VOLTAR PARA TOUR BOOKS
CLOCKWORK ANGELS R40
VIVER TUDO NOVAMENTE
Por Neil Peart
Exatamente dois terços da minha vida já surpreendentemente longa foram passados como um integrante do Rush. Assim, nossos quarenta anos produzindo música juntos não são apenas uma grande parte da trilha sonora da minha vida, mas a mais longa colaboração – a mais longa amizade – que eu já conheci. Certa vez, lancei uma citação que agora parece ainda mais profunda do que eu achava, sobre como melhor sobrevive esse tipo de relação: "Porque certamente a essência da colaboração está em fazermos uns aos outros felizes, certo?"
Os leitores habituais saberão que "viver tudo novamente" é uma frase de "Headlong Flight", que foi inspirada em meu último professor de bateria, Freddie Grubber. Perto do fim de sua longa vida, por acaso, amigos e alunos se reuniram ao se redor em sua pequena casa peculiar no Vale de São Fernando. Mesmo com sua vitalidade desvanecida, Freddie, às vezes, tinha uma explosão de energia, lançando contos de Nova York na década de 1940 ou de Los Angeles nas décadas de 1960 e 1970. Assim, balançava a cabeça e sorria, "Tive uma grande aventura. Gostaria de poder fazer tudo novamente".
Recentemente, tomei uma abreviatura que está na moda, "irl", para "in real life" (N. do T.: "na vida real"). Essa é a distinção que gostaria de fazer aqui. Para mim, não tenho na verdade nenhum desejo de viver tudo de novo, "irl" – mas reviver através de memórias e música é uma grande aventura.
Não poderia tentar recontar até mesmo os pontos altos dessa jornada – desde as primeiras turnês como banda de abertura até as décadas como atração principal; as canções e álbuns, pessoas e lugares – mas um local e nossas experiências podem ficar como um símbolo de nossas vidas juntos por todos esses anos, o trabalho e o tocar.
No verão de 2014 revisitei as ruínas do Le Studio em Quebec para filmar uma entrevista. Alex, Geddy e eu gravamos lá muitas vezes, de 1979 a 1995, mas o lugar foi abandonado e está se desintegrando por cerca de quinze anos, e eu nunca havia voltado lá novamente.
No momento da chegada, e até mesmo no caminho até lá, senti o borbulhar de algumas emoções. No começo as empurrei de volta – estava inseguro sobre o que estava sentindo, ou sentiria. Mas tarde, percebi que a experiência foi apenas muita coisa para se processar de uma vez – porque nenhum outro lugar na Terra foi mais importante na minha vida. Então, foi algo grande.
Olhando para trás, para todos os dias e noites, semanas e meses, verões e invernos, canções, álbuns, gargalhadas – foi um longo desfile emocional de memórias. No entanto, pelo menos, os fantasmas estavam felizes, por isso foi agradável passear entre eles.
Enquanto estava de frente para a parte de baixo, na construção deteriorada com a equipe de filmagem, descrevi a gravação da introdução para "Witch Hunt" fazendo os mesmos passos. Em uma noite no início do inverno, com alguns flocos de neve flutuantes, montamos um microfone ao ar livre e atuamos para a cena dos vigilantes. A agitação que é tocada para vocês é verdadeira, onde gritávamos coisas como, "Temos que defender a lei e a ordem!" e "Temos que proteger nossas crianças!". A multidão que eu estava incitando à confusão foi composta pelos Caras no Trabalho – banda, equipe e o pessoal do estúdio.
Outra lembrança emergiu assim que levei a equipe para os fundos do estúdio, onde o lago apareceu entre as árvores. Descrevi a gravação da introdução para "Natural Science", descendo pela margem do lago. Numa noite fria no final de 1979, Alex e eu ficamos à beira da água com remos de barco e canoa, agitando a água. Um microfone em um suporte ao nosso lado capturava os efeitos sonoros para a seção "Tide Pools".
A primeira visita ao Le Studio foi no outono de 1979, para gravar as faixas básicas de Permanent Waves. Nos anos seguintes, voltamos para gravar e mixar Moving Pictures, para então mixar um álbum ao vivo, Exit... Stage Left, no verão de 1981. Não havia muito para fazermos nesse projeto, exceto aprovar ocasionalmente performances e balanços, e assim começamos a brincar com outras coisas. Alex construía e colidia hidroaviões controlados por rádio; Geddy aprendeu tudo no mundo do beisebol (sua nova paixão naquele tempo) e eu fiz uma meticulosa restauração de parafusos e porcas de um antigo set de bateria Hayman, abandonado no porão do estúdio. Aparentemente, ele havia pertencido a Corky Laing, baterista da banda Mountain e, quando meu trabalho foi finalizado, gostei de como soou. Todos nós começamos finalmente a brincar com palavras e músicas, montando "Subdivisions" – lembro-me de Geddy e Alex vindo a mim na garagem da casa de hospedes, tocando uma demo em um player de cassetes (mais tarde toquei naquele Hayman para a demo dessa canção).
Após completar Signals no Le Studio em 1982, voltamos durante o longo inverno de 1983 - 1984 para lutar pela realização de Grace Under Pressure. A partir de então, nossas visitas ao Le Studio tornaram-se mais esporádicas – visto que experimentamos "ajustes" novamente, gravando e mixando no interior inglês, em Londres, na ilha tropical caribenha de Montserrat e em Paris (porque podíamos). Nos anos 90, voltamos ao Le Studio com Rupert Hine e Stephen W. Tayler para gravar as faixas básicas de Presto, e alguns anos mais tarde com Peter Collins e Kevin "Caveman" Shirley para o mesmo em Counterparts.
Assim, muito da minha vida foi centrada no Le Studio. Foi bom refletir sobre tudo isso agora, com orgulho e um sentimento de ter tido a sorte de ter vivido tudo isso uma vez – o novamente não tem importância. Muitas, muitas boas lembranças estão ligadas a esses dias, e faço delas um tesouro. (Termo perfeito – "o tesouro de uma vida").
O trecho seguinte foi escrito para uma biografia e para o ensaio do tour book de Presto, em 1990. (Engraçado que foi naquela história a primeira vez na qual me referi a nós como "Rash" – uma piada que se repetiu mais de vinte anos depois, em filmes cômicos para acompanhar a turnê Time Machine). Assim como o Le Studio pode ser considerado um lugar simbólico para nós, a descrição das nossas partidas de vôlei depois do trabalho pode ser emblemática em torno das nossas horas de lazer juntos.
Após um longo dia de trabalho, nos acumulamos do lado de fora carregados pelo ar leve do começo do verão nas Laurentides. Encharcamos-nos com repelente e nos reunimos na grama artificialmente iluminada, assumindo nosso lado e fazendo um tipo de "St. Vitus Dance" para espantar os mosquitos.
Ocasionalmente, um de nós acertava a bola na direção certa – mas não com frequência. A maioria das vezes era jogada no lago ou perdida completamente entre as madeiras escuras e assustadores ("Tudo Bem, eu pego.") Estávamos encantados com os esforços de Rupert tanto no vôlei quanto nas nossas músicas. Porém, na verdade, todos nós tivemos nossos momentos – as risadas contribuíram mais para o jogo do que as habilidades. E, se as bebidas francesas bidestiladas subtraíam nossas habilidades, elas adicionavam as nossas gargalhadas.
Entre os jogos o grito aparecia: "Beba!", e obedientemente corríamos para a linha de copos de conhaque na varanda. Richard, o guaxinim, colocou sua face mascarada debaixo das escadas querendo saber o que era todo aquele barulho. "Richard!" gritamos, e a pobre besta assustada corria para debaixo dos degraus, e corríamos rindo de volta a quadra. Os refletores prateavam a grama, uma ilha de luz separada do mundo, como um palco.
Nesse palco, no entanto, deixamos de fora a unidade por excelência; sem pressão de dentro, sem expectativas dos outros. Os erros não são uma maldição, mas uma causa para risos e, nesse palco, jogar é o negócio – podemos esquecer que também temos que trabalhar juntos.
Trabalhar juntos, jogar juntos, assustar pequenos mamíferos juntos: estamos nos divertindo? Sim, estamos. E sim, agora penso nisso, o porquê fazemos o que fazemos, e o porquê continuamos fazendo: divertimo-nos juntos. O quão entediante seria se não acontecesse isso. Não apenas isso, mas trabalhamos bem juntos, equilibrando o outro como um espelho de três lados, cada um refletindo uma visão diferente, mas todos se movendo juntos. Como o fazendeiro Zen diz: "A vida é como joquempô: nenhuma das respostas está sempre certa, mas cada uma às vezes está".
Meus sentimentos foram elevados durante a visita de 2014, mas não conseguia defini-los – as palavras falharam durante algum tempo. Algumas pessoas descrevem o abandono do lugar como "triste", mas vagar por aquelas salas não me fez sentir assim. O que eu sentia era mais parecido com sorte, em um sentido primordial de gratidão – que havíamos tido sorte suficiente para viver e trabalhar em um lugar como aquele todas as vezes, em todas as épocas. E em outros como ele: Air Studios na ilha tropical de Montserrat, nos "pitorescos" estúdios residenciais britânicos como o Rockfield, o Manor e o Ridge Farm, o Bearsville e Allaire nas Montanhas Catskill em Nova York. Será que outra banda de rock desfrutará e será nutrida por esses retiros artísticos e lúdicos?
Essa é, para mim, a parte realmente triste.
Mas tudo isso não importa – vamos pensar em coisas felizes!
Basta considerar o absurdo estatístico de nós três, em todos esses anos e décadas mais tarde, ainda por perto e ainda... fazendo isso. Ainda tocando essas mesmas canções, de um momento em que, como descrevi em uma entrevista recente, "éramos jovens, tolos, corajosos e divertidos". (Se já não somos mais jovens, as outras qualidades ainda se aplicam).
Há alguns anos, a banda recebeu algumas premiações pelo conjunto da obra e, em resposta a um deles. observei – apenas metade brincadeira – que eram nossos fãs que mereciam o prêmio. Pois, se estávamos ali, eles certamente também deveriam estar.
Nunca esquecemos essa realidade, e muitas vezes a celebramos – assim como estamos planejando fazer o "irl" nessa turnê de quadragésimo aniversário. Assim como discutirmos as canções que iremos tocar, era tudo sobre como nós e os fãs poderíamos ser capazes de viver tudo novamente – só dessa vez.
Porque foi uma grande aventura, não foi?
Os leitores habituais saberão que "viver tudo novamente" é uma frase de "Headlong Flight", que foi inspirada em meu último professor de bateria, Freddie Grubber. Perto do fim de sua longa vida, por acaso, amigos e alunos se reuniram ao se redor em sua pequena casa peculiar no Vale de São Fernando. Mesmo com sua vitalidade desvanecida, Freddie, às vezes, tinha uma explosão de energia, lançando contos de Nova York na década de 1940 ou de Los Angeles nas décadas de 1960 e 1970. Assim, balançava a cabeça e sorria, "Tive uma grande aventura. Gostaria de poder fazer tudo novamente".
Recentemente, tomei uma abreviatura que está na moda, "irl", para "in real life" (N. do T.: "na vida real"). Essa é a distinção que gostaria de fazer aqui. Para mim, não tenho na verdade nenhum desejo de viver tudo de novo, "irl" – mas reviver através de memórias e música é uma grande aventura.
Não poderia tentar recontar até mesmo os pontos altos dessa jornada – desde as primeiras turnês como banda de abertura até as décadas como atração principal; as canções e álbuns, pessoas e lugares – mas um local e nossas experiências podem ficar como um símbolo de nossas vidas juntos por todos esses anos, o trabalho e o tocar.
No verão de 2014 revisitei as ruínas do Le Studio em Quebec para filmar uma entrevista. Alex, Geddy e eu gravamos lá muitas vezes, de 1979 a 1995, mas o lugar foi abandonado e está se desintegrando por cerca de quinze anos, e eu nunca havia voltado lá novamente.
No momento da chegada, e até mesmo no caminho até lá, senti o borbulhar de algumas emoções. No começo as empurrei de volta – estava inseguro sobre o que estava sentindo, ou sentiria. Mas tarde, percebi que a experiência foi apenas muita coisa para se processar de uma vez – porque nenhum outro lugar na Terra foi mais importante na minha vida. Então, foi algo grande.
Olhando para trás, para todos os dias e noites, semanas e meses, verões e invernos, canções, álbuns, gargalhadas – foi um longo desfile emocional de memórias. No entanto, pelo menos, os fantasmas estavam felizes, por isso foi agradável passear entre eles.
Enquanto estava de frente para a parte de baixo, na construção deteriorada com a equipe de filmagem, descrevi a gravação da introdução para "Witch Hunt" fazendo os mesmos passos. Em uma noite no início do inverno, com alguns flocos de neve flutuantes, montamos um microfone ao ar livre e atuamos para a cena dos vigilantes. A agitação que é tocada para vocês é verdadeira, onde gritávamos coisas como, "Temos que defender a lei e a ordem!" e "Temos que proteger nossas crianças!". A multidão que eu estava incitando à confusão foi composta pelos Caras no Trabalho – banda, equipe e o pessoal do estúdio.
Outra lembrança emergiu assim que levei a equipe para os fundos do estúdio, onde o lago apareceu entre as árvores. Descrevi a gravação da introdução para "Natural Science", descendo pela margem do lago. Numa noite fria no final de 1979, Alex e eu ficamos à beira da água com remos de barco e canoa, agitando a água. Um microfone em um suporte ao nosso lado capturava os efeitos sonoros para a seção "Tide Pools".
A primeira visita ao Le Studio foi no outono de 1979, para gravar as faixas básicas de Permanent Waves. Nos anos seguintes, voltamos para gravar e mixar Moving Pictures, para então mixar um álbum ao vivo, Exit... Stage Left, no verão de 1981. Não havia muito para fazermos nesse projeto, exceto aprovar ocasionalmente performances e balanços, e assim começamos a brincar com outras coisas. Alex construía e colidia hidroaviões controlados por rádio; Geddy aprendeu tudo no mundo do beisebol (sua nova paixão naquele tempo) e eu fiz uma meticulosa restauração de parafusos e porcas de um antigo set de bateria Hayman, abandonado no porão do estúdio. Aparentemente, ele havia pertencido a Corky Laing, baterista da banda Mountain e, quando meu trabalho foi finalizado, gostei de como soou. Todos nós começamos finalmente a brincar com palavras e músicas, montando "Subdivisions" – lembro-me de Geddy e Alex vindo a mim na garagem da casa de hospedes, tocando uma demo em um player de cassetes (mais tarde toquei naquele Hayman para a demo dessa canção).
Após completar Signals no Le Studio em 1982, voltamos durante o longo inverno de 1983 - 1984 para lutar pela realização de Grace Under Pressure. A partir de então, nossas visitas ao Le Studio tornaram-se mais esporádicas – visto que experimentamos "ajustes" novamente, gravando e mixando no interior inglês, em Londres, na ilha tropical caribenha de Montserrat e em Paris (porque podíamos). Nos anos 90, voltamos ao Le Studio com Rupert Hine e Stephen W. Tayler para gravar as faixas básicas de Presto, e alguns anos mais tarde com Peter Collins e Kevin "Caveman" Shirley para o mesmo em Counterparts.
Assim, muito da minha vida foi centrada no Le Studio. Foi bom refletir sobre tudo isso agora, com orgulho e um sentimento de ter tido a sorte de ter vivido tudo isso uma vez – o novamente não tem importância. Muitas, muitas boas lembranças estão ligadas a esses dias, e faço delas um tesouro. (Termo perfeito – "o tesouro de uma vida").
O trecho seguinte foi escrito para uma biografia e para o ensaio do tour book de Presto, em 1990. (Engraçado que foi naquela história a primeira vez na qual me referi a nós como "Rash" – uma piada que se repetiu mais de vinte anos depois, em filmes cômicos para acompanhar a turnê Time Machine). Assim como o Le Studio pode ser considerado um lugar simbólico para nós, a descrição das nossas partidas de vôlei depois do trabalho pode ser emblemática em torno das nossas horas de lazer juntos.
Após um longo dia de trabalho, nos acumulamos do lado de fora carregados pelo ar leve do começo do verão nas Laurentides. Encharcamos-nos com repelente e nos reunimos na grama artificialmente iluminada, assumindo nosso lado e fazendo um tipo de "St. Vitus Dance" para espantar os mosquitos.
Ocasionalmente, um de nós acertava a bola na direção certa – mas não com frequência. A maioria das vezes era jogada no lago ou perdida completamente entre as madeiras escuras e assustadores ("Tudo Bem, eu pego.") Estávamos encantados com os esforços de Rupert tanto no vôlei quanto nas nossas músicas. Porém, na verdade, todos nós tivemos nossos momentos – as risadas contribuíram mais para o jogo do que as habilidades. E, se as bebidas francesas bidestiladas subtraíam nossas habilidades, elas adicionavam as nossas gargalhadas.
Entre os jogos o grito aparecia: "Beba!", e obedientemente corríamos para a linha de copos de conhaque na varanda. Richard, o guaxinim, colocou sua face mascarada debaixo das escadas querendo saber o que era todo aquele barulho. "Richard!" gritamos, e a pobre besta assustada corria para debaixo dos degraus, e corríamos rindo de volta a quadra. Os refletores prateavam a grama, uma ilha de luz separada do mundo, como um palco.
Nesse palco, no entanto, deixamos de fora a unidade por excelência; sem pressão de dentro, sem expectativas dos outros. Os erros não são uma maldição, mas uma causa para risos e, nesse palco, jogar é o negócio – podemos esquecer que também temos que trabalhar juntos.
Trabalhar juntos, jogar juntos, assustar pequenos mamíferos juntos: estamos nos divertindo? Sim, estamos. E sim, agora penso nisso, o porquê fazemos o que fazemos, e o porquê continuamos fazendo: divertimo-nos juntos. O quão entediante seria se não acontecesse isso. Não apenas isso, mas trabalhamos bem juntos, equilibrando o outro como um espelho de três lados, cada um refletindo uma visão diferente, mas todos se movendo juntos. Como o fazendeiro Zen diz: "A vida é como joquempô: nenhuma das respostas está sempre certa, mas cada uma às vezes está".
Meus sentimentos foram elevados durante a visita de 2014, mas não conseguia defini-los – as palavras falharam durante algum tempo. Algumas pessoas descrevem o abandono do lugar como "triste", mas vagar por aquelas salas não me fez sentir assim. O que eu sentia era mais parecido com sorte, em um sentido primordial de gratidão – que havíamos tido sorte suficiente para viver e trabalhar em um lugar como aquele todas as vezes, em todas as épocas. E em outros como ele: Air Studios na ilha tropical de Montserrat, nos "pitorescos" estúdios residenciais britânicos como o Rockfield, o Manor e o Ridge Farm, o Bearsville e Allaire nas Montanhas Catskill em Nova York. Será que outra banda de rock desfrutará e será nutrida por esses retiros artísticos e lúdicos?
Essa é, para mim, a parte realmente triste.
Mas tudo isso não importa – vamos pensar em coisas felizes!
Basta considerar o absurdo estatístico de nós três, em todos esses anos e décadas mais tarde, ainda por perto e ainda... fazendo isso. Ainda tocando essas mesmas canções, de um momento em que, como descrevi em uma entrevista recente, "éramos jovens, tolos, corajosos e divertidos". (Se já não somos mais jovens, as outras qualidades ainda se aplicam).
Há alguns anos, a banda recebeu algumas premiações pelo conjunto da obra e, em resposta a um deles. observei – apenas metade brincadeira – que eram nossos fãs que mereciam o prêmio. Pois, se estávamos ali, eles certamente também deveriam estar.
Nunca esquecemos essa realidade, e muitas vezes a celebramos – assim como estamos planejando fazer o "irl" nessa turnê de quadragésimo aniversário. Assim como discutirmos as canções que iremos tocar, era tudo sobre como nós e os fãs poderíamos ser capazes de viver tudo novamente – só dessa vez.
Porque foi uma grande aventura, não foi?