GEDDY LEE RESPONDE PERGUNTAS DE FÃS FEITAS PELO TWITTER



14 DE NOVEMBRO DE 2014 | POR VAGNER CRUZ

Geddy Lee ao vivo durante o show no O2 World em Berlim, Alemanha, no dia 6 de junho de 2013
Continuando a semana bastante movimentada em torno do Rush, essa que marca o lançamento do box R40 (material comemorativo dos quarenta anos da banda com Neil Peart), Geddy Lee respondeu a uma série de perguntas interessantes, curiosas e divertidas para a Rolling Stone, além de outras promovidas pela revista realizadas por vários fãs no Twitter. Trazemos o material inteiramente traduzido para vocês. Confiram:

Por Andy Greene
Tradução: Vagner Cruz


Geddy Lee não é um grande fã da mídia social. "Às vezes olho o Twitter para acompanhar as transações do beisebol", ele diz. "É só isso. Também não estou no Facebook ou em qualquer coisa do tipo. Vejo isso como um vício e já tenho vícios suficientes. Deus sabe o quanto pego meu telefone para acompanhar os placares do beisebol. Na rua, você está sempre esbarrando nas pessoas porque elas estão sempre nos malditos celulares".

Essa atitude cordialmente old school significa que os fãs do Rush não têm muitas oportunidades para se comunicar com seu herói. Dessa forma, quando nos sentamos com Geddy recentemente, decidimos solicitar algumas perguntas via Twitter. Centenas delas chegaram até nós (com a hashtag #AskGeddyLee em abrangência nacional). Não conseguiríamos lançar todas elas, mas fizemos o que podíamos - juntamente com algumas nossas.

Você já está longe da estrada há um ano. O que tem feito?

Bem, comecei fazendo uma tonelada de viagens com minha esposa. Gostamos de viajar. Fizemos três viagens à Itália e depois fomos para Galápagos com nossa filha. A seguir passamos seis semanas na Austrália, nos escondendo do inverno e explorando a parte sudeste do continente. Então voltamos e curtimos um pequeno período em Londres. Por volta de junho, decidimos passar o verão em Toronto, pois meu filho e sua esposa tiveram seu primeiro filho. Assim decidimos pelo verão em Toronto pela primeira vez em mais de dez anos. Foi muito divertido estar em casa, desfrutar do lar e de ser avô.

Há alguns meses, Alex nos falou sobre uma possível turnê de 41º aniversário, onde vocês poderiam trazer materiais raros.

Bem, na verdade ainda não falamos sobre o que faríamos se passarmos dessa fase de decidir se faremos algo. Uma vez que aconteça, vamos entrar nos detalhes. Mas acho que se fizermos algo como uma turnê de aniversário, provavelmente será algo do tipo "viagem ao longo dos anos".

Se isso acontecer, quero falar sobre algumas canções que vocês não tocam há algum tempo e ver sua reação à elas. Vamos começar com "Fly By Night". Ela foi um hit, mas vocês não a tocam desde 1978.

Eu não sei, cara. Essa canção me assusta.

Pelos vocais serem muito altos?

É uma música alta. É também um tempo e um lugar. Eu diria que não, não seria minha primeira escolha.

E "The Necromancer"?

"Somos homens de Willowdale". É, não sei. Mesma coisa. Todo aquele período do Caress of Steel está preso em um momento estranho e engraçado da nossa história. Realmente não sei como iria resistir ao teste do tempo.

E sobre os dois livros de "Cygnus"?

Ah, bem, isso seria legal. É, isso seria super legal.

"Cut To The Chase"?

Eu gosto dessa canção. Não sei os outros caras, mas eu gosto dessa.

"Chemistry"?

Oh, ótima. Escrevi no meu porão quando morava no interior. Foi uma das primeiras canções para qual fiz uma demo sozinho, trazendo depois para a banda. Em seguida, Neil trouxe sua magia lírica para ela. Essa é uma canção legal. Gosto dessa.

Ao ler os fóruns de fãs, sinto que eles querem ouvir mais coisas dos primeiros três ou quatro álbuns.

Se concordarmos em sair e tendo alguma coisa do tipo aniversário, tenho certeza que vamos puxar algumas dessas antigas.

Vou passar agora para as perguntas solicitadas via Twitter:

Por que 2112 não tem 21 minutos e 12 segundos? Seriam apenas mais alguns segundos que poderiam causar um grande efeito.

[Risos] Acho que gravamos essa antes dos relógios digitais, e não estávamos prestando muita atenção nesses aspectos. É como um jogador de beisebol sobre o qual li uma vez. Ele se aposentou com 2,999 rebatidas. Eles não acompanharam na época, e com mais uma ele entraria no clube das 3,000.

Quão ruim é o cheiro do Neil após um show?

Não sei, porque ele sai direto para seu ônibus. Não o vejo após um show há anos.

Muitas pessoas fazem a mesma pergunta do Pavement. Eles querem saber, "Como sua voz chega tão alto? Será que ele fala como um cara normal?"

Ainda perguntam isso, depois de todo esse tempo? Bem, sim, eu falo como um cara normal.

Se você pudesse manter os fãs à distância, viria à minha ioga ou em minhas aulas de aeróbica aquática?

Não.

Eddie Van Halen realmente derramou cerveja em seu gravador de fitas em 1980? Que história é essa?

Oh, é uma lembrança interessante. Estávamos em um bar de hotel em Leicester e um dos nossos roadies estava tocando seu beatbox. E os caras do Van Halen estavam um pouco embriagados e nós estávamos à caminho de ficarmos também. Então acho que um pouco de cerveja foi derramada sim.

Você prefere tacos ou burritos?

Hum... Tacos.

Caracóis são insetos? Vamos lá cara, alguém tem que saber.

Não sei, mas se eles estiverem mergulhados no alho, manteiga e salsa, vou comê-los.

Você prefere o Van Halen com Sammy Hagar ou David Lee Roth?

Não ouço com nenhum dos dois.

Por décadas a Rolling Stone ignorou e menosprezou o Rush. Como você se sente sendo entrevistado pela mesma revista.

Somos canadenses. Somos muito educados e não guardamos rancor.

Como você se sentiu com os aplausos no Rock and Roll Hall of Fame quando "... e de Toronto" foi anunciado?

Choque e arrepios. Todo aquele momento foi bastante coisa. Acho que ficamos muito surpresos. Fomos surpreendidos durante todo aquele começo de noite. Foi indescritível e um momento que nunca vou esquecer.

Você já votou para as indicações do próximo ano?

Não, mas vou votar. Nem sei quem está na votação, mas estou desapontado pelo Yes e o Deep Purple não estarem lá. É simplesmente errado.

Como alguém se torna um mago poderoso como você?

[Risos] Com muito café.

O que você faz na pausa com o Rush para preservar sua voz para o próximo álbum ou turnê?

Eu não faço nada. Não canto nada. Mas tenho tocado mais nessa pausa como em nenhum outro período de folga, tanto baixo quanto um monte de guitarras. Estou pegando alguns desses instrumentos antigos e eles estão me inflamando. Passei muito tempo em meu estúdio, ou na frente de um jogo de beisebol ou tocando baixo.

Fonte: Rolling Stone