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CIRCUMSTANCES THE TREES LA VILLA STRANGIATO
THE TREES
There is unrest in the forest
There is trouble with the trees
For the Maples want more sunlight
And the Oaks ignore their pleas
The trouble with the Maples
(And they're quite convinced they're right)
They say the Oaks are just too lofty
And they grab up all the light
But the Oaks can't help their feelings
If they like the way they're made
And they wonder why the Maples
Can't be happy in their shade?
There is trouble in the forest
And the creatures all have fled
As the Maples scream 'Oppression!'
And the Oaks, just shake their heads
So the Maples formed a Union
And demanded equal rights
'The Oaks are just too greedy
We will make them give us light'
Now there's no more Oak oppression
For they passed a noble law
And the trees are all kept equal
By hatchet,
Axe,
And saw...
There is unrest in the forest
There is trouble with the trees
For the Maples want more sunlight
And the Oaks ignore their pleas
The trouble with the Maples
(And they're quite convinced they're right)
They say the Oaks are just too lofty
And they grab up all the light
But the Oaks can't help their feelings
If they like the way they're made
And they wonder why the Maples
Can't be happy in their shade?
There is trouble in the forest
And the creatures all have fled
As the Maples scream 'Oppression!'
And the Oaks, just shake their heads
So the Maples formed a Union
And demanded equal rights
'The Oaks are just too greedy
We will make them give us light'
Now there's no more Oak oppression
For they passed a noble law
And the trees are all kept equal
By hatchet,
Axe,
And saw...
AS ÁRVORES
Há inquietação na floresta
Há problema com as árvores
Pois os Bordos querem mais luz do sol
E os Carvalhos ignoram seus apelos
O problema com os Bordos
(Absolutamente convencidos de que estão certos)
É que eles dizem que os Carvalhos são muito altos
E que capturam toda a luz
Mas os Carvalhos não podem ajudar nos seus sentimentos
Se gostam da forma que são feitos
E se perguntam por que os Bordos
Não podem ser felizes em suas sombras?
Há problema na floresta
E todas as criaturas fugiram
Enquanto os Bordos gritam 'Opressão!'
E os Carvalhos, apenas sacodem suas cabeças
Então os Bordos formaram um Sindicato
E exigiram direitos iguais
'Os Carvalhos são muito gananciosos
Nós os faremos nos dar luz'
Agora não há mais opressão dos Carvalhos
Pois aprovaram uma lei nobre
E as árvores são mantidas iguais
Por machadinhos,
Machados,
E serras...
Há inquietação na floresta
Há problema com as árvores
Pois os Bordos querem mais luz do sol
E os Carvalhos ignoram seus apelos
O problema com os Bordos
(Absolutamente convencidos de que estão certos)
É que eles dizem que os Carvalhos são muito altos
E que capturam toda a luz
Mas os Carvalhos não podem ajudar nos seus sentimentos
Se gostam da forma que são feitos
E se perguntam por que os Bordos
Não podem ser felizes em suas sombras?
Há problema na floresta
E todas as criaturas fugiram
Enquanto os Bordos gritam 'Opressão!'
E os Carvalhos, apenas sacodem suas cabeças
Então os Bordos formaram um Sindicato
E exigiram direitos iguais
'Os Carvalhos são muito gananciosos
Nós os faremos nos dar luz'
Agora não há mais opressão dos Carvalhos
Pois aprovaram uma lei nobre
E as árvores são mantidas iguais
Por machadinhos,
Machados,
E serras...
Uma parábola que exprime a natureza das relações humanas
"The Trees", terceira e penúltima faixa de Hemishperes é, sem dúvida, outra criação impecável do trio canadense. Marcada por nuances progressivas fantásticas e bastante incomuns, sua letra é envolta por forte obscuridade, sempre fomentando ao longo dos anos inúmeros debates sobre as possibilidades de significados. Certamente, uma das obras mais discutidas na carreira da banda.
Seguindo a proposta da anterior "Circumstances", "The Trees" é também uma composição de menor extensão incrivelmente variada. Liricamente, temos uma fábula politicamente atrativa que retrata uma luta na floresta entre duas espécies de árvores específicas: os carvalhos e os bordos. Na história, os bordos, mais baixos, competem pela luz solar com os carvalhos, por sua vez mais altos. No fim não há vencedores, sendo todas igualadas por uma lei através de machados, machadinhas e serras.
Iniciada por um belíssimo e solitário violão clássico, que preserva a influência pastoril iniciada no anterior A Farewell to Kings, "The Trees" segue com Geddy Lee apresentando outra belíssima interpretação vocal que tomará grande abrangência, se entrelaçando perfeitamente às variadas passagens e temas que constituem a peça. Alex Lifeson traz acordes inovadores, melodias incríveis e um solo muito marcante, seguindo tempos percussivos complexos e dinâmicas estonteantes que estão por todos os lugares. A combinação de todas essas ações produz um cenário incrível e por demais envolvente, captando em menos de cinco minutos o melhor do estilo clássico da banda.
"Buscávamos desenvolver na época longas seções instrumentais", explica Lifeson. "Fizemos isso em algumas canções, mas com 'The Trees' foi um pouco diferente, trazendo várias dinâmicas. Capturamos a introdução no pátio do Rockfield Studios, no País de Gales. Usei um Epiphone C-060 com cordas de nylon captado com dois microfones Neumann U87, Neil levou seus blocos de madeira lá para fora e Geddy tinha um teclado para fazer sua flauta sintetizada. Demorou um pouco para conseguirmos o que queríamos, mas gostei da vibração de estarmos ao ar livre. As partes elétricas foram feitas dentro do estúdio, utilizei minha Gibson ES 355 através do Hiwatt para os versos. Usei também um amplificador Roland JC-120 para a parte sonhadora e limpa no meio da canção - era esse o equipamento que eu utilizava para os refrões nessa época".
"The Trees" é mais uma das fantásticas e inesquecíveis histórias criadas por Peart. Utilizando como cenário uma floresta, a canção traz uma discussão irrompida entre carvalhos e bordos sobre a distribuição desigual da luz. Os bordos, em suas revindicações, acabam conseguindo instituir uma lei que decreta o corte de todas as árvores, igualando toda a floresta. O letrista, que recusa a canção como uma mostra de sua genialidade, comentou que a inspiração veio de uma simples tira de quadrinhos humorísticos, que mostrava árvores discutindo como pessoas. Mesmo declarando a simplicidade da peça como a marca maior, seu fator resultante acabou sendo extremamente complexo e abrangente.
"Foi apenas um flash. Estava trabalhando em uma coisa totalmente diferente quando vi os quadrinhos com árvores agindo estupidamente. Pensei, "E se as árvores agissem como as pessoas?" Então, assim que vi o material, escrevi a canção. Acho que essa é a imagem evocada no ouvinte ou no leitor. Uma declaração muito simples".
"Liricamente, 'The Trees' é uma peça burlesca. De fato, não me sinto orgulhoso com a falta de perícia de escrita nela. O motivo de orgulho para mim é ter tomado uma ideia pura e criado uma imagem. Fiquei muito orgulhoso do que alcancei nesse sentido. Apesar do lado perícia ser zero, eu a escrevi em torno de cinco minutos. São rimas e fraseados simples, mas que ilustram algo de forma bem clara. Gostaria de poder fazer isso o tempo todo".
Ao longo das décadas, inúmeras teorias e ideias surgiram sobre a canção, inclusive entre os vários biógrafos do Rush, jornalistas e críticos, tendo em vista que Peart jamais se pronunciara à respeito de forma aprofundada. Porém, nos últimos anos, o letrista quebrou o silêncio, mas sem ampliar a discussão: "Essa canção é uma parábola sobre o coletivismo" explica, "em que os bordos se rebelam contra os carvalhos por estes serem muito elevados e por captarem toda a luz". Já em outra entrevista ele diz, "É uma alegoria sobre o comportamento humano". Enfim, o que fica claro sobre "The Trees" é que sua composição caracteriza uma construção tão mágica quanto os desdobramentos do seu teor - sempre aberta a variados significados - com o conflito entre as duas espécies de árvores expressando, acima de tudo, as dificuldades que definem historicamente as relações humanas.
"Só comecei a escrever as letras porque os outros dois caras não queriam fazer. Sempre gostei das palavras, sempre gostei de ler e, dessa forma, tive que fazer isso. Quando estou escrevendo, tento fazer o melhor que eu posso. Várias vezes penso em uma ideia lírica somente como um bom veiculo musical, pegando uma imagem ao ouvir certa metáfora bem pitoresca. Uma boa imagem oral é de fato um bom estímulo musical. Se eu conseguir uma boa imagem lírica, posso levá-la aos caras e automaticamente expressar-lhes uma abordagem musical".
"Normalmente, quero criar uma imagem agradável que possa ter uma justificação musical para além da letra. Apenas tento fazer com que a letra seja uma boa parte da música. Muitas vezes há algo forte que estou tentando dizer e procuro uma boa maneira de fazer isso musicalmente. A simplicidade técnica na letra de 'The Trees' realmente não importa para mim, podendo ser da mesma forma com a música. Podemos compor uma peça bem simples com a qual nos sintamos ótimos. Não é somente a parte técnica que é relevante, especialmente a partir do ponto de vista do ouvinte. Quando estou ouvindo canções de outras pessoas, não estou ouvindo o quão difícil é tocar sua música - ouço pensando no quão boa ela é de se ouvir".
Abordagens sobre o individualismo e o coletivismo já eram, nesse momento, bastante ligadas às produções da banda. Canções como "Anthem" (de Fly By Night, 1975) e "2112" (de 2112, de 1976) são os exemplos mais famosos dessa exploração. Por ser escrita no formato fábula, "The Trees" exala subjetividade em todos os seus movimentos. O cerne de Hemispheres são as dualidades, tema que ainda será muito recorrente na carreira de Peart como letrista no Rush, e com "The Trees" não é diferente. Mesmo que o baterista tenha afirmado a composição como uma alegoria sobre a perspectiva filosófica coletivista, sua própria natureza aberta, ao que tudo indica intencional, aguça o ouvinte a ampliar bastante o leque de interpretações ao partir de suas próprias percepções e experiências. Esse fenômeno acaba levando a ideia para vários outros campos, confrontos e assuntos, como a relação entre opressores e oprimidos (abarcando conflitos étnicos, socioeconômicos, religiosos ou sexistas), igualdade e desigualdade, socialismo / comunismo e capitalismo, inveja e egoísmo, libertarianismo e objetivismo, conservadorismo e progressismo, indiferença e inconformidade, preconceito e diversidade, totalitarismo, entre outros.
É possível que a inspiração da alta poesia de Peart para os dois personagens centrais venha do fato de que bordos (maples) e carvalhos (oaks) são adotados como grandes símbolos históricos e nacionais. Os bordos representam o Canadá (país natal da banda) historicamente e geograficamente, e sua inconfundível folha ilustra a própria bandeira do país. Já os carvalhos são considerados sagrados para muitas tradições em todo o mundo, fato devido à sua robustez, imponência e majestosidade, além serem também a árvore-símbolo de países como a Inglaterra, França e Alemanha entre vários outros, principalmente localizados na Europa.
Os cantos dos pássaros que seguem os vocais de abertura reforçam a contemplação de um estado de natureza, no qual os carvalhos ignoram os apelos dos bordos. As florestas, vitais inclusive para a existência humana, representam historicamente a imagem do que é sereno e harmonioso, e a inquietação relatada reproduz a efervescência questionadora de uma ordem natural. Cientificamente, o chamado dossel florestal, estrato superior das florestas, é um dos ambientes mais importantes dessas áreas. Podendo ultrapassar os 25 metros de altura, ele é o resultado da sobreposição dos galhos e folhas das árvores, estimando-se que 70 a 90% da vida na floresta é encontrada nesses locais, fator que o define como o mais rico habitat para a vida de plantas e animais. Seu ambiente é muito diferente daqueles mais próximos da superfície, sendo mais seco e mais quente durante o dia do que outras partes da floresta, e as plantas e animais que o compõem são especialmente adaptados para viverem neste local. Porém, conforme mencionado por Peart, se caso as árvores começassem a agir como humanos, tal lei seria certamente questionada ou até mesmo modificada.
A narrativa do segundo verso passa a explicar, em terceira pessoa, que os bordos acreditam que seus questionamentos estão totalmente imbuídos de razão, ao afirmarem que os carvalhos são muito altos e por isso, capturam toda a luz. Esses, por sua vez, afirmam não poder ajudar nessa revindicação, pois simplesmente gostam de como são feitos. Eles ainda se perguntam porque os bordos não podem ser felizes em suas sombras.
A falta de entendimento e acordo entre as duas espécies mergulha a canção em uma extensa passagem instrumental, na qual, através de sons de sintetizadores emulando flautas, percussão em temple blocks e dedilhados atmosféricos de guitarra, podemos compreender como os momentos de debate e confronto entre as árvores. Significados auditivos e intelectuais funcionam através de ritmos contraditórios e variadas tonalidades e texturas, sendo possível imaginar toda a inventividade dos diálogos, com os argumentos e as reivindicações dos bordos e as réplicas dos carvalhos. Conforme o trecho avança, ele se torna cada vez mais tenso (o que parece retratar os ânimos se acirrando), culminando em algo próximo ao sarcasmo dos carvalhos representados pela junção de cowbells e de abafamentos (palm muting) na guitarra lembrando gargalhadas. Para corroborar com o cenário, o retorno da canção, ainda mais intenso, traz Geddy explicando a ação dos bordos, que se reúnem para pleitear, à força, direitos iguais contra os seus (agora gananciosos) opositores. Eles conseguem aprovar, com alta voz, uma lei nobre que exprime um tipo de poder coercitivo governamental, este que passa a manter todas as árvores iguais, encerrando a contenda ao reduzir todas em tocos pela ação de machados, machadinhos e serras. Esse ato simboliza, sem esforço, a supressão da liberdade por uma igualdade totalitária.
O jogo da tensão entre liberdade e igualdade criado por Peart se aproxima de várias outras ideias literárias, como o pequeno conto Harrison Bergeron, do escritor norte-americano Kurt Vonnegut (1922 – 2007). Trata-se de uma investida sci-fi repleta de ironia e crítica, que mostra uma versão distópica da América no ano de 2081. A obra se concentra sobretudo no autoritarismo e nos artifícios utilizados para cooptar e controlar, com a ideia de igualdade sendo usada com esse intento. "Todos eram finalmente iguais. Não eram apenas iguais diante de Deus e da lei, eram iguais em todos os sentidos. Ninguém era mais esperto. Ninguém era mais bonito. Ninguém era mais forte ou mais rápido do que qualquer outra pessoa". Os mais inteligentes eram obrigados a utilizar um pequeno rádio em seus ouvidos que, ligado a um transmissor do governo, emitia um sinal que produzia um ruído a cada vinte segundos. Sua finalidade era manter as pessoas sem a vantagem 'injusta' de terem cérebros mais capazes do que os demais. Outro exemplo interessante eram as bailarinas, que traziam sacos de chumbo fino amarrados aos seus corpos, além de serem obrigadas a usar máscaras, de modo que ninguém percebesse um gesto livre e gracioso ou um rosto bonito, nada que pudesse fazer com que alguém se sentisse diferente.
Mesmo sendo bastante livre a interpretações, o que fica bastante nítido em "The Trees", a partir das principais influências filosóficas de Peart do período, é que a alegoria das árvores representa o argumento de que as pessoas são definitivamente diferentes e que a única maneira de torná-las iguais, conforme inúmeros momentos ao longo da nossa história, é pela força bruta. O fechamento da canção entalha uma critica à igualdade legislada, ao equilíbrio artificial e também à obsessão pelo nivelamento. Tanto os carvalhos quanto os bordos são deixados, sem dúvida, em uma situação pior que antes.
O conflito do tema se coloca além do campo musical, estimulando as variadas simpatias e inclinações políticas individuais. Alguns se identificam com os carvalhos: merecemos o que temos, nos vemos entre os retos da sociedade e temos a certeza do que o que fazemos é o mais importante - a igualdade esmaga o espírito daqueles que trazem grandes convicções e iniciativas. Já outros se identificam com os bordos: a estratificação social não é justa, o mérito é muitas vezes confundido com as possibilidades ou direito de nascença e nossa luta é pela mudança do status quo - alguns têm mais acesso à riqueza que outros, e as tentativas de alterar o regime vigente (por exemplo, os sindicatos) são bem-vindas na busca por resultados de distribuições equitativas. O mais interessante e belo é que "The Trees" consegue provocar nas pessoas as mais variadas interpretações que, muitas vezes, acabam aproximando cada opositor de uma ou outra espécie retratada na canção, simplesmente pela defesa dos seus ideais.
É notória a influência de Ayn Rand nas produções líricas de Neil Peart no Rush dos primeiros anos, e em "The Trees" a mesma pode-se fazer muito presente no que tange os desdobramentos de perversões políticas totalitárias, estas que, se tiverem espaço, poderão triunfar em qualquer lugar. Décadas mais tarde, ao ser perguntado sobre a permanência da filosofia randiana em suas ideias, o letrista respondeu: "Oh, não. Isso foi há 40 anos. Porém foi importante para mim no momento da transição de me encontrar e ter fé no que eu acreditava que valia a pena. Eu vinha de crescendo nessa atitude moral sobre música, e no fim da minha adolescência, me mudei para a Inglaterra para buscar fama, fortuna e tudo aquilo, e acabei ficando atordoado com o cinismo e com a atmosfera do tipo fabril do mundo da música, o que me balançou. Pensei, "Estou errado? Sou estúpido e ingênuo? Essa é a maneira com que todo mundo faz tudo e, será que teria sido melhor se eu entrasse nos eixos?" Para mim, os escritos de Rand foram a afirmação de que está tudo bem por acreditar totalmente e alguma coisa, vivendo por ela e não comprometendo. Foi simples assim. Em '2112' eu estava com meus vinte anos. Eu era uma criança. Agora me classifico como um libertário de coração mole. Isso porque acredito nos princípios do libertarianismo como um ideal – sou um idealista. A definição de cínico de Paul Theroux é 'um idealista decepcionado'. Dessa forma, ao atravessar vinte anos, seu idealismo fica desapontado muitas e muitas vezes, e isso foi o que acabou trazendo o meu ponto de vista – acabei de perceber isso – o libertarianismo como eu compreendia era muito bom e puro, estávamos nos tornando bem sucedidos e generosos para com os menos afortunados, o que não era, para mim, algo sombrio ou cínico. Mas então logo vi, claro, a maneira com que a ideia fica torcida pelas falhas da humanidade. Foi aí que eu evoluí para um libertário de coração mole".
O que parece saltar aos olhos em "The Trees", no confronto identitário entre árvores que representam homens, são os questionamentos advindos da própria separação histórica entre sociedade humana e natureza. Seriam as diferenças e disparidades sociais que carregamos naturais? Não seria a estratificação inevitável e talvez natural, um aspecto da própria sociedade? Biologicamente, carvalhos e bordos em estado selvagem se adaptaram a seus próprios nichos, vivendo sem interferir uns nos outros, e tais relações se contrapõe metaforicamente aos homens, estes que geralmente buscam mais mesmo podendo viver em paz na situação atual. São pensamentos desconcertantes, porém não menos que os dramas historicamente enfrentados nos prós e contras das inclinações políticas e filosóficas que decidimos defender.
"The Trees" foi criada para que o ouvinte possa interpretá-la da maneira com que a obra se apresenta a ele, refletindo sobre a mesma a partir de suas próprias experiências. As tentativas de atribuir significados e interpretação para canções como essa nada mais são dos que inferências moldadas por convicções pessoais. Mesmo que não exista uma declaração mais específica sobre o significado definitivo de "The Trees", ela se mostra simplesmente mágica, soando intensa e profunda mesmo que não trouxesse essa intenção primordial. A música, ao longo dos séculos, tem sido utilizada para expressar emoções, contar histórias e filosofar, espalhando as mensagens de seus compositores de forma artística e para entretenimento. Porém, as ideias do trio canadense conseguem abarcar de forma grandiosa tais características, com a particularidade de serem compostas, gravadas e executadas por três músicos extraordinários, munidos de inteligência e discernimento que sobressaem a muitos no mundo do rock.
© 2014 Rush Fã-Clube Brasil
TELLERIA, R. "Merely Players Tribute". Quarry Music Books, 2002.
BANASIEWICZ, B. "Rush Visions: The Official Biography". Omnibus Press, 1987.
MODERN DRUMMER. "The Drummer Sounds Off By Cheech Iero - Neil Peart Interview". April / May 1980.
WRIGHT, J. "Just Like 'Clockwork'- Canadian Power Trio Rush Returns With A New Album, 'Clockwork Angels', That Brings The Band Back To Its Roots". GOLDMINE - September, 2012.
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PEART, N. "Rush Backstage Club Newsletter". September 1988.
BERTI, J. "Rush and Philosophy: Heart and Mind United (Popular Culture and Philosophy)". Chicago: Open Court, 2011.
McDONALD, Christopher J. "Rush, Rock Music, and the Middle Class: Dreaming in Middletown (Profiles in Popular Music)". Indiana University Press. 2009.
Seguindo a proposta da anterior "Circumstances", "The Trees" é também uma composição de menor extensão incrivelmente variada. Liricamente, temos uma fábula politicamente atrativa que retrata uma luta na floresta entre duas espécies de árvores específicas: os carvalhos e os bordos. Na história, os bordos, mais baixos, competem pela luz solar com os carvalhos, por sua vez mais altos. No fim não há vencedores, sendo todas igualadas por uma lei através de machados, machadinhas e serras.
Iniciada por um belíssimo e solitário violão clássico, que preserva a influência pastoril iniciada no anterior A Farewell to Kings, "The Trees" segue com Geddy Lee apresentando outra belíssima interpretação vocal que tomará grande abrangência, se entrelaçando perfeitamente às variadas passagens e temas que constituem a peça. Alex Lifeson traz acordes inovadores, melodias incríveis e um solo muito marcante, seguindo tempos percussivos complexos e dinâmicas estonteantes que estão por todos os lugares. A combinação de todas essas ações produz um cenário incrível e por demais envolvente, captando em menos de cinco minutos o melhor do estilo clássico da banda.
"Buscávamos desenvolver na época longas seções instrumentais", explica Lifeson. "Fizemos isso em algumas canções, mas com 'The Trees' foi um pouco diferente, trazendo várias dinâmicas. Capturamos a introdução no pátio do Rockfield Studios, no País de Gales. Usei um Epiphone C-060 com cordas de nylon captado com dois microfones Neumann U87, Neil levou seus blocos de madeira lá para fora e Geddy tinha um teclado para fazer sua flauta sintetizada. Demorou um pouco para conseguirmos o que queríamos, mas gostei da vibração de estarmos ao ar livre. As partes elétricas foram feitas dentro do estúdio, utilizei minha Gibson ES 355 através do Hiwatt para os versos. Usei também um amplificador Roland JC-120 para a parte sonhadora e limpa no meio da canção - era esse o equipamento que eu utilizava para os refrões nessa época".
"The Trees" é mais uma das fantásticas e inesquecíveis histórias criadas por Peart. Utilizando como cenário uma floresta, a canção traz uma discussão irrompida entre carvalhos e bordos sobre a distribuição desigual da luz. Os bordos, em suas revindicações, acabam conseguindo instituir uma lei que decreta o corte de todas as árvores, igualando toda a floresta. O letrista, que recusa a canção como uma mostra de sua genialidade, comentou que a inspiração veio de uma simples tira de quadrinhos humorísticos, que mostrava árvores discutindo como pessoas. Mesmo declarando a simplicidade da peça como a marca maior, seu fator resultante acabou sendo extremamente complexo e abrangente.
"Foi apenas um flash. Estava trabalhando em uma coisa totalmente diferente quando vi os quadrinhos com árvores agindo estupidamente. Pensei, "E se as árvores agissem como as pessoas?" Então, assim que vi o material, escrevi a canção. Acho que essa é a imagem evocada no ouvinte ou no leitor. Uma declaração muito simples".
"Liricamente, 'The Trees' é uma peça burlesca. De fato, não me sinto orgulhoso com a falta de perícia de escrita nela. O motivo de orgulho para mim é ter tomado uma ideia pura e criado uma imagem. Fiquei muito orgulhoso do que alcancei nesse sentido. Apesar do lado perícia ser zero, eu a escrevi em torno de cinco minutos. São rimas e fraseados simples, mas que ilustram algo de forma bem clara. Gostaria de poder fazer isso o tempo todo".
Ao longo das décadas, inúmeras teorias e ideias surgiram sobre a canção, inclusive entre os vários biógrafos do Rush, jornalistas e críticos, tendo em vista que Peart jamais se pronunciara à respeito de forma aprofundada. Porém, nos últimos anos, o letrista quebrou o silêncio, mas sem ampliar a discussão: "Essa canção é uma parábola sobre o coletivismo" explica, "em que os bordos se rebelam contra os carvalhos por estes serem muito elevados e por captarem toda a luz". Já em outra entrevista ele diz, "É uma alegoria sobre o comportamento humano". Enfim, o que fica claro sobre "The Trees" é que sua composição caracteriza uma construção tão mágica quanto os desdobramentos do seu teor - sempre aberta a variados significados - com o conflito entre as duas espécies de árvores expressando, acima de tudo, as dificuldades que definem historicamente as relações humanas.
"Só comecei a escrever as letras porque os outros dois caras não queriam fazer. Sempre gostei das palavras, sempre gostei de ler e, dessa forma, tive que fazer isso. Quando estou escrevendo, tento fazer o melhor que eu posso. Várias vezes penso em uma ideia lírica somente como um bom veiculo musical, pegando uma imagem ao ouvir certa metáfora bem pitoresca. Uma boa imagem oral é de fato um bom estímulo musical. Se eu conseguir uma boa imagem lírica, posso levá-la aos caras e automaticamente expressar-lhes uma abordagem musical".
"Normalmente, quero criar uma imagem agradável que possa ter uma justificação musical para além da letra. Apenas tento fazer com que a letra seja uma boa parte da música. Muitas vezes há algo forte que estou tentando dizer e procuro uma boa maneira de fazer isso musicalmente. A simplicidade técnica na letra de 'The Trees' realmente não importa para mim, podendo ser da mesma forma com a música. Podemos compor uma peça bem simples com a qual nos sintamos ótimos. Não é somente a parte técnica que é relevante, especialmente a partir do ponto de vista do ouvinte. Quando estou ouvindo canções de outras pessoas, não estou ouvindo o quão difícil é tocar sua música - ouço pensando no quão boa ela é de se ouvir".
Abordagens sobre o individualismo e o coletivismo já eram, nesse momento, bastante ligadas às produções da banda. Canções como "Anthem" (de Fly By Night, 1975) e "2112" (de 2112, de 1976) são os exemplos mais famosos dessa exploração. Por ser escrita no formato fábula, "The Trees" exala subjetividade em todos os seus movimentos. O cerne de Hemispheres são as dualidades, tema que ainda será muito recorrente na carreira de Peart como letrista no Rush, e com "The Trees" não é diferente. Mesmo que o baterista tenha afirmado a composição como uma alegoria sobre a perspectiva filosófica coletivista, sua própria natureza aberta, ao que tudo indica intencional, aguça o ouvinte a ampliar bastante o leque de interpretações ao partir de suas próprias percepções e experiências. Esse fenômeno acaba levando a ideia para vários outros campos, confrontos e assuntos, como a relação entre opressores e oprimidos (abarcando conflitos étnicos, socioeconômicos, religiosos ou sexistas), igualdade e desigualdade, socialismo / comunismo e capitalismo, inveja e egoísmo, libertarianismo e objetivismo, conservadorismo e progressismo, indiferença e inconformidade, preconceito e diversidade, totalitarismo, entre outros.
É possível que a inspiração da alta poesia de Peart para os dois personagens centrais venha do fato de que bordos (maples) e carvalhos (oaks) são adotados como grandes símbolos históricos e nacionais. Os bordos representam o Canadá (país natal da banda) historicamente e geograficamente, e sua inconfundível folha ilustra a própria bandeira do país. Já os carvalhos são considerados sagrados para muitas tradições em todo o mundo, fato devido à sua robustez, imponência e majestosidade, além serem também a árvore-símbolo de países como a Inglaterra, França e Alemanha entre vários outros, principalmente localizados na Europa.
Os cantos dos pássaros que seguem os vocais de abertura reforçam a contemplação de um estado de natureza, no qual os carvalhos ignoram os apelos dos bordos. As florestas, vitais inclusive para a existência humana, representam historicamente a imagem do que é sereno e harmonioso, e a inquietação relatada reproduz a efervescência questionadora de uma ordem natural. Cientificamente, o chamado dossel florestal, estrato superior das florestas, é um dos ambientes mais importantes dessas áreas. Podendo ultrapassar os 25 metros de altura, ele é o resultado da sobreposição dos galhos e folhas das árvores, estimando-se que 70 a 90% da vida na floresta é encontrada nesses locais, fator que o define como o mais rico habitat para a vida de plantas e animais. Seu ambiente é muito diferente daqueles mais próximos da superfície, sendo mais seco e mais quente durante o dia do que outras partes da floresta, e as plantas e animais que o compõem são especialmente adaptados para viverem neste local. Porém, conforme mencionado por Peart, se caso as árvores começassem a agir como humanos, tal lei seria certamente questionada ou até mesmo modificada.
A narrativa do segundo verso passa a explicar, em terceira pessoa, que os bordos acreditam que seus questionamentos estão totalmente imbuídos de razão, ao afirmarem que os carvalhos são muito altos e por isso, capturam toda a luz. Esses, por sua vez, afirmam não poder ajudar nessa revindicação, pois simplesmente gostam de como são feitos. Eles ainda se perguntam porque os bordos não podem ser felizes em suas sombras.
A falta de entendimento e acordo entre as duas espécies mergulha a canção em uma extensa passagem instrumental, na qual, através de sons de sintetizadores emulando flautas, percussão em temple blocks e dedilhados atmosféricos de guitarra, podemos compreender como os momentos de debate e confronto entre as árvores. Significados auditivos e intelectuais funcionam através de ritmos contraditórios e variadas tonalidades e texturas, sendo possível imaginar toda a inventividade dos diálogos, com os argumentos e as reivindicações dos bordos e as réplicas dos carvalhos. Conforme o trecho avança, ele se torna cada vez mais tenso (o que parece retratar os ânimos se acirrando), culminando em algo próximo ao sarcasmo dos carvalhos representados pela junção de cowbells e de abafamentos (palm muting) na guitarra lembrando gargalhadas. Para corroborar com o cenário, o retorno da canção, ainda mais intenso, traz Geddy explicando a ação dos bordos, que se reúnem para pleitear, à força, direitos iguais contra os seus (agora gananciosos) opositores. Eles conseguem aprovar, com alta voz, uma lei nobre que exprime um tipo de poder coercitivo governamental, este que passa a manter todas as árvores iguais, encerrando a contenda ao reduzir todas em tocos pela ação de machados, machadinhos e serras. Esse ato simboliza, sem esforço, a supressão da liberdade por uma igualdade totalitária.
O jogo da tensão entre liberdade e igualdade criado por Peart se aproxima de várias outras ideias literárias, como o pequeno conto Harrison Bergeron, do escritor norte-americano Kurt Vonnegut (1922 – 2007). Trata-se de uma investida sci-fi repleta de ironia e crítica, que mostra uma versão distópica da América no ano de 2081. A obra se concentra sobretudo no autoritarismo e nos artifícios utilizados para cooptar e controlar, com a ideia de igualdade sendo usada com esse intento. "Todos eram finalmente iguais. Não eram apenas iguais diante de Deus e da lei, eram iguais em todos os sentidos. Ninguém era mais esperto. Ninguém era mais bonito. Ninguém era mais forte ou mais rápido do que qualquer outra pessoa". Os mais inteligentes eram obrigados a utilizar um pequeno rádio em seus ouvidos que, ligado a um transmissor do governo, emitia um sinal que produzia um ruído a cada vinte segundos. Sua finalidade era manter as pessoas sem a vantagem 'injusta' de terem cérebros mais capazes do que os demais. Outro exemplo interessante eram as bailarinas, que traziam sacos de chumbo fino amarrados aos seus corpos, além de serem obrigadas a usar máscaras, de modo que ninguém percebesse um gesto livre e gracioso ou um rosto bonito, nada que pudesse fazer com que alguém se sentisse diferente.
Mesmo sendo bastante livre a interpretações, o que fica bastante nítido em "The Trees", a partir das principais influências filosóficas de Peart do período, é que a alegoria das árvores representa o argumento de que as pessoas são definitivamente diferentes e que a única maneira de torná-las iguais, conforme inúmeros momentos ao longo da nossa história, é pela força bruta. O fechamento da canção entalha uma critica à igualdade legislada, ao equilíbrio artificial e também à obsessão pelo nivelamento. Tanto os carvalhos quanto os bordos são deixados, sem dúvida, em uma situação pior que antes.
O conflito do tema se coloca além do campo musical, estimulando as variadas simpatias e inclinações políticas individuais. Alguns se identificam com os carvalhos: merecemos o que temos, nos vemos entre os retos da sociedade e temos a certeza do que o que fazemos é o mais importante - a igualdade esmaga o espírito daqueles que trazem grandes convicções e iniciativas. Já outros se identificam com os bordos: a estratificação social não é justa, o mérito é muitas vezes confundido com as possibilidades ou direito de nascença e nossa luta é pela mudança do status quo - alguns têm mais acesso à riqueza que outros, e as tentativas de alterar o regime vigente (por exemplo, os sindicatos) são bem-vindas na busca por resultados de distribuições equitativas. O mais interessante e belo é que "The Trees" consegue provocar nas pessoas as mais variadas interpretações que, muitas vezes, acabam aproximando cada opositor de uma ou outra espécie retratada na canção, simplesmente pela defesa dos seus ideais.
É notória a influência de Ayn Rand nas produções líricas de Neil Peart no Rush dos primeiros anos, e em "The Trees" a mesma pode-se fazer muito presente no que tange os desdobramentos de perversões políticas totalitárias, estas que, se tiverem espaço, poderão triunfar em qualquer lugar. Décadas mais tarde, ao ser perguntado sobre a permanência da filosofia randiana em suas ideias, o letrista respondeu: "Oh, não. Isso foi há 40 anos. Porém foi importante para mim no momento da transição de me encontrar e ter fé no que eu acreditava que valia a pena. Eu vinha de crescendo nessa atitude moral sobre música, e no fim da minha adolescência, me mudei para a Inglaterra para buscar fama, fortuna e tudo aquilo, e acabei ficando atordoado com o cinismo e com a atmosfera do tipo fabril do mundo da música, o que me balançou. Pensei, "Estou errado? Sou estúpido e ingênuo? Essa é a maneira com que todo mundo faz tudo e, será que teria sido melhor se eu entrasse nos eixos?" Para mim, os escritos de Rand foram a afirmação de que está tudo bem por acreditar totalmente e alguma coisa, vivendo por ela e não comprometendo. Foi simples assim. Em '2112' eu estava com meus vinte anos. Eu era uma criança. Agora me classifico como um libertário de coração mole. Isso porque acredito nos princípios do libertarianismo como um ideal – sou um idealista. A definição de cínico de Paul Theroux é 'um idealista decepcionado'. Dessa forma, ao atravessar vinte anos, seu idealismo fica desapontado muitas e muitas vezes, e isso foi o que acabou trazendo o meu ponto de vista – acabei de perceber isso – o libertarianismo como eu compreendia era muito bom e puro, estávamos nos tornando bem sucedidos e generosos para com os menos afortunados, o que não era, para mim, algo sombrio ou cínico. Mas então logo vi, claro, a maneira com que a ideia fica torcida pelas falhas da humanidade. Foi aí que eu evoluí para um libertário de coração mole".
O que parece saltar aos olhos em "The Trees", no confronto identitário entre árvores que representam homens, são os questionamentos advindos da própria separação histórica entre sociedade humana e natureza. Seriam as diferenças e disparidades sociais que carregamos naturais? Não seria a estratificação inevitável e talvez natural, um aspecto da própria sociedade? Biologicamente, carvalhos e bordos em estado selvagem se adaptaram a seus próprios nichos, vivendo sem interferir uns nos outros, e tais relações se contrapõe metaforicamente aos homens, estes que geralmente buscam mais mesmo podendo viver em paz na situação atual. São pensamentos desconcertantes, porém não menos que os dramas historicamente enfrentados nos prós e contras das inclinações políticas e filosóficas que decidimos defender.
"The Trees" foi criada para que o ouvinte possa interpretá-la da maneira com que a obra se apresenta a ele, refletindo sobre a mesma a partir de suas próprias experiências. As tentativas de atribuir significados e interpretação para canções como essa nada mais são dos que inferências moldadas por convicções pessoais. Mesmo que não exista uma declaração mais específica sobre o significado definitivo de "The Trees", ela se mostra simplesmente mágica, soando intensa e profunda mesmo que não trouxesse essa intenção primordial. A música, ao longo dos séculos, tem sido utilizada para expressar emoções, contar histórias e filosofar, espalhando as mensagens de seus compositores de forma artística e para entretenimento. Porém, as ideias do trio canadense conseguem abarcar de forma grandiosa tais características, com a particularidade de serem compostas, gravadas e executadas por três músicos extraordinários, munidos de inteligência e discernimento que sobressaem a muitos no mundo do rock.
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