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FINDING MY WAY NEED SOME LOVE
FINDING MY WAY
Yeah, oh yeah!
Ooh, said I,
I'm comin' out to get you.
Ooh, sit down.
I'm comin' out to find you.
Ooh, yeah. Ooh yeah.
Findin' my way!
I've been gone so long
I've lost count of the years.
Well, I sang some sad songs,
oh yes, and cried some bad tears.
Look out! I'm comin'.
Whoa, whoa.
Look out! I'm comin'.
Whoa, yeah.
I'm runnin',
finding my way back home.
Oh yeah!
Yeah, oh yeah!
Ooh, said I,
I'm comin' back to look for you.
Ooh, sit down.
I'm goin' by the back door.
Ooh, yeah. Ooh yeah.
Findin' my way!
You've done me no right,
but you've done me some wrong.
Left me lonely each night
while I sing my sad song.
Look out! I'm comin'.
Whoa, whoa.
Look out! I'm comin'.
Whoa, yeah.
I'm runnin',
findin' my way back home.
I'm comin'.
Ooh, babe, I said I'm runnin'.
Whoa, babe, I said I'm comin'
to get you, mama.
Said I'm runnin'.
Ooh, babe, I said I'm comin'
for you, babe.
I said I'm runnin'.
Ooh yes, babe, I said I'm comin'
to get you, babe. I said I'm comin'.
Ooh, yeah.
I'm findin',
I'm findin' my way back home.
Well, I've had it for now,
livin' on the road.
Ooh, yeah.
Ooh, yeah.
Findin' my way!
Yeah, oh yeah!
Ooh, said I,
I'm comin' out to get you.
Ooh, sit down.
I'm comin' out to find you.
Ooh, yeah. Ooh yeah.
Findin' my way!
I've been gone so long
I've lost count of the years.
Well, I sang some sad songs,
oh yes, and cried some bad tears.
Look out! I'm comin'.
Whoa, whoa.
Look out! I'm comin'.
Whoa, yeah.
I'm runnin',
finding my way back home.
Oh yeah!
Yeah, oh yeah!
Ooh, said I,
I'm comin' back to look for you.
Ooh, sit down.
I'm goin' by the back door.
Ooh, yeah. Ooh yeah.
Findin' my way!
You've done me no right,
but you've done me some wrong.
Left me lonely each night
while I sing my sad song.
Look out! I'm comin'.
Whoa, whoa.
Look out! I'm comin'.
Whoa, yeah.
I'm runnin',
findin' my way back home.
I'm comin'.
Ooh, babe, I said I'm runnin'.
Whoa, babe, I said I'm comin'
to get you, mama.
Said I'm runnin'.
Ooh, babe, I said I'm comin'
for you, babe.
I said I'm runnin'.
Ooh yes, babe, I said I'm comin'
to get you, babe. I said I'm comin'.
Ooh, yeah.
I'm findin',
I'm findin' my way back home.
Well, I've had it for now,
livin' on the road.
Ooh, yeah.
Ooh, yeah.
Findin' my way!
ENCONTRANDO MEU CAMINHO
Yeah, oh yeah!
Ooh, eu disse,
Estou saindo pra te pegar.
Ooh, senta aí.
Estou saindo pra te encontrar.
Ooh, yeah. Ooh yeah.
Encontrando meu caminho!
Estive fora por tanto tempo
Perdi a conta dos anos.
Bem, eu cantei umas tristes canções,
E chorei umas lágrimas ruins.
Cuidado! Estou chegando.
Whoa, whoa.
Cuidado! Estou chegando.
Whoa, yeah.
Estou correndo,
encontrando meu caminho de volta pra casa.
Oh, yeah!
Yeah, oh yeah!
Ooh, eu disse,
Estou voltando pra te olhar.
Ooh, senta aí.
Estou indo pela porta dos fundos.
Ooh, yeah. Ooh yeah.
Encontrando meu caminho!
Você não me fez bem algum,
Mas me fez mal.
Me deixou sozinho todas as noites
Enquanto eu canto minha triste canção.
Cuidado! Estou chegando.
Whoa, whoa.
Cuidado! Estou chegando.
Whoa, yeah.
Estou correndo,
encontrando meu caminho de volta pra casa.
Estou chegando.
Ooh, babe, eu disse que estou correndo.
Whoa, babe, eu disse que estou chegando.
pra te pegar, gatona.
Eu disse que estou correndo.
Ooh, babe, eu disse que estou chegando
pra você, babe.
Eu disse que estou correndo.
Ooh sim, babe, eu disse que estou chegando
pra te pegar, babe. Eu disse que estou chegando.
Ooh, yeah.
Estou encontrando,
Estou encontrando meu caminho de volta pra casa.
Bem, eu já tive o bastante por enquanto,
vivendo na estrada.
Ooh, yeah.
Ooh, yeah.
Encontrando meu caminho!
Yeah, oh yeah!
Ooh, eu disse,
Estou saindo pra te pegar.
Ooh, senta aí.
Estou saindo pra te encontrar.
Ooh, yeah. Ooh yeah.
Encontrando meu caminho!
Estive fora por tanto tempo
Perdi a conta dos anos.
Bem, eu cantei umas tristes canções,
E chorei umas lágrimas ruins.
Cuidado! Estou chegando.
Whoa, whoa.
Cuidado! Estou chegando.
Whoa, yeah.
Estou correndo,
encontrando meu caminho de volta pra casa.
Oh, yeah!
Yeah, oh yeah!
Ooh, eu disse,
Estou voltando pra te olhar.
Ooh, senta aí.
Estou indo pela porta dos fundos.
Ooh, yeah. Ooh yeah.
Encontrando meu caminho!
Você não me fez bem algum,
Mas me fez mal.
Me deixou sozinho todas as noites
Enquanto eu canto minha triste canção.
Cuidado! Estou chegando.
Whoa, whoa.
Cuidado! Estou chegando.
Whoa, yeah.
Estou correndo,
encontrando meu caminho de volta pra casa.
Estou chegando.
Ooh, babe, eu disse que estou correndo.
Whoa, babe, eu disse que estou chegando.
pra te pegar, gatona.
Eu disse que estou correndo.
Ooh, babe, eu disse que estou chegando
pra você, babe.
Eu disse que estou correndo.
Ooh sim, babe, eu disse que estou chegando
pra te pegar, babe. Eu disse que estou chegando.
Ooh, yeah.
Estou encontrando,
Estou encontrando meu caminho de volta pra casa.
Bem, eu já tive o bastante por enquanto,
vivendo na estrada.
Ooh, yeah.
Ooh, yeah.
Encontrando meu caminho!
Após curtir a vida e a liberdade, a volta para casa
"Finding My Way" é a faixa inicial do álbum de estreia do Rush. A canção exala espontaneidade e confiança numa melodia contagiante baseada nos vocais poderosíssimos do jovem Geddy Lee, ao lado de uma condução marcante no baixo que iria se tornar uma de suas assinaturas mais famosas. É possível perceber também a boa presença percussiva de John Rutsey nas gravações (já substituído por Neil Peart no vídeo), além da bela performance oferecida por Alex Lifeson na guitarra, já destacada em seu riff inicial. Tudo funciona muito bem: uma empolgante atmosfera hard rock dos anos de 1970 com ótimo refrão, escolhida pela banda para abrir o disco como seu cartão de visitas, trazendo as primeiras impressões de forma definitivamente impactante.
"Finding My Way" substituiu no disco "Not Fade Away", cover de Buddy Holly (1936 - 1958), guitarrista, cantor e compositor norte-americano considerado um dos pioneiros do rock and roll. "'Finding My Way', 'Need Some Love' e, eu acho, 'Here Again' foram as canções que regravamos para o disco. Dessa forma, decidimos retirar "Not Fade Away", 'Can't Fight It' e 'Fancy Dancer'", diz Geddy.
"'Finding My Way' costumava ser tocada pelo DJ Dave Marsden, da rádio CHUM-FM de Toronto, antes do relançamento do disco, ainda pelo selo da Moon Records", lembra Alex.
"Nunca vou esquecer do dia que me ouvi no rádio pela primeira vez", continua Geddy. "Aquilo realmente me assustou, quando o DJ David Marsden tocou 'Finding My Way' na CHUM-FM. Ele recebeu um telefonema incomum naquele dia. As linhas para pedidos estavam tocando e ele achou que iria falar com os ouvintes, daí ele pegou o telefone com nossa música tocando e a voz do outro lado disse, "David, vai você? Aqui é Alex falando". Daí David respondeu, "Oi Alex, o que você quer ouvir?", e Alex respondeu, "Não, eu só queria te agradecer por tocar o nosso disco. É a primeira vez que ouvimos ele no rádio". E eles continuaram tocando por lá".
Até o início 1971, o Rush tocava somente em escolas e ginásios. Em setembro desse mesmo ano, os três integrantes já haviam completado 18 anos, o que permitia que os garotos se apresentassem em bares, pubs e clubes noturnos. Com isso, deixaram a escola e passaram a dedicar-se inteiramente a música, compondo cada vez mais material próprio, como as canções "Garden Road" e "Fancy Dancer".
Lifeson aprofundou-se nos estudos de guitarra e, durante seis meses, em 1972, frequentou aulas de violão clássico e flamenco. Com a ajuda do amigo Ray Danniels, o grupo entrou no estúdio para registrar em takes únicos numa fita demo suas melhores composições. Devido ao orçamento limitado, as sessões de gravação eram marcadas para altas horas da noite, quando a procura na maioria dos estúdios era menos concorrida, tendo assim preços mais acessíveis - fato comum entre as estrelas do rock que ascenderam nesse período. Nessas sessões noturnas os rapazes gravaram canções como "In The Mood" e "Working Man", entre outras. Na Toronto dessa época, o que ganhava espaço nas rádios era o chamado soft rock. Como o Rush possuía uma pegada mais pesada, a demo foi relegada ao esquecimento e, infelizmente, perdida no tempo. Porém, mesmo com todas as dificuldades, Ray Danniels não desistiu de encorajar os garotos, convidando Vic Wilson, outro produtor artístico da área e, juntamente com ele, montou sua própria empresa de agenciamento e produção, a SRO Productions, além de um selo para lançar o material do Rush, a Moon Records.
Nesse momento os integrantes do Rush já estavam mais profissionais e foram um pouco mais sofisticados na nova gravação, um single de 45 rotações com duas músicas. No lado A constava a versão para "Not Fade Away" de Buddy Holly, o único cover que a banda havia gravado em toda pequena carreira, e no lado B havia "You Can't Fight It", uma composição de autoria de Lee e Rutsey que já demonstrava o estilo do trio canadense.
O single vendeu pouco, mas Danniels não se entregava, apostando tudo na força dos jovens músicos. A ideia da vez foi chamar David Stock, um produtor local de jingles e expert em estúdio. Começaram os trabalhos com "Not Fade Away", seguindo também com as músicas que formariam o primeiro álbum oficial da banda.
O grupo não ficou feliz com o que ouviu após o término das gravações. Stock não havia conseguido captar a essência da sonoridade, deixando algumas músicas com timbres muito pobres. Com isso, o incansável Danniels não desistiu e resolveu, a partir do seu próprio bolso, a contratação de um produtor mais experiente (e mais caro). Começou então aí a relação do Rush com Terry Brown, que já havia trabalhado com bandas como Procol Harum e April Wine. Rapidamente, ele percebeu que as três primeiras músicas gravadas anteriormente com Stock apresentavam problemas e precisavam passar por um novo processo de gravação. As demais faixas necessitavam apenas de uma nova mixagem. Em dois dias Brown já havia conseguido remixar todo o trabalho e o álbum estava completamente pronto.
A gravadora London Records distribuiria o disco com a prensagem inicial de mil cópias. Com mais um ano de fé no jovem grupo, Danniels bancou uma tiragem de 3.500 cópias. Estava tudo certo para o lançamento do disco em dezembro de 1973. Porém, por problemas econômicos que atingiram todo o mundo em decorrência da crise do petróleo, a aguardada estreia em vinil foi remarcada para janeiro de 1974.
Pouco tempo depois, o Rush já abria shows em turnês de grupos como New York Dolls e ZZ Top. Um episódio interessante ocorreu com esse último no Teatro Allen em Cleveland, Ohio. "Abrimos com 'Finding My Way' e o público foi à loucura", lembra Alex. "Eles já conheciam nosso disco obviamente. Tivemos um bis e antes que pudéssemos voltar para o segundo, alguém foi intimado a acender todas as luzes do palco".
Muitas cópias do primeiro disco foram enviadas a gravadoras, selos, estações de rádios e produtoras de shows. Um desses exemplares foi parar nas mãos da DJ Donna Harper da WMMS-FM, uma rádio de Cleveland, que passou a tocá-lo exaustivamente em sua programação. Devido à boa audiência de seu programa, Halper foi a maior responsável pela popularização do grupo canadense para o público americano. E foi lá, nos EUA, que as portas para o longo caminho de sucesso do Rush começaram a se abrir.
"Sempre me dei bem com produtores de discos, porque amo tocar novas músicas e dar chance a novas bandas", diz Halper. "Estava especialmente interessada, por alguma razão, em bandas canadenses. Em Boston, fui a primeira a tocar Bruce Cockburn, Murray McLaughlin e muitos grupos de lá. Como resultado, quando fui para a WMMS, os produtores de discos canadenses continuaram me enviando produtos, na esperança que eu pudesse ouvir algo que fosse gostar (sempre me disseram que eu tinha faro para hits). Um dia, recebi um pacote de Bob Roper, um velho amigo que trabalhou para a A & M do Canadá naquela época. No pacote havia um álbum e um bilhete. O álbum parecia 'fabricado em casa', e o bilhete explicava que se tratava de uma banda local (de Toronto), mas que nenhuma etiqueta canadense – incluindo a dele – teve interesse em assinar pros caras. Em 1974, as rádios de Toronto estavam na fase 'wimpy mellow-jello', e o hard rock quase não era divulgado. Por causa disso, aquele grupo havia lançado seu próprio disco pela tal Moon Records. Como uma cortesia para Roper, que nunca havia me enviado algo em que não acreditasse de verdade, coloquei o álbum em minha estante de discos giratória. Gostaria muito de dizer que havia ficado impressionada com o disco logo de cara – mas não aconteceu. O single era 'In the Mood', e apenas vi que não seria algo pra tocar em nossa rádio. Porém havia algumas músicas mais longas, e pude perceber que estávamos com um álbum bem rocker nas mãos. Assim, coloquei a agulha numa faixa chamada 'Working Man' e, de repente, entendi porque Roper acreditou que a banda tinha potencial. O vocalista (ainda não sabia os nomes deles) soava para mim, de certa forma, como um clone do Led Zeppelin. Mas a banda tinha uma certa energia que notei que seria perfeita para nossos ouvintes. Quando ouvi a outra faixa, 'Finding My Way', me convenceram de vez".
"Finding My Way" demonstrava a necessidade do grupo em se libertar de qualquer amarra conservadora, indo em busca do seu próprio caminho. Porém, ao mesmo tempo, era visível a indecisão e inconstância do comportamento jovem, que sempre precisava voltar para o lar.
© 2014 Rush Fã-Clube Brasil
"Finding My Way" substituiu no disco "Not Fade Away", cover de Buddy Holly (1936 - 1958), guitarrista, cantor e compositor norte-americano considerado um dos pioneiros do rock and roll. "'Finding My Way', 'Need Some Love' e, eu acho, 'Here Again' foram as canções que regravamos para o disco. Dessa forma, decidimos retirar "Not Fade Away", 'Can't Fight It' e 'Fancy Dancer'", diz Geddy.
"'Finding My Way' costumava ser tocada pelo DJ Dave Marsden, da rádio CHUM-FM de Toronto, antes do relançamento do disco, ainda pelo selo da Moon Records", lembra Alex.
"Nunca vou esquecer do dia que me ouvi no rádio pela primeira vez", continua Geddy. "Aquilo realmente me assustou, quando o DJ David Marsden tocou 'Finding My Way' na CHUM-FM. Ele recebeu um telefonema incomum naquele dia. As linhas para pedidos estavam tocando e ele achou que iria falar com os ouvintes, daí ele pegou o telefone com nossa música tocando e a voz do outro lado disse, "David, vai você? Aqui é Alex falando". Daí David respondeu, "Oi Alex, o que você quer ouvir?", e Alex respondeu, "Não, eu só queria te agradecer por tocar o nosso disco. É a primeira vez que ouvimos ele no rádio". E eles continuaram tocando por lá".
Até o início 1971, o Rush tocava somente em escolas e ginásios. Em setembro desse mesmo ano, os três integrantes já haviam completado 18 anos, o que permitia que os garotos se apresentassem em bares, pubs e clubes noturnos. Com isso, deixaram a escola e passaram a dedicar-se inteiramente a música, compondo cada vez mais material próprio, como as canções "Garden Road" e "Fancy Dancer".
Lifeson aprofundou-se nos estudos de guitarra e, durante seis meses, em 1972, frequentou aulas de violão clássico e flamenco. Com a ajuda do amigo Ray Danniels, o grupo entrou no estúdio para registrar em takes únicos numa fita demo suas melhores composições. Devido ao orçamento limitado, as sessões de gravação eram marcadas para altas horas da noite, quando a procura na maioria dos estúdios era menos concorrida, tendo assim preços mais acessíveis - fato comum entre as estrelas do rock que ascenderam nesse período. Nessas sessões noturnas os rapazes gravaram canções como "In The Mood" e "Working Man", entre outras. Na Toronto dessa época, o que ganhava espaço nas rádios era o chamado soft rock. Como o Rush possuía uma pegada mais pesada, a demo foi relegada ao esquecimento e, infelizmente, perdida no tempo. Porém, mesmo com todas as dificuldades, Ray Danniels não desistiu de encorajar os garotos, convidando Vic Wilson, outro produtor artístico da área e, juntamente com ele, montou sua própria empresa de agenciamento e produção, a SRO Productions, além de um selo para lançar o material do Rush, a Moon Records.
Nesse momento os integrantes do Rush já estavam mais profissionais e foram um pouco mais sofisticados na nova gravação, um single de 45 rotações com duas músicas. No lado A constava a versão para "Not Fade Away" de Buddy Holly, o único cover que a banda havia gravado em toda pequena carreira, e no lado B havia "You Can't Fight It", uma composição de autoria de Lee e Rutsey que já demonstrava o estilo do trio canadense.
O single vendeu pouco, mas Danniels não se entregava, apostando tudo na força dos jovens músicos. A ideia da vez foi chamar David Stock, um produtor local de jingles e expert em estúdio. Começaram os trabalhos com "Not Fade Away", seguindo também com as músicas que formariam o primeiro álbum oficial da banda.
O grupo não ficou feliz com o que ouviu após o término das gravações. Stock não havia conseguido captar a essência da sonoridade, deixando algumas músicas com timbres muito pobres. Com isso, o incansável Danniels não desistiu e resolveu, a partir do seu próprio bolso, a contratação de um produtor mais experiente (e mais caro). Começou então aí a relação do Rush com Terry Brown, que já havia trabalhado com bandas como Procol Harum e April Wine. Rapidamente, ele percebeu que as três primeiras músicas gravadas anteriormente com Stock apresentavam problemas e precisavam passar por um novo processo de gravação. As demais faixas necessitavam apenas de uma nova mixagem. Em dois dias Brown já havia conseguido remixar todo o trabalho e o álbum estava completamente pronto.
A gravadora London Records distribuiria o disco com a prensagem inicial de mil cópias. Com mais um ano de fé no jovem grupo, Danniels bancou uma tiragem de 3.500 cópias. Estava tudo certo para o lançamento do disco em dezembro de 1973. Porém, por problemas econômicos que atingiram todo o mundo em decorrência da crise do petróleo, a aguardada estreia em vinil foi remarcada para janeiro de 1974.
Pouco tempo depois, o Rush já abria shows em turnês de grupos como New York Dolls e ZZ Top. Um episódio interessante ocorreu com esse último no Teatro Allen em Cleveland, Ohio. "Abrimos com 'Finding My Way' e o público foi à loucura", lembra Alex. "Eles já conheciam nosso disco obviamente. Tivemos um bis e antes que pudéssemos voltar para o segundo, alguém foi intimado a acender todas as luzes do palco".
Muitas cópias do primeiro disco foram enviadas a gravadoras, selos, estações de rádios e produtoras de shows. Um desses exemplares foi parar nas mãos da DJ Donna Harper da WMMS-FM, uma rádio de Cleveland, que passou a tocá-lo exaustivamente em sua programação. Devido à boa audiência de seu programa, Halper foi a maior responsável pela popularização do grupo canadense para o público americano. E foi lá, nos EUA, que as portas para o longo caminho de sucesso do Rush começaram a se abrir.
"Sempre me dei bem com produtores de discos, porque amo tocar novas músicas e dar chance a novas bandas", diz Halper. "Estava especialmente interessada, por alguma razão, em bandas canadenses. Em Boston, fui a primeira a tocar Bruce Cockburn, Murray McLaughlin e muitos grupos de lá. Como resultado, quando fui para a WMMS, os produtores de discos canadenses continuaram me enviando produtos, na esperança que eu pudesse ouvir algo que fosse gostar (sempre me disseram que eu tinha faro para hits). Um dia, recebi um pacote de Bob Roper, um velho amigo que trabalhou para a A & M do Canadá naquela época. No pacote havia um álbum e um bilhete. O álbum parecia 'fabricado em casa', e o bilhete explicava que se tratava de uma banda local (de Toronto), mas que nenhuma etiqueta canadense – incluindo a dele – teve interesse em assinar pros caras. Em 1974, as rádios de Toronto estavam na fase 'wimpy mellow-jello', e o hard rock quase não era divulgado. Por causa disso, aquele grupo havia lançado seu próprio disco pela tal Moon Records. Como uma cortesia para Roper, que nunca havia me enviado algo em que não acreditasse de verdade, coloquei o álbum em minha estante de discos giratória. Gostaria muito de dizer que havia ficado impressionada com o disco logo de cara – mas não aconteceu. O single era 'In the Mood', e apenas vi que não seria algo pra tocar em nossa rádio. Porém havia algumas músicas mais longas, e pude perceber que estávamos com um álbum bem rocker nas mãos. Assim, coloquei a agulha numa faixa chamada 'Working Man' e, de repente, entendi porque Roper acreditou que a banda tinha potencial. O vocalista (ainda não sabia os nomes deles) soava para mim, de certa forma, como um clone do Led Zeppelin. Mas a banda tinha uma certa energia que notei que seria perfeita para nossos ouvintes. Quando ouvi a outra faixa, 'Finding My Way', me convenceram de vez".
"Finding My Way" demonstrava a necessidade do grupo em se libertar de qualquer amarra conservadora, indo em busca do seu próprio caminho. Porém, ao mesmo tempo, era visível a indecisão e inconstância do comportamento jovem, que sempre precisava voltar para o lar.
© 2014 Rush Fã-Clube Brasil