sentia que não estava tocando tão bem. Ele expressou o sentimento de que se nós estávamos indo fazer, então ele preferia a turnê mais cedo do que mais tarde - estando preocupado com o estado de sua artrite dois anos depois. Neil disse, "Esse é um pedido que não posso negar. Se Al quer fazer agora, então vamos fazer".

Neil Peart: o homem que detém futuro do Rush em suas mãos | Foto por Richard Sibbald

Dois dias depois e a R40 - e talvez o próprio Rush - chega ao fim. O trio tocou pela primeira vez no LA Forum em 1976, na turnê de 2112. Essa noite será a 25ª vez que tocam aqui. A rampa de entrada para esse local cavernoso apareceu no filme Quase Famosos de Cameron Crowe, com a personagem de Kate Hudson, Penny Lane, caminhando no estacionamento.

No backstage - um labirinto de corredores aparentemente intermináveis e camarins quadradões - o clima é menos comemorativo do que em Irvine, dois dias antes. Geddy Lee está calmamente afável, mas Neil Peart está com um rosto de pedra e mudo no camarim da banda.

A esposa de Lee, Nancy Young, está aqui também. Nancy não vinha a uma passagem de som da banda há vinte anos, talvez mais, mas ela abre uma exceção dessa vez.

"Você vai para uma passagem de som quando é jovem e apaixonada", diz ela com uma risada. "Faz muito tempo desde que estive em uma, e as pessoas me perguntam o que estou fazendo aqui hoje. O que eles acham que estou fazendo aqui? Isso me atinge - pode acabar e por quarenta anos tem sido, na maioria das vezes, parte da nossa vida".

Geddy Lee no ar

De forma apropriada, o show da R40 é uma viagem que volta no tempo. A banda começa com canções do seu álbum mais recente, Clockwork Angels, e trabalha voltando em seu catálogo, até terminarem no começo com uma histriônica Working Man. Enquanto tocam, o palco vai caindo ao redor deles: backlines aparecem e somem, plataformas de iluminação diminuem de tamanho, guitarras double-neck ressurgem em Xanadu até chegarmos em um ginásio de escola do início dos anos 70 - Lee com um solitário amplificador de baixo colocado em uma cadeira atrás dele, e duas torres magras de luz ladeando a banda. É fácil imaginar que você está assistindo a uma banda de volta pela última vez, abordando sua história antes de dizer adeus.

"É o que parece", diz Lee. Há uma longa pausa. "A ideia foi bastante apropriada para uma retrospectiva. O fato de que pode ou não ser a última turnê a torna mais pungente, mas esse não era o objetivo. Adorava a ideia de terminar o show em nosso estado mais antigo e simples".

Após Working Man chegar ao fim, a tela gigante que envolve o palco desce para o filme de encerramento. Ele começa com uma série de cenas não editadas da banda atuando, antes de saltar para Geddy Lee gritando, "Thank you, goodnight!" em diferentes palcos e épocas ao redor do mundo. É um momento de emoção quase insuportável de assistir. Algumas pessoas no público gritam até ficarem roucas, enquanto outras estão claramente em lágrimas.

O filme se desenrola com uma última brincadeira envolvendo a banda, que é impedida de entrar em seu próprio camarim pelo fantoche da capa do álbum A Farewell To Kings de 1977, enquanto vários personagens de outros álbuns festejam atrás dele. A porta do camarim é batida, deixando Lee, Lifeson e Peart andando desanimados pelo corredor vazio de uma arena em direção a grandes sombras. À medida que o filme termina, Lifeson se volta aos seus companheiros de banda, encolhendo os ombros e perguntando, "E agora?".

Agora, é uma pergunta que nenhum deles pode responder.