12 DE OUTUBRO DE 2010 | POR VAGNER CRUZ
Essa arte foi criada por nós do Fã-Clube. Incrivelmente, não foi disponibilizado nenhum banner oficial. |
Inesquecível. Única palavra que temos para definir a segunda passagem do Rush pelo Brasil. Se as apresentações de 2002 já haviam sido espetaculares e marcantes, a banda de Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart provou mais uma vez que o tempo, tema da turnê Time Machine, é algo que parece passar inversamente para eles. Quanto mais velhos, mais vigor, dedicação e perfeccionismo transbordam através desses fantásticos senhores canadenses.
A banda se apresentou dessa vez em São Paulo (estádio do Morumbi no dia 08 de outubro de 2010) e no Rio de Janeiro (Praça da Apoteose no dia 10 de outubro de 2010), na segunda tour da carreira deles pelo país. Geddy (57), Alex (57) e Neil (58) já não são mais garotos realmente, mas a inteligência desses mestres em se adaptarem às circunstâncias os confirma, a cada ano que passa, como uma das bandas mais diferenciadas e admiradas na história. Diga a qualquer garoto que curta rock and roll e que ainda não os conheça muito bem que esses caras já estão na estrada juntos há 40 anos: você terá no mínimo uma expressão de surpresa. Às vezes desconfiamos se em 2112 eles ainda não estarão por aí, encantando platéias pelo mundo!
Sobre a Time Machine Tour, a mesma trouxe como maiores atrações a execução do álbum Moving Pictures na íntegra, fato inédito na carreira deles, além da apresentação de duas novas canções até então, "Brought You To Believe" (abreviada "BU2B") e "Caravan". Essas serão parte do próximo álbum de estúdio da banda, Clockwork Angels, que será lançado em um futuro próximo.
O palco da Time Machine também foi um show à parte. Preparado com talentos estéticos exuberantes, a ambientação apresentada foi totalmente baseada na atmosfera Steampunk, sub-gênero da ficção científica baseado em um Século XIX imaginário, anacrônico, tecnologicamente precoce e à base de vapor e eletricidade. Trata-se de uma realidade alternativa, uma proposta caracterizada como se a Era Vitoriana tivesse sido de tal forma bem sucedida que seus costumes, tecnologia e cultura tivessem perdurado por muito mais tempo do que de fato duraram. O gênero Steam (vapor em inglês) há muito vem se popularizando e se mostra aos nossos olhos em filmes e desenhos animados como a série O Mundo Perdido, o seriado e filme James West, o filme De Volta Para o Futuro III e os animes Steamboy e Full Metal Alchemist, entre outros. Os longas A Liga Extraordinária e Van Helsing também são outros exemplos. Viagens sobre trilhos de trens, hotéis flutuantes vagando em zepelins e máquinas extravagantes de funcionamento complicado podem ser vistos dentro da cultura Steampunk. Suas origens remontam às obras pioneiras de mestres como Júlio Verne, H.G. Wells, Mark Twain e Mary Shelley, entre outros. Cada um destes autores escreveu obras apresentando a tecnologia avançada ambientada no século XIX ou início do século XX.
Continuando a proposta de Snakes & Arrows (turnê de 2007 / 2008), o show da Time Machine Tour se inicia com a grande irreverência que sempre foi característica da banda, mas que acontecia apenas entre eles no passado. Um vídeo bastante hilário chamado "Rash - A Verdadeira História do Rush" mostra uma pequena história se passando em uma lanchonete fictícia denominada Gershon's Haus of Sausage (Casa da Salsicha do Gershon), com Geddy caracterizado como o exótico dono do estabelecimento. Slobovitch (Alex), um freguês obeso que adora salsichas e O'Malley (Neil), um cliente policial irlandês, compõem o cenário. Em um dado momento Slobovitch traz, a pedido de Gershon, o Gefilter, uma máquina louca que faz com que a canção "The Spirit of Radio" (que está sendo executada com tuba e acordeon por uma pequena banda no local, representando satiricamente o antigo Rush), mude incrivelmente para versões disco, country e, finalmente, para a que conhecemos, iniciando o grande show. Geddy veste geralmente na primeira parte da apresentação uma camiseta com o logo Rash e, no segundo set, outra com a marca da máquina maluca Gefilter.
As canções executadas no primeiro set, após "The Spirit of Radio" são, nessa ordem: "Time Stand Still", "Presto" (que mostra um show de mágica em preto-e-branco no telão no fim da canção), "Stick It Out" (que traz trechos do vídeo-clipe original), "Workin' Them Angels" (com as mesmas imagens utilizadas na turnê Snakes & Arrows), "Leave That Thing Alone" (com um vídeo similar ao apresentado em 2002 na turnê Vapor Trails), "Faithless" (apresentando um lindo vídeo incita um sonho, mostrando borboletas e conchas), "BU2B" (expondo através de uma máquina de escrever antiga a letra da canção), "Freewill", "Marathon" (com um solo estendido de guitarra) e, fechando, "Subdivisions".
O segundo set da Time Machine Tour trouxe um outro vídeo de abertura, intitulado Rash: The Real History of Rush - Episode No. 17 "...And Rock And Roll Is My Name", mostrando uma tentativa de filmagem da banda no começo da carreira, representada por jovens atores. Alex, agora como o empresário Ray Danniels (ainda obeso e usando mullets), interage com Geddy como o diretor (uma alusão a Andy Warhol, pintor e cineasta norte-americano). Neil desta vez surge como o cinegrafista. Dessa vez a Time Machine está lá, funcionando descontroladamente. Podemos ver na passagem dos anos Geddy, Alex e Neil representados nas formas mais divertidas, como homens das pré-históricos, bebês, garotinhos, magos, macacos e também invertidos em seus instrumentos (Geddy aparece na bateria, Neil na guitarra e Alex no baixo). Esse vídeo é, na verdade, uma introdução para um dos momentos mais aguardados na nova turnê: a execução ao vivo do álbum Moving Pictures, que tem início com a explosão de "Tom Sawyer", seguindo com "Red Barchetta", "YYZ", "Limelight", "The Camera Eye", "Witch Hunt" e "Vital Signs". Todos os vídeos apresentados para as canções de Moving Pictures foram claramente inspirados em Monty Pyton, apresentando sempre o prédio do parlamento da capa do disco e os carregadores de vermelho combinados com o tema da canção.
Logo após temos "Caravan", uma das novas canções que mostra no telão um dirigível na atmosfera Steampunk, sobrevoando uma paisagem com as mesmas características. Após "Caravan", temos o momento onde todas as atenções se voltam para Neil Peart: a execução do novo solo do baterista, "Love 4 Sale" - mais uma aula fantástica onde o canadense prova porque é considerado um dos maiores do mundo no instrumento, de todos os tempos. "Closer To The Heart" (com uma bela introdução no violão de 12 cordas composta por Lifeson), "2112 Overture / The Temples of Syrinx" e "Far Cry" (com o mesmo visual nos telões da Snakes & Arrows Tour), encerram o show.
Antes do encore, Alex e Geddy, de forma tradicional, retornam ao palco jogando camisetas para os fãs. Uma delas traz escrito "Gershon's" na frente e "Nobody Beats My Sausage" nas costas. A outra diz "Slobovich Says..." e atrás "The Last Time Someone Grabbed My Sausage...". O encore da Time Machine Tour apresenta ainda as canções "La Villa Strangiato" (com uma introdução polka bem atípica e divertida) e "Working Man" (executada em reggae na introdução), encerrando a noite e deixando aquela sensação de imediata saudade.
Com vocês, o Rush:
"(...) Sei que o mecanismo que nos trouxe até aqui não existe mais. Um exemplo perfeito de como isso se inverteu é que naquele tempo não fazíamos dinheiro em turnês, nem mesmo durante os anos quando tínhamos mais sucesso. Contávamos sempre quantos discos vendíamos e vivíamos de composições. Sair em turnê era só uma maneira de divulgar isso. De repente, nos últimos 10, 15 anos, tudo isso girou e passamos a fazer nossa renda somente em turnês. Em uma banda como Rush, ninguém vai nos pagar para fazer um disco - vai ser feito como uma indulgência. O próprio Snakes & Arrows foi pago por ele mesmo e se quisermos fazer uma vida para além do que temos, teremos que cair na estrada para turnês". (Neil Peart, Guitar Center.com - Fevereiro de 2010)
"(...) Acho que vai ser um desafio interessante tocar algumas dessas músicas, especialmente 'The Camera Eye', uma canção que já não trazemos há anos. Obviamente, é provável que façamos essa de um modo mais atualizado. Você nunca sabe que efeito causará trazendo essas músicas antigas. Há momentos no passado em que pensamos, 'Não há nenhuma maneira de trabalharmos novamente nessa canção', e então você começa a ensaiar, começa a tocar e fica bastante surpreso gostando dela de novo. E, às vezes, a traz de volta de uma maneira totalmente nova. Acho que, de certa forma, deixei de ser cínico sobre nosso passado e às vezes ter um segundo olhar sobre uma antiga canção pode lhe dar uma história totalmente nova (...)". (Geddy Lee, Rolling Stone - Abril de 2010)
"Neil estava realmente impressionado com o fato de que Steely Dan tocava álbuns diferentes de noite pra noite. Isso seria talvez um pouco ambicioso demais para nós. Pensamos que seria uma boa forma de incorporar 'The Camera Eye', um pouco mais do que uma simples apresentação especial. Temos tocado e encostado as outras músicas do Moving Pictures, mas foi bom condensar tudo desse álbum, apresentando-o dessa maneira". (Alex Lifeson, The Moring Call - Agosto de 2010)
"(...) Mesmo já na segunda perna da turnê, depois de quase vinte shows, senti que precisávamos entrar numa nova 'zona'. A estrutura básica do show, os detalhes dos arranjos, ritmos e transições foram refinados noite após noite, à medida em que avançávamos (ensaiamos durante dois meses para uma turnê de três meses). Tínhamos o fundamento e, à partir dele, cada um de nós foi chegando mais longe. Mais determinação e cuidados foram sendo derramados em nossos desempenhos individuais, e juntos aquela energia foi se fundindo em uma única brasa que nos surpreendeu. Essa energia bruta provocou em nossas sessões de improvisação, sobretudo com Geddy no baixo em 'Leave That Thing Alone', e Alex em seu frenético instrumental no meio de 'Working Man', sobre o qual ele brinca com o que um crítico chamou a muito tempo atrás de 'típico de um adolescente abandonado'. Durante essa parte, no final da noite, quando olho da bateria e vejo Alex voltando para solar, não posso deixar de sorrir para esse cara louco que tenho assistido a 36 anos. A mágica ainda acontece". (Neil Peart, Cruel Summer - Setembro de 2010).
"Nossa primeira viagem ao Brasil foi ótima. Ficamos impressionados com o entusiasmo dos fãs e com a quantidade deles. Gostamos de conhecer as três cidades em que tocamos (Rio, São Paulo e Porto Alegre). Conhecemos várias pessoas legais. Acho que foi uma das nossas melhores viagens para fora do Canadá". (Geddy Lee, O Globo - Outubro de 2010).
O Rush Fã-Clube Brasil foi premiado com três momentos fantásticos, encontrando a banda em São Paulo e Rio de Janeiro pelo Meet & Greet. Eles levaram nossas camisas especiais que criamos para a ocasião, e agora temos certeza que sabem de nós. Agradecemos a todos por levarem o nome do nosso Fã-Clube ao conhecimento dos canadenses. Nossa camiseta especial traz o endereço do blog e uma das engrenagens temáticas da turnê mostra a nossa bandeira, ajudando a movimentar com paixão a potente máquina que é o Rush.
A banda se apresentou dessa vez em São Paulo (estádio do Morumbi no dia 08 de outubro de 2010) e no Rio de Janeiro (Praça da Apoteose no dia 10 de outubro de 2010), na segunda tour da carreira deles pelo país. Geddy (57), Alex (57) e Neil (58) já não são mais garotos realmente, mas a inteligência desses mestres em se adaptarem às circunstâncias os confirma, a cada ano que passa, como uma das bandas mais diferenciadas e admiradas na história. Diga a qualquer garoto que curta rock and roll e que ainda não os conheça muito bem que esses caras já estão na estrada juntos há 40 anos: você terá no mínimo uma expressão de surpresa. Às vezes desconfiamos se em 2112 eles ainda não estarão por aí, encantando platéias pelo mundo!
Sobre a Time Machine Tour, a mesma trouxe como maiores atrações a execução do álbum Moving Pictures na íntegra, fato inédito na carreira deles, além da apresentação de duas novas canções até então, "Brought You To Believe" (abreviada "BU2B") e "Caravan". Essas serão parte do próximo álbum de estúdio da banda, Clockwork Angels, que será lançado em um futuro próximo.
O palco da Time Machine também foi um show à parte. Preparado com talentos estéticos exuberantes, a ambientação apresentada foi totalmente baseada na atmosfera Steampunk, sub-gênero da ficção científica baseado em um Século XIX imaginário, anacrônico, tecnologicamente precoce e à base de vapor e eletricidade. Trata-se de uma realidade alternativa, uma proposta caracterizada como se a Era Vitoriana tivesse sido de tal forma bem sucedida que seus costumes, tecnologia e cultura tivessem perdurado por muito mais tempo do que de fato duraram. O gênero Steam (vapor em inglês) há muito vem se popularizando e se mostra aos nossos olhos em filmes e desenhos animados como a série O Mundo Perdido, o seriado e filme James West, o filme De Volta Para o Futuro III e os animes Steamboy e Full Metal Alchemist, entre outros. Os longas A Liga Extraordinária e Van Helsing também são outros exemplos. Viagens sobre trilhos de trens, hotéis flutuantes vagando em zepelins e máquinas extravagantes de funcionamento complicado podem ser vistos dentro da cultura Steampunk. Suas origens remontam às obras pioneiras de mestres como Júlio Verne, H.G. Wells, Mark Twain e Mary Shelley, entre outros. Cada um destes autores escreveu obras apresentando a tecnologia avançada ambientada no século XIX ou início do século XX.
Continuando a proposta de Snakes & Arrows (turnê de 2007 / 2008), o show da Time Machine Tour se inicia com a grande irreverência que sempre foi característica da banda, mas que acontecia apenas entre eles no passado. Um vídeo bastante hilário chamado "Rash - A Verdadeira História do Rush" mostra uma pequena história se passando em uma lanchonete fictícia denominada Gershon's Haus of Sausage (Casa da Salsicha do Gershon), com Geddy caracterizado como o exótico dono do estabelecimento. Slobovitch (Alex), um freguês obeso que adora salsichas e O'Malley (Neil), um cliente policial irlandês, compõem o cenário. Em um dado momento Slobovitch traz, a pedido de Gershon, o Gefilter, uma máquina louca que faz com que a canção "The Spirit of Radio" (que está sendo executada com tuba e acordeon por uma pequena banda no local, representando satiricamente o antigo Rush), mude incrivelmente para versões disco, country e, finalmente, para a que conhecemos, iniciando o grande show. Geddy veste geralmente na primeira parte da apresentação uma camiseta com o logo Rash e, no segundo set, outra com a marca da máquina maluca Gefilter.
As canções executadas no primeiro set, após "The Spirit of Radio" são, nessa ordem: "Time Stand Still", "Presto" (que mostra um show de mágica em preto-e-branco no telão no fim da canção), "Stick It Out" (que traz trechos do vídeo-clipe original), "Workin' Them Angels" (com as mesmas imagens utilizadas na turnê Snakes & Arrows), "Leave That Thing Alone" (com um vídeo similar ao apresentado em 2002 na turnê Vapor Trails), "Faithless" (apresentando um lindo vídeo incita um sonho, mostrando borboletas e conchas), "BU2B" (expondo através de uma máquina de escrever antiga a letra da canção), "Freewill", "Marathon" (com um solo estendido de guitarra) e, fechando, "Subdivisions".
O segundo set da Time Machine Tour trouxe um outro vídeo de abertura, intitulado Rash: The Real History of Rush - Episode No. 17 "...And Rock And Roll Is My Name", mostrando uma tentativa de filmagem da banda no começo da carreira, representada por jovens atores. Alex, agora como o empresário Ray Danniels (ainda obeso e usando mullets), interage com Geddy como o diretor (uma alusão a Andy Warhol, pintor e cineasta norte-americano). Neil desta vez surge como o cinegrafista. Dessa vez a Time Machine está lá, funcionando descontroladamente. Podemos ver na passagem dos anos Geddy, Alex e Neil representados nas formas mais divertidas, como homens das pré-históricos, bebês, garotinhos, magos, macacos e também invertidos em seus instrumentos (Geddy aparece na bateria, Neil na guitarra e Alex no baixo). Esse vídeo é, na verdade, uma introdução para um dos momentos mais aguardados na nova turnê: a execução ao vivo do álbum Moving Pictures, que tem início com a explosão de "Tom Sawyer", seguindo com "Red Barchetta", "YYZ", "Limelight", "The Camera Eye", "Witch Hunt" e "Vital Signs". Todos os vídeos apresentados para as canções de Moving Pictures foram claramente inspirados em Monty Pyton, apresentando sempre o prédio do parlamento da capa do disco e os carregadores de vermelho combinados com o tema da canção.
Logo após temos "Caravan", uma das novas canções que mostra no telão um dirigível na atmosfera Steampunk, sobrevoando uma paisagem com as mesmas características. Após "Caravan", temos o momento onde todas as atenções se voltam para Neil Peart: a execução do novo solo do baterista, "Love 4 Sale" - mais uma aula fantástica onde o canadense prova porque é considerado um dos maiores do mundo no instrumento, de todos os tempos. "Closer To The Heart" (com uma bela introdução no violão de 12 cordas composta por Lifeson), "2112 Overture / The Temples of Syrinx" e "Far Cry" (com o mesmo visual nos telões da Snakes & Arrows Tour), encerram o show.
Antes do encore, Alex e Geddy, de forma tradicional, retornam ao palco jogando camisetas para os fãs. Uma delas traz escrito "Gershon's" na frente e "Nobody Beats My Sausage" nas costas. A outra diz "Slobovich Says..." e atrás "The Last Time Someone Grabbed My Sausage...". O encore da Time Machine Tour apresenta ainda as canções "La Villa Strangiato" (com uma introdução polka bem atípica e divertida) e "Working Man" (executada em reggae na introdução), encerrando a noite e deixando aquela sensação de imediata saudade.
Com vocês, o Rush:
"(...) Sei que o mecanismo que nos trouxe até aqui não existe mais. Um exemplo perfeito de como isso se inverteu é que naquele tempo não fazíamos dinheiro em turnês, nem mesmo durante os anos quando tínhamos mais sucesso. Contávamos sempre quantos discos vendíamos e vivíamos de composições. Sair em turnê era só uma maneira de divulgar isso. De repente, nos últimos 10, 15 anos, tudo isso girou e passamos a fazer nossa renda somente em turnês. Em uma banda como Rush, ninguém vai nos pagar para fazer um disco - vai ser feito como uma indulgência. O próprio Snakes & Arrows foi pago por ele mesmo e se quisermos fazer uma vida para além do que temos, teremos que cair na estrada para turnês". (Neil Peart, Guitar Center.com - Fevereiro de 2010)
"(...) Acho que vai ser um desafio interessante tocar algumas dessas músicas, especialmente 'The Camera Eye', uma canção que já não trazemos há anos. Obviamente, é provável que façamos essa de um modo mais atualizado. Você nunca sabe que efeito causará trazendo essas músicas antigas. Há momentos no passado em que pensamos, 'Não há nenhuma maneira de trabalharmos novamente nessa canção', e então você começa a ensaiar, começa a tocar e fica bastante surpreso gostando dela de novo. E, às vezes, a traz de volta de uma maneira totalmente nova. Acho que, de certa forma, deixei de ser cínico sobre nosso passado e às vezes ter um segundo olhar sobre uma antiga canção pode lhe dar uma história totalmente nova (...)". (Geddy Lee, Rolling Stone - Abril de 2010)
"Neil estava realmente impressionado com o fato de que Steely Dan tocava álbuns diferentes de noite pra noite. Isso seria talvez um pouco ambicioso demais para nós. Pensamos que seria uma boa forma de incorporar 'The Camera Eye', um pouco mais do que uma simples apresentação especial. Temos tocado e encostado as outras músicas do Moving Pictures, mas foi bom condensar tudo desse álbum, apresentando-o dessa maneira". (Alex Lifeson, The Moring Call - Agosto de 2010)
"(...) Mesmo já na segunda perna da turnê, depois de quase vinte shows, senti que precisávamos entrar numa nova 'zona'. A estrutura básica do show, os detalhes dos arranjos, ritmos e transições foram refinados noite após noite, à medida em que avançávamos (ensaiamos durante dois meses para uma turnê de três meses). Tínhamos o fundamento e, à partir dele, cada um de nós foi chegando mais longe. Mais determinação e cuidados foram sendo derramados em nossos desempenhos individuais, e juntos aquela energia foi se fundindo em uma única brasa que nos surpreendeu. Essa energia bruta provocou em nossas sessões de improvisação, sobretudo com Geddy no baixo em 'Leave That Thing Alone', e Alex em seu frenético instrumental no meio de 'Working Man', sobre o qual ele brinca com o que um crítico chamou a muito tempo atrás de 'típico de um adolescente abandonado'. Durante essa parte, no final da noite, quando olho da bateria e vejo Alex voltando para solar, não posso deixar de sorrir para esse cara louco que tenho assistido a 36 anos. A mágica ainda acontece". (Neil Peart, Cruel Summer - Setembro de 2010).
"Nossa primeira viagem ao Brasil foi ótima. Ficamos impressionados com o entusiasmo dos fãs e com a quantidade deles. Gostamos de conhecer as três cidades em que tocamos (Rio, São Paulo e Porto Alegre). Conhecemos várias pessoas legais. Acho que foi uma das nossas melhores viagens para fora do Canadá". (Geddy Lee, O Globo - Outubro de 2010).
O Rush Fã-Clube Brasil foi premiado com três momentos fantásticos, encontrando a banda em São Paulo e Rio de Janeiro pelo Meet & Greet. Eles levaram nossas camisas especiais que criamos para a ocasião, e agora temos certeza que sabem de nós. Agradecemos a todos por levarem o nome do nosso Fã-Clube ao conhecimento dos canadenses. Nossa camiseta especial traz o endereço do blog e uma das engrenagens temáticas da turnê mostra a nossa bandeira, ajudando a movimentar com paixão a potente máquina que é o Rush.
RELATOS SOBRE O MEET & GREET
Além de curtir ao vivo um show do Rush, um dos momentos mais sonhados para qualquer fã da banda é o de poder ficar ao lado dos músicos, nem que seja por poucos segundos. E isso realmente aconteceu em São Paulo com quatro participantes de longa data do Rush Fã-Clube Brasil: Dilson Siud, Gustavo Oliveira, Marcel Morsiani e Cris McBrain, além desse que vos escreve diariamente, Vagner Cruz, no Rio. Ganhamos a promoção Meet & Greet, evento promovido pelo Rush antes dos seus shows no qual fãs escolhidos têm acesso liberado ao backstage da banda, encontrando Geddy e Alex.
Nosso amigo Dilson nos contou toda emoção do momento, buscando compartilhar com cada fã do país essa grande façanha. Acompanhe seu depoimento e tente se imaginar tendo essa grande oportunidade!
Depois de vencer a promoção, a ordem que tínhamos era a de estar na pista do estádio às 19h, ao lado do caminhão da Antarctica. E lá estávamos eu e o meu amigo Gustavo. Aos poucos foram chegando mais pessoas, até que se completaram as 15 escolhidas. Esperamos mais um tempo até a chegada da Beatriz, responsável pelo Meet & Greet. Ela entregou um envelope para cada um dos participantes, cada qual com o nome escrito.
Dentro do envelope havia uma carta em inglês e português, as duas com o mesmo texto. Tratava-se das instruções do encontro, juntamente com um crachá verde para colar na camiseta (que aparece conosco nas fotos). A carta dizia:
INSTRUÇÕES PARA O MEET & GREET
Agora que você já pegou seus tickets e seus passes, vá ao ponto de encontro no caminhão da Antartica SubZero, que fica na pista (dentro do estádio), até as 19:30, onde nosso pessoal da segurança vai encontrá-lo. Estamos com uma programação de tempo muito apertada e infelizmente não conseguiremos atender a retardatários. Iremos tirar fotos de você com a banda. Caso esteja trazendo sua câmera, guarde-a porque não vai precisar dela, e seu uso também não será permitido. Infelizmente não teremos tempo para autógrafos, então se você tiver algo para ser autografado, deixe em seu carro ou guarde. Você entrará para ser fotografado com a banda, e será levado de volta para fora da área do palco. A foto será de alta qualidade, e em 24 horas você poderá acessar www.rush.com/picturetime para retirá-las. Parabéns aos ganhadores do concurso! Aos fãs, obrigado por nos apoiar todos esses anos!
Depois da carta, a Beatriz fez uma chamada rápida. Fomos entrevistados por uma repórter da Antárctica (que estava coletando material de divulgação - material interno para pessoas que trabalham para a cerveja). As perguntas eram normais, do tipo "Tá nervoso?" etc... Depois surgiu um repórter de uma rádio chilena, fazendo basicamente as mesmas perguntas.
Após as entrevistas, mais uma chamada. Nos instruiram a fazer uma fila indiana, seguindo o segurança. Andamos até chegar atrás do palco, e alí esperamos por mais uns 20 ou 30 minutos.
Após esse período, chegaram os seguranças do Rush, uns americanos ou canadenses, tipos como o The Rock ou Ivan Drago, com cara de que daria um nó no seu braço só de você chegar perto. E havia também uma mulher que era bem mais macho que eu... e que por acaso era a cara do Ivan Drago mesmo. Acho que aqueles três eram os principais responsáveis pela segurança da banda nos shows da turnê. Eram funcionários da Praetorian Security, uma firma de segurança sediada na Colúmbia Britânica (Canadá).
Depois desse tempo de espera, fizemos fila novamente e seguimos para a área do backstage, acompanhados dos brutamontes. A partir daquele momento entrávamos na área "nobre" do Morumbi, já sendo possível ver os cases com o nome do Rush e adesivos personalizados por toda a parte, indicando as áreas. Fomos levados até um corredor enorme e largo e nos pediram para ficarmos encostados na parede. O segurança começou a ditar as instruções, ele falava em inglês e o tradutor repassava pra gente.
As instruções eram as mesmas que estavam no envelope. O cara só reforçou sobre os autógrafos. Disse que se pegasse alguém tentando pedir autógrafo, seria um tanto quanto "vergonhoso".
Após esse momento, o segurança perguntou se alguém tinha alguma pergunta. Perguntei se poderia dar uma camiseta de presente pro Geddy. Ele disse que poderíamos dar qualquer presente pra eles, menos CDs, DVDs ou qualquer material de divulgação de outra banda. Nesse momento ele lembrou de dizer que o Geddy estava resfriado.
Após toda tensão do forte esquema de segurança, um rapaz da produção deles (Michael, amigo de viagens de moto de Neil Peart) disse que os caras estavam meio velhinhos, e que precisavam que fizéssemos bastante barulho na hora que eles entrassem na sala, pra acordá-los um pouco. Ele disse também que eles fazem uma competição entre as cidades pra ver quem faz mais barulho, e que no Brasil, o Rio de Janeiro era a campeã absoluta (provavelmente ele vai dizer no Rio que São Paulo é a campeã, só para instigar). Nesse momento, o povo todo ali começou a gritar.
Depois da histeria, um dos seguranças passou entregando a todos um saquinho que continha um chaveiro dizendo "Rush: 1974-2112", com um endereço de site. Era nesse endereço que teríamos que entrar pra pegar nossas fotos. O endereço é www.rush.com/picturetime e mostra as fotos feitas com fãs, durante toda a turnê.
Após a entrega dos chaveiros, um outro segurança falou algumas palavras no rádio, começando a sair alguns outros caras da sala. O coração gelou. Alguns segundos depois estavam Geddy e Alex saindo pela porta. A sala veio abaixo, o povo gritou ainda mais, o triplo do volume.
Aí teve início o Meet & Greet. Os fãs foram seguindo a ordem da fila. Cada grupo de pessoas (no caso o grupo da Promo Antartica, o grupo da Promo Kiss, etc.) tirava foto com eles, e rapidamente saía. O fotografo ficava ajoelhado, mandando o pessoal juntar e contando até 3. Ele tirava duas fotos de todos os grupos. Depois da foto, você tinha que ir para o lado oposto do corredor e esperar.
O "cenário" eram 2 banners com o nome da turnê, esses que aparecem na foto.
Depois que todos tiraram foto com eles (inclusive o Derrick Green e o Paulo Jr. do Sepultura estavam lá também), nos levaram pra fora da sala, encaminhando todos de volta pra pista. Daí em diante foi só esperar o show começar.
Esse acontecimento foi um misto de várias sensações. Eles encheram a sala; têm uma aura muitíssimo forte. Sem dizer nada parecem já estar dizendo muita coisa. Primeiro apertei a mão do Geddy, expliquei para ele brevemente o nosso Fã-Clube e disse que havia trazido a camiseta especialmente pra ele, perguntando se aceitaria. Ele aceitou e agradeceu, entregando a camiseta ao roadie pra continuar tirando as fotos com os outros fãs me dizendo para aproveitar o show. Depois disso, apertei a mão do Alex. O Geddy estava meio quietão, mas o Alex não... ele tem a voz bem calma... uma voz legal de ouvir. Ele me perguntou como eu estava, me olhando nos olhos, e eu disse que estava muito bem e que aquilo tudo era muito especial pra mim. Ele me agradeceu e eu saí. Foi maravilhoso.
Nosso amigo Dilson nos contou toda emoção do momento, buscando compartilhar com cada fã do país essa grande façanha. Acompanhe seu depoimento e tente se imaginar tendo essa grande oportunidade!
Depois de vencer a promoção, a ordem que tínhamos era a de estar na pista do estádio às 19h, ao lado do caminhão da Antarctica. E lá estávamos eu e o meu amigo Gustavo. Aos poucos foram chegando mais pessoas, até que se completaram as 15 escolhidas. Esperamos mais um tempo até a chegada da Beatriz, responsável pelo Meet & Greet. Ela entregou um envelope para cada um dos participantes, cada qual com o nome escrito.
Dentro do envelope havia uma carta em inglês e português, as duas com o mesmo texto. Tratava-se das instruções do encontro, juntamente com um crachá verde para colar na camiseta (que aparece conosco nas fotos). A carta dizia:
INSTRUÇÕES PARA O MEET & GREET
Agora que você já pegou seus tickets e seus passes, vá ao ponto de encontro no caminhão da Antartica SubZero, que fica na pista (dentro do estádio), até as 19:30, onde nosso pessoal da segurança vai encontrá-lo. Estamos com uma programação de tempo muito apertada e infelizmente não conseguiremos atender a retardatários. Iremos tirar fotos de você com a banda. Caso esteja trazendo sua câmera, guarde-a porque não vai precisar dela, e seu uso também não será permitido. Infelizmente não teremos tempo para autógrafos, então se você tiver algo para ser autografado, deixe em seu carro ou guarde. Você entrará para ser fotografado com a banda, e será levado de volta para fora da área do palco. A foto será de alta qualidade, e em 24 horas você poderá acessar www.rush.com/picturetime para retirá-las. Parabéns aos ganhadores do concurso! Aos fãs, obrigado por nos apoiar todos esses anos!
Depois da carta, a Beatriz fez uma chamada rápida. Fomos entrevistados por uma repórter da Antárctica (que estava coletando material de divulgação - material interno para pessoas que trabalham para a cerveja). As perguntas eram normais, do tipo "Tá nervoso?" etc... Depois surgiu um repórter de uma rádio chilena, fazendo basicamente as mesmas perguntas.
Após as entrevistas, mais uma chamada. Nos instruiram a fazer uma fila indiana, seguindo o segurança. Andamos até chegar atrás do palco, e alí esperamos por mais uns 20 ou 30 minutos.
Após esse período, chegaram os seguranças do Rush, uns americanos ou canadenses, tipos como o The Rock ou Ivan Drago, com cara de que daria um nó no seu braço só de você chegar perto. E havia também uma mulher que era bem mais macho que eu... e que por acaso era a cara do Ivan Drago mesmo. Acho que aqueles três eram os principais responsáveis pela segurança da banda nos shows da turnê. Eram funcionários da Praetorian Security, uma firma de segurança sediada na Colúmbia Britânica (Canadá).
Depois desse tempo de espera, fizemos fila novamente e seguimos para a área do backstage, acompanhados dos brutamontes. A partir daquele momento entrávamos na área "nobre" do Morumbi, já sendo possível ver os cases com o nome do Rush e adesivos personalizados por toda a parte, indicando as áreas. Fomos levados até um corredor enorme e largo e nos pediram para ficarmos encostados na parede. O segurança começou a ditar as instruções, ele falava em inglês e o tradutor repassava pra gente.
As instruções eram as mesmas que estavam no envelope. O cara só reforçou sobre os autógrafos. Disse que se pegasse alguém tentando pedir autógrafo, seria um tanto quanto "vergonhoso".
Após esse momento, o segurança perguntou se alguém tinha alguma pergunta. Perguntei se poderia dar uma camiseta de presente pro Geddy. Ele disse que poderíamos dar qualquer presente pra eles, menos CDs, DVDs ou qualquer material de divulgação de outra banda. Nesse momento ele lembrou de dizer que o Geddy estava resfriado.
Após toda tensão do forte esquema de segurança, um rapaz da produção deles (Michael, amigo de viagens de moto de Neil Peart) disse que os caras estavam meio velhinhos, e que precisavam que fizéssemos bastante barulho na hora que eles entrassem na sala, pra acordá-los um pouco. Ele disse também que eles fazem uma competição entre as cidades pra ver quem faz mais barulho, e que no Brasil, o Rio de Janeiro era a campeã absoluta (provavelmente ele vai dizer no Rio que São Paulo é a campeã, só para instigar). Nesse momento, o povo todo ali começou a gritar.
Depois da histeria, um dos seguranças passou entregando a todos um saquinho que continha um chaveiro dizendo "Rush: 1974-2112", com um endereço de site. Era nesse endereço que teríamos que entrar pra pegar nossas fotos. O endereço é www.rush.com/picturetime e mostra as fotos feitas com fãs, durante toda a turnê.
Após a entrega dos chaveiros, um outro segurança falou algumas palavras no rádio, começando a sair alguns outros caras da sala. O coração gelou. Alguns segundos depois estavam Geddy e Alex saindo pela porta. A sala veio abaixo, o povo gritou ainda mais, o triplo do volume.
Aí teve início o Meet & Greet. Os fãs foram seguindo a ordem da fila. Cada grupo de pessoas (no caso o grupo da Promo Antartica, o grupo da Promo Kiss, etc.) tirava foto com eles, e rapidamente saía. O fotografo ficava ajoelhado, mandando o pessoal juntar e contando até 3. Ele tirava duas fotos de todos os grupos. Depois da foto, você tinha que ir para o lado oposto do corredor e esperar.
O "cenário" eram 2 banners com o nome da turnê, esses que aparecem na foto.
Depois que todos tiraram foto com eles (inclusive o Derrick Green e o Paulo Jr. do Sepultura estavam lá também), nos levaram pra fora da sala, encaminhando todos de volta pra pista. Daí em diante foi só esperar o show começar.
Esse acontecimento foi um misto de várias sensações. Eles encheram a sala; têm uma aura muitíssimo forte. Sem dizer nada parecem já estar dizendo muita coisa. Primeiro apertei a mão do Geddy, expliquei para ele brevemente o nosso Fã-Clube e disse que havia trazido a camiseta especialmente pra ele, perguntando se aceitaria. Ele aceitou e agradeceu, entregando a camiseta ao roadie pra continuar tirando as fotos com os outros fãs me dizendo para aproveitar o show. Depois disso, apertei a mão do Alex. O Geddy estava meio quietão, mas o Alex não... ele tem a voz bem calma... uma voz legal de ouvir. Ele me perguntou como eu estava, me olhando nos olhos, e eu disse que estava muito bem e que aquilo tudo era muito especial pra mim. Ele me agradeceu e eu saí. Foi maravilhoso.