11 DE MARÇO DE 2015 | POR VAGNER CRUZ
Rush receberá prêmio no Canadá por sua longa dedicação às causas humanitárias |
A Canadian Academy of Recording Arts and Sciences (CARAS), organização responsável pela realização anual do Juno Awards (principal premiação dedicada à música canadense), anunciou em janeiro desse ano que o Rush foi o escolhido para receber o Allan Waters Humanitarian Award. O prêmio, promovido pela Bell Media (subsidiária dos meios de comunicação da BCE - Bell Canada Enterprises), reconhece destacados artistas canadenses cujas contribuições reforçam positivamente a estrutura social do país. A cerimônia irá ocorrer no Juno Gala Dinner & Awards no dia 14 de março em Hamilton, Ontário. Sobre a indicação, a banda comentou em nota oficial:
"Estamos sinceramente gratos por sermos reconhecidos como beneficiários do Allan Waters Humanitarian Award. Estamos orgulhosos, honrados e humildes por estarmos na companhia de todos os canadenses que trazem em seus corações a necessidade de ajudar aqueles que precisam".
"Estamos orgulhosos por reconhecer o nobre legado do Rush com essa premiação", diz Alan Reid, presidente e diretor executivo da CARAS/The JUNO Awards & MusiCounts. "A dedicação do grupo às inúmeras instituições de caridade e organizações ao longo de sua carreira é verdadeiramente notável. Sua tenacidade e espírito serve como inspiração para todos nós, e os saudamos por todo seu excepcional trabalho".
"A Bell Media felicita o Rush, que está sendo homenageado esse ano com o Allan Waters Humanitarian Award", afirmou Phil king, presidente da empresa. "Como verdadeiros ícones do rock, o Rush encarna o espírito inato de compaixão dos canadenses. Seu generoso apoio e compromisso com inúmeras causas dignas ao longo de sua prolífica carreira os torna verdadeiramente dignos desse prestigioso prêmio".
O Rush é conhecido por sua dedicação às causas humanitárias. Nos primeiros anos, a banda incentivava fãs para que trouxessem doações de alimentos aos necessitados para os shows.
Em 2008, os músicos doaram cem mil dólares de um show realizado em Winnipeg para o Museu Canadense de Direitos Humanos. No mesmo ano, a banda cedeu mais cem mil dólares de um show feito em Nova Orleans para a Make It Right Foundation do ator Brad Pitt, ajudando na revitalização da cidade após a passagem do furacão Katrina. Eles patrocinaram a construção de uma casa no bairro Lower Ninth Ward apelidada de "The House that Rush Built" ("A Casa que o Rush Construiu").
Já na turnê Time Machine de 2010, o Rush doou um dólar de cada ingresso vendido para instituições de caridade, incluindo a Doctors Without Borders (Médicos Sem Fronteiras), totalizando, segundo os organizadores do Juno, mais de dois milhões de dólares em doações nos últimos cinco anos.
Sobre a premiação, Alex Lifeson conversou com o repórter Nick Patch, da agência de notícias The Canadian Press.
Integrantes do Rush discutem a longa história da banda com obras de caridade e Junos
Os integrantes do Rush receberão mais um daqueles 'prêmios reluzentes' no próximo fim de semana: o Allan Waters Humanitarian Award, que honrará suas muitas décadas dedicadas à filantropia.
O talentoso power-trio prog de Toronto é caracteristicamente discreto sobre a honra, que lhes será atribuída durante a cerimônia do Juno Awards.
Sendo a generosidade do Rush um pouco secreta, eles não se importam por a mesma ter permanecido dessa forma.
"É uma maneira de fazer algo como uma unidade, que é o Rush, sem fazer disso um grande ato", disse Alex Lifeson recentemente em Toronto.
"É ótimo de verdade receber esse prêmio – permanecemos sempre humildes – mas entendendo que é algo devemos fazer. Não fazemos disso um grande negócio".
Entre suas contribuições de caridade, o Rush doou quantias significativas para o Banco de Alimentos de Toronto, para a United Way, para o Museu Canadense de Direitos Humanos, para a Make It Right Foundation de Nova Orleans, para a Médicos Sem Fronteiras, para a Alberta Flood Relief e para a Casey House.
Lifeson e seus inigualáveis companheiros de banda Neil Peart e Geddy Lee estão atualmente se preparando para os ensaios da sua próxima turnê de 40º aniversário – praticando para praticarem, basicamente: "Nós ensaiamos até à morte", diz o guitarrista.
Ele fez uma pausa para falar com a imprensa canadense as obras de caridade da banda e a história de 40 anos deles com o Juno.
CP: Vocês não cresceram ricos. A caridade sempre esteve incutida em vocês?
LIFESON: Todos nós éramos da classe média ou média baixa, garotos do subúrbio. Acima de tudo, é porque é a coisa certa a se fazer. Estamos muito, muito felizes. Temos conseguido uma carreira surpreendente como banda, e acho que fomos criados com esse tipo de traço. Só nos parece correto dar de volta, seguindo adiante.
CP: O Rush fez um show em benefício de pesquisas em torno da AIDS nos anos 90, e vocês têm dedicado um grande apoio à Casey House (instituição situada em Toronto que oferece assistência e tratamento comunitário à pessoas afetadas pelo vírus HIV). A AIDS foi uma causa importante para a banda?
LIFESON: Sim, foi. Todos nós conhecemos pessoas que faleceram, que morreram em decorrência da AIDS. Você não poderia enfiar a cabeça no chão e simplesmente ignorá-la. Acho que esse show em particular em San Francisco foi em prol de uma fundação criada por Elizabeth Taylor.
A Casey House faz um trabalho incrível. Eles são muito compassivos e carinhosos. É de fato o último lugar para se encontrar um amigo de várias formas, especialmente na comunidade sem-teto ou na comunidade dos viciados em drogas, que não têm para onde ir.
CP: Pessoalmente, você já fez vários trabalhos para a Kidney Foundation (dedicada à assistência de pessoas e famílias que enfrentam doenças renais), pintando quadros para arrecadar recursos.
LIFESON: Meu pai faleceu de insuficiência renal. Eu não sou um pintor que busca qualquer extensão da imaginação. Me divirto bastante com a pintura como um experimento, e estou sempre aprendendo algo. É bom ser capaz de levantar 10 mil dólares por algumas manchas de tinta em uma tela.
A comunidade Rush compra um monte dessas coisas. Levantamos 250 mil dólares em sete ou oito anos.
CP: Fãs do Rush assumindo causas da banda é algo que vocês têm visto bastante?
LIFESON: Lembro de ter lido algumas coisas em postagens de fãs. E isso é algo maravilhoso. Acho que nossos fãs estão cientes do que fazemos, e se inspiram em ajudar de alguma forma. Isso é algo fantástico, um grande legado.
CP: Vocês levaram o Juno como a banda mais promissora em 1975. Por estarem em turnê com o Aerosmith, não puderam estar presentes para recebê-lo. Você se lembra de como se sentiu?
LIFESON: Lembro-me de ter ficado muito, muito, muito animado. Você sabe, foi bem difícil para nós nos primeiros dias. Não conseguimos um contrato de gravadora aqui no país, nem mesmo com uma etiqueta de distribuição menor. Ninguém queria tocar em nós. Ninguém estava interessado.
Foi bom ter esse tipo de reconhecimento.
CP: Vocês venceram novamente em 1978 como o melhor grupo, e quando receberam o prêmio, você disse, "Gostaríamos de agradecer a Dan Hill por não ser um grupo".
LIFESON: (Risos) Ele ganhou tudo naquele ano. Anos mais tarde um encontrei com Dan. Rimos muito disso. Ele se lembrava.
"Estamos sinceramente gratos por sermos reconhecidos como beneficiários do Allan Waters Humanitarian Award. Estamos orgulhosos, honrados e humildes por estarmos na companhia de todos os canadenses que trazem em seus corações a necessidade de ajudar aqueles que precisam".
"Estamos orgulhosos por reconhecer o nobre legado do Rush com essa premiação", diz Alan Reid, presidente e diretor executivo da CARAS/The JUNO Awards & MusiCounts. "A dedicação do grupo às inúmeras instituições de caridade e organizações ao longo de sua carreira é verdadeiramente notável. Sua tenacidade e espírito serve como inspiração para todos nós, e os saudamos por todo seu excepcional trabalho".
"A Bell Media felicita o Rush, que está sendo homenageado esse ano com o Allan Waters Humanitarian Award", afirmou Phil king, presidente da empresa. "Como verdadeiros ícones do rock, o Rush encarna o espírito inato de compaixão dos canadenses. Seu generoso apoio e compromisso com inúmeras causas dignas ao longo de sua prolífica carreira os torna verdadeiramente dignos desse prestigioso prêmio".
O Rush é conhecido por sua dedicação às causas humanitárias. Nos primeiros anos, a banda incentivava fãs para que trouxessem doações de alimentos aos necessitados para os shows.
Em 2008, os músicos doaram cem mil dólares de um show realizado em Winnipeg para o Museu Canadense de Direitos Humanos. No mesmo ano, a banda cedeu mais cem mil dólares de um show feito em Nova Orleans para a Make It Right Foundation do ator Brad Pitt, ajudando na revitalização da cidade após a passagem do furacão Katrina. Eles patrocinaram a construção de uma casa no bairro Lower Ninth Ward apelidada de "The House that Rush Built" ("A Casa que o Rush Construiu").
Já na turnê Time Machine de 2010, o Rush doou um dólar de cada ingresso vendido para instituições de caridade, incluindo a Doctors Without Borders (Médicos Sem Fronteiras), totalizando, segundo os organizadores do Juno, mais de dois milhões de dólares em doações nos últimos cinco anos.
Sobre a premiação, Alex Lifeson conversou com o repórter Nick Patch, da agência de notícias The Canadian Press.
Integrantes do Rush discutem a longa história da banda com obras de caridade e Junos
Os integrantes do Rush receberão mais um daqueles 'prêmios reluzentes' no próximo fim de semana: o Allan Waters Humanitarian Award, que honrará suas muitas décadas dedicadas à filantropia.
O talentoso power-trio prog de Toronto é caracteristicamente discreto sobre a honra, que lhes será atribuída durante a cerimônia do Juno Awards.
Sendo a generosidade do Rush um pouco secreta, eles não se importam por a mesma ter permanecido dessa forma.
"É uma maneira de fazer algo como uma unidade, que é o Rush, sem fazer disso um grande ato", disse Alex Lifeson recentemente em Toronto.
"É ótimo de verdade receber esse prêmio – permanecemos sempre humildes – mas entendendo que é algo devemos fazer. Não fazemos disso um grande negócio".
Entre suas contribuições de caridade, o Rush doou quantias significativas para o Banco de Alimentos de Toronto, para a United Way, para o Museu Canadense de Direitos Humanos, para a Make It Right Foundation de Nova Orleans, para a Médicos Sem Fronteiras, para a Alberta Flood Relief e para a Casey House.
Lifeson e seus inigualáveis companheiros de banda Neil Peart e Geddy Lee estão atualmente se preparando para os ensaios da sua próxima turnê de 40º aniversário – praticando para praticarem, basicamente: "Nós ensaiamos até à morte", diz o guitarrista.
Ele fez uma pausa para falar com a imprensa canadense as obras de caridade da banda e a história de 40 anos deles com o Juno.
CP: Vocês não cresceram ricos. A caridade sempre esteve incutida em vocês?
LIFESON: Todos nós éramos da classe média ou média baixa, garotos do subúrbio. Acima de tudo, é porque é a coisa certa a se fazer. Estamos muito, muito felizes. Temos conseguido uma carreira surpreendente como banda, e acho que fomos criados com esse tipo de traço. Só nos parece correto dar de volta, seguindo adiante.
CP: O Rush fez um show em benefício de pesquisas em torno da AIDS nos anos 90, e vocês têm dedicado um grande apoio à Casey House (instituição situada em Toronto que oferece assistência e tratamento comunitário à pessoas afetadas pelo vírus HIV). A AIDS foi uma causa importante para a banda?
LIFESON: Sim, foi. Todos nós conhecemos pessoas que faleceram, que morreram em decorrência da AIDS. Você não poderia enfiar a cabeça no chão e simplesmente ignorá-la. Acho que esse show em particular em San Francisco foi em prol de uma fundação criada por Elizabeth Taylor.
A Casey House faz um trabalho incrível. Eles são muito compassivos e carinhosos. É de fato o último lugar para se encontrar um amigo de várias formas, especialmente na comunidade sem-teto ou na comunidade dos viciados em drogas, que não têm para onde ir.
CP: Pessoalmente, você já fez vários trabalhos para a Kidney Foundation (dedicada à assistência de pessoas e famílias que enfrentam doenças renais), pintando quadros para arrecadar recursos.
LIFESON: Meu pai faleceu de insuficiência renal. Eu não sou um pintor que busca qualquer extensão da imaginação. Me divirto bastante com a pintura como um experimento, e estou sempre aprendendo algo. É bom ser capaz de levantar 10 mil dólares por algumas manchas de tinta em uma tela.
A comunidade Rush compra um monte dessas coisas. Levantamos 250 mil dólares em sete ou oito anos.
CP: Fãs do Rush assumindo causas da banda é algo que vocês têm visto bastante?
LIFESON: Lembro de ter lido algumas coisas em postagens de fãs. E isso é algo maravilhoso. Acho que nossos fãs estão cientes do que fazemos, e se inspiram em ajudar de alguma forma. Isso é algo fantástico, um grande legado.
CP: Vocês levaram o Juno como a banda mais promissora em 1975. Por estarem em turnê com o Aerosmith, não puderam estar presentes para recebê-lo. Você se lembra de como se sentiu?
LIFESON: Lembro-me de ter ficado muito, muito, muito animado. Você sabe, foi bem difícil para nós nos primeiros dias. Não conseguimos um contrato de gravadora aqui no país, nem mesmo com uma etiqueta de distribuição menor. Ninguém queria tocar em nós. Ninguém estava interessado.
Foi bom ter esse tipo de reconhecimento.
CP: Vocês venceram novamente em 1978 como o melhor grupo, e quando receberam o prêmio, você disse, "Gostaríamos de agradecer a Dan Hill por não ser um grupo".
LIFESON: (Risos) Ele ganhou tudo naquele ano. Anos mais tarde um encontrei com Dan. Rimos muito disso. Ele se lembrava.