NEIL COMENTA OS PLANOS DO RUSH PARA O NOVO ÁLBUM



04 DE NOVEMBRO DE 2009 | POR VAGNER CRUZ

Entre agosto e setembro tivemos as primeiras declarações sobre a possibilidade de início dos trabalhos para o próximo álbum de inéditas do Rush, todas elas vindas de Alex Lifeson. A ideia inicial era a de iniciar, já em setembro, a primeira tentativa de composições. Desde então, nenhuma nova notícia surgiu - porém, nesse momento, temos novos comentários de Neil Peart disponibilizados em seu site oficial, onde ele afirma que a banda irá se reunir ainda esse mês para discutir seus planos futuros. Acompanhem:

NOTÍCIAS, TEMPO E ESPORTES
NOVEMBRO DE 2009 - SERENATA DE OUTONO


Primeiramente, o baterista detalha algumas de suas explorações no seu instrumento:

... Inevitavelmente, porém, em algum momento, serei inundado por um forte desejo de tocar bateria de verdade, e essa febre me bateu no final do último verão
(N.do T.: aproximadamente agosto). Como acontece muitas vezes, esse desejo foi despertado após ouvir dois dos grandes bateristas: Jack DeJohnette e Ian Wallace. Alguns músicos reagem à grandeza de outros com inveja, ou até mesmo desespero, como a declaração de Eric Clapton de que ele queria queimar sua guitarra após ouvir Jimi Hendrix, ou Miles Davis que supostamente fez Wynton Marsalis querer bater sua cabeça. Para mim, ouvir outro baterista que me impressione (tenho uma longa lista) me faz querer ir pra casa para tocar. É assim desde os meus tempos de criança, e ainda é até hoje, não sendo apenas uma vontade de praticar e melhora - mas uma resposta à inspiração. ...

Neil esteve em Quebec no começo de outubro, expondo em seu texto um pouco de nostalgia relacionada aos bons momentos vividos com seus companheiros de banda:

... Voltando ao início dos anos 80, eu e meus colegas gravamos no Le Studio (trabalho que me apresentou a região das Laurentides, onde tive uma casa por quase trinta anos). O espaço para hóspedes do local apresentava uma vista panorâmica de um pequeno lago com uma montanha íngreme de subida arborizada por trás, e essa foi a paisagem que tínhamos da nossa mesa de café. 

... Numa tarde, quando a equipe do estúdio se encontrava ocupada com os trabalhos técnicos, eu, Alex e Geddy remamos para o outro lado do lago e subimos aquela montanha, até um local que eu conhecia onde havia uma pista de esqui que cruzava seu elevado cume. ... Peguei meu canivete suíço e comecei a gravar o nome da nossa nova banda na casca lisa e cinza de uma faia. Há muito tempo esse nosso hábito de inventar sub-grupos nos incentiva a escrever e a tocar como um personagem diferente de "nós" mesmos, e a versão do início dos anos 80 era uma banda new-wave chamada The Fabulous Men (responsável por canções como "Vital Signs" e "Digital Man"). ... Em algum lugar nessa montanha no Quebec, ao longo da pista de esqui Portageur, há uma faia com o nome "The Fabulous Men" gravado (isso se a árvore ainda não tiver crescido o bastante ou caído ao longo desses vinte e cinco anos). ...

Após as ótimas lembranças sobre a banda, Neil fala um pouco sobre o futuro do Rush:

... Nesse outono de 2009, nós três estamos bem equilibrados em outro tipo de "reinvenção". Combinamos em nos reunir em Los Angeles agora em novembro para discutir o nosso futuro. Aprendemos há muitos anos que, quando terminamos um projeto de longo prazo seguido de uma turnê de dois anos, ou até mesmo de compor e gravar algo como Snakes & Arrows, não fazemos quaisquer outros planos por um tempo. É bom sentir-se verdadeiramente livre nesses momentos, para limpar sua mente a fim de se concentrar no que você realmente gostaria de fazer em seguida.

É claro que passamos por tempos alarmantes no mundo da música - assim, nosso antigo padrão de turnês e gravações já não é a maneira mais óbvia de fazer as coisas. O mundo da música, ou pelo menos os negócios nela, são bem diferentes agora (e já era em 2006, quando começamos a trabalhar em Snakes & Arrows). A importância do "álbum" não é mais a mesma, pois há, atualmente, uma reversão para um clima musical muito semelhante ao de 1950, quando apenas "a canção" importava. Rádio, downloads e opções de "shuffle" são contrários às obras completas. Devido à essa realidade, a forma de trabalho das gravadoras, que costumavam pagar por projetos de álbuns, é algo do passado. Assim, se é isso que queremos fazer, temos que fazer por nós mesmos. ...

Neil parece muito aberto quanto aos novos rumos da banda:

... Até agora nós três ainda não discutimos o que deveríamos discutir - então, nossas ideias e entusiasmo compartilhados para a entidade de Rush serão totalmente novos, espontâneos e provavelmente muito emocionantes. Falando de mim, estou aberto a qualquer coisa que possamos concordar (já havia dito que, numa banda de três, precisamos de um consenso, não de democracia. Não é bom ter um membro infeliz).

Minha atividade favorita no grupo sempre é a de composição e gravação, e tenho algumas ideias de letras e novas fronteiras percussivas para explorar. No entanto, esses conceitos rítmicos também podem ser inspiradores para um novo solo de bateria - se decidirmos fazer uma turnê ou algo do tipo, ou talvez com uma orquestra. Poderíamos compor e gravar apenas algumas canções, liberando-as de alguma forma, ou até mesmo trabalhar em dois projetos de filmes e música que havíamos discutido no passado. Em todo caso, existem possibilidades suficientes para uma futura colaboração, e estou curioso para ver o que vamos apresentar. ...

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