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PEACEABLE KINGDOM THE STARS LOOK DOWN HOW IT IS
THE STARS LOOK DOWN
Like the fly on the wheel, who says
"What a lot of dust we're raising"
Are you under the illusion
That you're part of this scheme?
Seems like a lifetime ago
You could look with pride
On your world of dreams
What is the meaning of this?
And the stars look down
What are you trying to do?
And the stars look down
Was it something I said
And the stars look down
Like the rat in a maze who says,
"Watch me choose my own direction"
Are you under the illusion
The path is winding your way?
Are you surprised by confusion
When it leads you astray?
Have you lived a lifetime today -
Or do you feel like you just got carried away?
What is the meaning of this?
And the stars look down
What are you trying to do?
And the stars look down
Was it something I said?
And the stars look down
Something you'd like me to do?
And the stars look down
The stars look down
Like the fly on the wheel, who says
"What a lot of dust we're raising"
Are you under the illusion
That you're part of this scheme?
Seems like a lifetime ago
You could look with pride
On your world of dreams
What is the meaning of this?
And the stars look down
What are you trying to do?
And the stars look down
Was it something I said
And the stars look down
Like the rat in a maze who says,
"Watch me choose my own direction"
Are you under the illusion
The path is winding your way?
Are you surprised by confusion
When it leads you astray?
Have you lived a lifetime today -
Or do you feel like you just got carried away?
What is the meaning of this?
And the stars look down
What are you trying to do?
And the stars look down
Was it something I said?
And the stars look down
Something you'd like me to do?
And the stars look down
The stars look down
AS ESTRELAS DESPREZAM
Como a mosca numa roda que diz
"Quanta poeira estamos levantando!"
Você está sob a ilusão
De que faz parte desse esquema?
Parece que há muito atrás
Você teria orgulho
Do seu mundo dos sonhos
Qual o significado disso?
E as estrelas desprezam
O que você está tentando fazer?
E as estrelas desprezam
Foi algo que eu disse?
E as estrelas desprezam
Como um rato num labirinto que diz,
"Veja-me escolher minha própria direção"
Você está sob a ilusão
De que o caminho está pendendo para o seu lado?
Você se surpreende com a confusão
Quando ela tira você do rumo?
Você viveu a vida hoje -
Ou sente que foi levado a isso?
Qual o significado disso?
E as estrelas desprezam
O que você está tentando fazer?
E as estrelas desprezam
Foi algo que eu disse?
E as estrelas desprezam
Algo que você gostaria que eu fizesse?
E as estrelas desprezam
As estrelas desprezam
Como a mosca numa roda que diz
"Quanta poeira estamos levantando!"
Você está sob a ilusão
De que faz parte desse esquema?
Parece que há muito atrás
Você teria orgulho
Do seu mundo dos sonhos
Qual o significado disso?
E as estrelas desprezam
O que você está tentando fazer?
E as estrelas desprezam
Foi algo que eu disse?
E as estrelas desprezam
Como um rato num labirinto que diz,
"Veja-me escolher minha própria direção"
Você está sob a ilusão
De que o caminho está pendendo para o seu lado?
Você se surpreende com a confusão
Quando ela tira você do rumo?
Você viveu a vida hoje -
Ou sente que foi levado a isso?
Qual o significado disso?
E as estrelas desprezam
O que você está tentando fazer?
E as estrelas desprezam
Foi algo que eu disse?
E as estrelas desprezam
Algo que você gostaria que eu fizesse?
E as estrelas desprezam
As estrelas desprezam
Somos relevantes para o Universo?
A sombria e instigante "The Stars Look Down" é a quinta faixa de Vapor Trails. Expondo como primazia a construção de climas relativamente simples alicerçados em elementos incomuns, O Rush apresenta agora uma canção rock enigmática e concisa de abordagem geral mais suave, mesclando versos intensos e refrões tocantes guiados por texturas de guitarra variadas e cristalinas, sempre ao lado de linhas de baixo e bateria certeiras e vocais enfáticos e perspicazes.
"Eu e Alex iniciamos a canção destilando alguns riffs funky", explica Geddy Lee. "No refrão tudo muda. Venho com um padrão de dedilhado no baixo de três ou quatro acordes, enquanto Alex faz o mesmo no final de forma acústica em cordas de nylon, algo que contribui para uma orquestração bem interessante".
"The Stars Look Down" foi uma das primeiras peças escritas por Neil Peart para Vapor Trails. Musicalmente, trata-se de uma continuação das jams que frutificaram a anterior "Peaceable Kingdom", com melodias que se entrelaçam com o conteúdo lírico, vocalizações novamente muito bem ajustadas e camadas e guitarras mais proeminentes.
Em "The Stars Look Down", Peart toma como posição a indiferença do Universo sobre o desenrolar prático da vida dos homens. Trata-se de um olhar sobre aqueles que carregam a pretensão de acreditar que o mundo e os acontecimentos mudariam seu curso natural pela interferência de suas vontades, problemas ou anseios, tomando como ilusórios atributos como predestinação ou a possibilidade de intervenção sobre o desenrolar da realidade. O teor da letra reflete de forma translúcida a ética pós-tragédias do letrista, esgotando inclinações cósmicas e apresentando analogias pouco lisonjeiras com os homens, comparando-o a insetos como moscas e ratos presos em labirintos. Representando a primeira investida de ares metafísicos no álbum, "The Stars Look Down" expõe a descrença em forças superiores conscientes que se importam e que estabelecem o andamento de todas as coisas, confrontando elementos como fatalidade e destino - algo próximo da temática geral do álbum Roll The Bones, de 1991. Partindo de perguntas comuns características de momentos fatais, como "O que fiz para merecer isso?", a canção enfatiza que as respostas simplesmente não existem. As estrelas, portanto, continuarão a desprezar tais indagações.
"O indiferente, o Universo absurdo não será de nenhuma ajuda na superação da nossa ignorância sobre as razões das coisas acontecerem, e tão pouco nos dará qualquer alívio em nossa luta pela vida", explica o letrista.
O título da canção vem do romance The Stars Look Down, lançado em 1935 pelo escritor e físico escocês A.J. Cronin (1896 - 1981). Quando compôs a letra, Peart ainda não havia lido o livro, se sentindo simplesmente atraído pelo título que, segundo ele, parecia expressar uma visão adequada do Universo indiferente. A obra conta a história de uma cidade mineradora inglesa antes da Primeira Guerra Mundial, seguindo famílias, triunfos e sofrimentos e especialmente observando a vida de um jovem mineiro que tenta mudar as condições de trabalho no local, mas que no fim perde a batalha com sua esposa em uma sessão plenária, não conseguindo atingir seus desejos e retomando seu ofício habitual.
Outra inspiração literária é percebida logo na frase inicial da canção. "Like the fly on the wheel, who says 'What a lot of dust we're raising'" ("Como a mosca numa roda que diz, 'Quanta poeira estamos levantando") foi baseada na paráfrase do filósofo e ensaísta inglês Francis Bacon (1561 - 1626) sobre a fábula A Mosca e a Mula, atribuída ao escritor grego Esopo (620 a.C. - 560 a.C.). Bacon utilizou o elemento para abrir o pequeno texto Of Vain-Glory (Da Vanglória) de 1612, um de seus 59 famosos ensaios originalmente publicados em uma coleção lançada em 1625. Nessa obra, o autor mergulha numa variedade de tópicos utilizando o raciocínio indutivo para buscar a verdade com base em suas observações do mundo, visitando temas como morte, religião, beleza, amizade e raiva. A partir de Vanglória, Bacon define que tais convicções reforçam que os "homens gloriosos são o desprezo dos homens sábios, a admiração dos tolos, os ídolos de parasitas e escravos de suas próprias vanglorias", e Peart utiliza essas intenções para fundamentar seu tema partindo de suas próprias experiências, afastando-se do tom de lamento característico daqueles que enfrentam dolorosas adversidades.
A carta do tarô que representa "The Stars Look Down" é o Carro. Para o jogo, o Arcano significa avanço, progresso, início de algo novo, vitória, direção, controle, esforço, confiança e caminho, representando o momento em que o viajante passou pela encruzilhada, tomou um rumo firme e está determinado a cumprir novas etapas evolutivas. Em sentido negativo, reflete ambições injustificadas, vanglória e megalomania.
Antes dos seus dolorosos acontecimentos pessoais, Peart se mostrava bastante coerente com virtudes clássicas, celebrando em suas composições ideais éticos como coragem, justiça e moderação. Porém, nessa nova fase, ele passaria a complementar suas ideias com elementos como o razão, amor e esperança. "The Stars Look Down" apresenta um olhar de forte teor racional, decretando o homem apenas como uma ínfima partícula de um infinito desinteressado e que sua força deve emanar dessa própria ciência.
© 2016 Rush Fã-Clube Brasil
A sombria e instigante "The Stars Look Down" é a quinta faixa de Vapor Trails. Expondo como primazia a construção de climas relativamente simples alicerçados em elementos incomuns, O Rush apresenta agora uma canção rock enigmática e concisa de abordagem geral mais suave, mesclando versos intensos e refrões tocantes guiados por texturas de guitarra variadas e cristalinas, sempre ao lado de linhas de baixo e bateria certeiras e vocais enfáticos e perspicazes.
"Eu e Alex iniciamos a canção destilando alguns riffs funky", explica Geddy Lee. "No refrão tudo muda. Venho com um padrão de dedilhado no baixo de três ou quatro acordes, enquanto Alex faz o mesmo no final de forma acústica em cordas de nylon, algo que contribui para uma orquestração bem interessante".
"The Stars Look Down" foi uma das primeiras peças escritas por Neil Peart para Vapor Trails. Musicalmente, trata-se de uma continuação das jams que frutificaram a anterior "Peaceable Kingdom", com melodias que se entrelaçam com o conteúdo lírico, vocalizações novamente muito bem ajustadas e camadas e guitarras mais proeminentes.
Em "The Stars Look Down", Peart toma como posição a indiferença do Universo sobre o desenrolar prático da vida dos homens. Trata-se de um olhar sobre aqueles que carregam a pretensão de acreditar que o mundo e os acontecimentos mudariam seu curso natural pela interferência de suas vontades, problemas ou anseios, tomando como ilusórios atributos como predestinação ou a possibilidade de intervenção sobre o desenrolar da realidade. O teor da letra reflete de forma translúcida a ética pós-tragédias do letrista, esgotando inclinações cósmicas e apresentando analogias pouco lisonjeiras com os homens, comparando-o a insetos como moscas e ratos presos em labirintos. Representando a primeira investida de ares metafísicos no álbum, "The Stars Look Down" expõe a descrença em forças superiores conscientes que se importam e que estabelecem o andamento de todas as coisas, confrontando elementos como fatalidade e destino - algo próximo da temática geral do álbum Roll The Bones, de 1991. Partindo de perguntas comuns características de momentos fatais, como "O que fiz para merecer isso?", a canção enfatiza que as respostas simplesmente não existem. As estrelas, portanto, continuarão a desprezar tais indagações.
"O indiferente, o Universo absurdo não será de nenhuma ajuda na superação da nossa ignorância sobre as razões das coisas acontecerem, e tão pouco nos dará qualquer alívio em nossa luta pela vida", explica o letrista.
O título da canção vem do romance The Stars Look Down, lançado em 1935 pelo escritor e físico escocês A.J. Cronin (1896 - 1981). Quando compôs a letra, Peart ainda não havia lido o livro, se sentindo simplesmente atraído pelo título que, segundo ele, parecia expressar uma visão adequada do Universo indiferente. A obra conta a história de uma cidade mineradora inglesa antes da Primeira Guerra Mundial, seguindo famílias, triunfos e sofrimentos e especialmente observando a vida de um jovem mineiro que tenta mudar as condições de trabalho no local, mas que no fim perde a batalha com sua esposa em uma sessão plenária, não conseguindo atingir seus desejos e retomando seu ofício habitual.
Outra inspiração literária é percebida logo na frase inicial da canção. "Like the fly on the wheel, who says 'What a lot of dust we're raising'" ("Como a mosca numa roda que diz, 'Quanta poeira estamos levantando") foi baseada na paráfrase do filósofo e ensaísta inglês Francis Bacon (1561 - 1626) sobre a fábula A Mosca e a Mula, atribuída ao escritor grego Esopo (620 a.C. - 560 a.C.). Bacon utilizou o elemento para abrir o pequeno texto Of Vain-Glory (Da Vanglória) de 1612, um de seus 59 famosos ensaios originalmente publicados em uma coleção lançada em 1625. Nessa obra, o autor mergulha numa variedade de tópicos utilizando o raciocínio indutivo para buscar a verdade com base em suas observações do mundo, visitando temas como morte, religião, beleza, amizade e raiva. A partir de Vanglória, Bacon define que tais convicções reforçam que os "homens gloriosos são o desprezo dos homens sábios, a admiração dos tolos, os ídolos de parasitas e escravos de suas próprias vanglorias", e Peart utiliza essas intenções para fundamentar seu tema partindo de suas próprias experiências, afastando-se do tom de lamento característico daqueles que enfrentam dolorosas adversidades.
A carta do tarô que representa "The Stars Look Down" é o Carro. Para o jogo, o Arcano significa avanço, progresso, início de algo novo, vitória, direção, controle, esforço, confiança e caminho, representando o momento em que o viajante passou pela encruzilhada, tomou um rumo firme e está determinado a cumprir novas etapas evolutivas. Em sentido negativo, reflete ambições injustificadas, vanglória e megalomania.
Antes dos seus dolorosos acontecimentos pessoais, Peart se mostrava bastante coerente com virtudes clássicas, celebrando em suas composições ideais éticos como coragem, justiça e moderação. Porém, nessa nova fase, ele passaria a complementar suas ideias com elementos como o razão, amor e esperança. "The Stars Look Down" apresenta um olhar de forte teor racional, decretando o homem apenas como uma ínfima partícula de um infinito desinteressado e que sua força deve emanar dessa própria ciência.
© 2016 Rush Fã-Clube Brasil
CANTIN, P. "Peart Reveals Literary Inspirations Behind Rush Album". Jam!Showbiz. May 31, 2002.
CORYAT, K. "Track By Track: Geddy Lee On Rush's Vapor Trails". Bass Player. July 2002.
PARMERTER, B. "An In-Depth Look At Rush's Vapor Trails Album And Tour / With Howard Ungerleider And Derivative's Jim Ellis And Greg Hermanovic". FYE.Com. October 16, 2002.
PEART, N. "Behind The Fire - The Making Of Vapor Trails". The Vapor Trails Tour Book. 2002.