ENTREVISTA COM GEDDY LEE PARA JORNAL IRLANDÊS
29/04/2011
Geddy Lee concedeu hoje uma boa entrevista para o jornal irlandês The Irish Times. A banda pisará na Irlanda pela primeira vez na carreira no próximo dia 12 de maio, em show na capital Dublin que fará parte da mini turnê européia da Time Machine Tour. Confiram abaixo a tradução do bate-papo na íntegra:
Os heróis do prog canadense Rush finalmente chegam à Irlanda. Geddy Lee conversou com o repórter Kevin Courtney
Vocês estão juntos desde 1974 e são amigos durante todo esse tempo. Você acha que continuarão juntos assim até o aniversário de 40 anos?
Não vejo nenhuma razão para não. Fizemos isso até aqui. Se não enjoamos uns dos outros nesse tempo todo, isso não acontecerá nos próximos anos. Tivemos momentos em que nos sentimos frustrados, cansados e infelizes - é o que acontece na vida - mas acho que nunca nos olhamos e dissemos: "Não quero fazer mais isso".
Você construiu sua fama como um músico ágil e muito qualificado. Você se preocupa que, à medida que envelhece, poderá ir sendo superado por músicos mais jovens?
Essa é a razão pela qual temos saído em turnê nestes últimos anos - por medo de que isso aconteça. Neste momento, e certamente na última parte da turnê, sentimos que temos tocado tão bem ou se não melhor do que jamais tocamos antes, então é meio que "está funcionando muito bem, vamos encarar". Um músico pode evoluir para uma outra fase de sua vida e ainda assim mandar bem. Não é tão fácil para um atleta fazer isso, por exemplo.
Essa é sua primeira visita à Irlanda. Por que se esqueceu de nós?
Não sei por que nunca deu certo virmos para cá, mas temos certeza desta vez - "sim, vamos, está na hora". A cada turnê sempre falo para tentarmos, mas nunca acontece. Dessa vez estamos chegando, sem desculpas.
Como é o show de vocês agora? Nas últimas turnês havia três máquinas de lavar gigantes no palco - elas representavam os diferentes ciclos da banda?!
Sempre deixamos nossa imaginação correr um pouco mais solta no palco quando estamos criando nossos shows. E dessa vez temos um set-up bem divertido. É uma viagem de volta para o futuro. Fazemos um show que leva muito tempo - cerca de três horas de música, com muitos vídeos e vários estágios.
Será que as mulheres vão aos shows por sua própria vontade ou são arrastadas até lá principalmente por seus maridos?
Nós deixamos as mulheres vir se insistirem. Algumas delas têm disposição.
Vocês foram a resposta do Canadá para o Yes. Mas quem são os seus contemporâneos agora? O Muse?
Acho que o rock'n'roll está evoluindo, e bandas como o Rolling Stones provam que é possível envelhecer graciosamente, mantendo o pique. Não sei se existem muitas bandas fazendo o que fazemos, de forma que somos uma das últimas folhas da árvore do rock progressivo. Há um monte de bandas carregando a tradição de uma forma mais moderna, como o Radiohead e o Sigur Rós, que são bandas bem progressivas também.
É difícil para músicos virtuosos como você para ouvir bandas menos realizadas musicalmente? Você pensa, "esses caras estão pregados no Modo Lócrio"?
Não, acho que você pode apreciar qualquer coisa, depende para que é feita. Não ouço bandas como nós, ouço todos os tipos de música. A maioria dos músicos é assim, eles mantêm a mente aberta quando ouvem algo que acham legal, seja do seu estilo ou não. No momento, sou um grande fã de uma banda chamada Fleet Foxes. Sou um daqueles velhos catadores que ainda gosta de comprar CDs.
Em 2010 vocês entraram para o Canadian Songwriters Hall of Fame.
Isso foi incrível. É muito inspirador quando você recebe homenagem dessas. Você coça a cabeça e tenta não pensar nisso durante muito tempo. Sempre significa muito quando pessoas que fazem as mesmas coisas que você reconhecem seu trabalho.
Você tem algum hobby? Pilotar aviões talvez? Exploração de cavernas?
Alex é um ótimo jogador de golf e é dono de parte de um campo de golf. Eu adoro viajar com minha família ou apenas com minha esposa - sempre participamos de viagens de bicicleta e caminhadas. O mundo é bem grande para se explorar. Acho que todos esses anos tocando em turnês me fez gostar de estar mais ao ar livre quando viajo. Sou um grande apreciador de vinho e sempre visitamos regiões vinícolas. Neil é um grande entusiasta de motocicletas. Ele gosta de escrever e viajar, e tem uma filha com um pouco mais de um ano de idade. Ele começou uma segunda família, por isso tem estado bem ocupado.
Alguma vez você topou com alguma banda irlandesa em turnê?
Nos velhos tempos saímos em turnê com o Thin Lizzy, e fizemos muita amizade com esses caras. Fizemos também um monte de shows com Rory Gallagher, que também era um grande amigo. E Gary Moore. Fiquei muito triste ao ler sobre sua morte. Ele era um cara muito doce.
Os heróis do prog canadense Rush finalmente chegam à Irlanda. Geddy Lee conversou com o repórter Kevin Courtney
Vocês estão juntos desde 1974 e são amigos durante todo esse tempo. Você acha que continuarão juntos assim até o aniversário de 40 anos?
Não vejo nenhuma razão para não. Fizemos isso até aqui. Se não enjoamos uns dos outros nesse tempo todo, isso não acontecerá nos próximos anos. Tivemos momentos em que nos sentimos frustrados, cansados e infelizes - é o que acontece na vida - mas acho que nunca nos olhamos e dissemos: "Não quero fazer mais isso".
Você construiu sua fama como um músico ágil e muito qualificado. Você se preocupa que, à medida que envelhece, poderá ir sendo superado por músicos mais jovens?
Essa é a razão pela qual temos saído em turnê nestes últimos anos - por medo de que isso aconteça. Neste momento, e certamente na última parte da turnê, sentimos que temos tocado tão bem ou se não melhor do que jamais tocamos antes, então é meio que "está funcionando muito bem, vamos encarar". Um músico pode evoluir para uma outra fase de sua vida e ainda assim mandar bem. Não é tão fácil para um atleta fazer isso, por exemplo.
Essa é sua primeira visita à Irlanda. Por que se esqueceu de nós?
Não sei por que nunca deu certo virmos para cá, mas temos certeza desta vez - "sim, vamos, está na hora". A cada turnê sempre falo para tentarmos, mas nunca acontece. Dessa vez estamos chegando, sem desculpas.
Como é o show de vocês agora? Nas últimas turnês havia três máquinas de lavar gigantes no palco - elas representavam os diferentes ciclos da banda?!
Sempre deixamos nossa imaginação correr um pouco mais solta no palco quando estamos criando nossos shows. E dessa vez temos um set-up bem divertido. É uma viagem de volta para o futuro. Fazemos um show que leva muito tempo - cerca de três horas de música, com muitos vídeos e vários estágios.
Será que as mulheres vão aos shows por sua própria vontade ou são arrastadas até lá principalmente por seus maridos?
Nós deixamos as mulheres vir se insistirem. Algumas delas têm disposição.
Vocês foram a resposta do Canadá para o Yes. Mas quem são os seus contemporâneos agora? O Muse?
Acho que o rock'n'roll está evoluindo, e bandas como o Rolling Stones provam que é possível envelhecer graciosamente, mantendo o pique. Não sei se existem muitas bandas fazendo o que fazemos, de forma que somos uma das últimas folhas da árvore do rock progressivo. Há um monte de bandas carregando a tradição de uma forma mais moderna, como o Radiohead e o Sigur Rós, que são bandas bem progressivas também.
É difícil para músicos virtuosos como você para ouvir bandas menos realizadas musicalmente? Você pensa, "esses caras estão pregados no Modo Lócrio"?
Não, acho que você pode apreciar qualquer coisa, depende para que é feita. Não ouço bandas como nós, ouço todos os tipos de música. A maioria dos músicos é assim, eles mantêm a mente aberta quando ouvem algo que acham legal, seja do seu estilo ou não. No momento, sou um grande fã de uma banda chamada Fleet Foxes. Sou um daqueles velhos catadores que ainda gosta de comprar CDs.
Em 2010 vocês entraram para o Canadian Songwriters Hall of Fame.
Isso foi incrível. É muito inspirador quando você recebe homenagem dessas. Você coça a cabeça e tenta não pensar nisso durante muito tempo. Sempre significa muito quando pessoas que fazem as mesmas coisas que você reconhecem seu trabalho.
Você tem algum hobby? Pilotar aviões talvez? Exploração de cavernas?
Alex é um ótimo jogador de golf e é dono de parte de um campo de golf. Eu adoro viajar com minha família ou apenas com minha esposa - sempre participamos de viagens de bicicleta e caminhadas. O mundo é bem grande para se explorar. Acho que todos esses anos tocando em turnês me fez gostar de estar mais ao ar livre quando viajo. Sou um grande apreciador de vinho e sempre visitamos regiões vinícolas. Neil é um grande entusiasta de motocicletas. Ele gosta de escrever e viajar, e tem uma filha com um pouco mais de um ano de idade. Ele começou uma segunda família, por isso tem estado bem ocupado.
Alguma vez você topou com alguma banda irlandesa em turnê?
Nos velhos tempos saímos em turnê com o Thin Lizzy, e fizemos muita amizade com esses caras. Fizemos também um monte de shows com Rory Gallagher, que também era um grande amigo. E Gary Moore. Fiquei muito triste ao ler sobre sua morte. Ele era um cara muito doce.