14 DE MARÇO DE 2014 | POR VAGNER CRUZ
12 de março de 2014, uma data para ficar na história e na cabeça de muitos fãs brasileiros do Rush. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes em uma noite memorável na Fnac da Avenida Paulista, coração de São Paulo, desfrutando de um dos momentos mais sonhados e que finalmente se materializava aos admiradores do grande power-trio canadense: o lançamento de Ghost Rider - Travels on the Healing Road no Brasil, agora aqui A Estrada da Cura, talvez o livro mais famoso e expressivo do célebre baterista e letrista Neil Peart.
A editora gaúcha Belas-Letras adquiriu no ano passado os direitos da obra, liberada originalmente em julho de 2002 pela canadense ECW Press, apostando na aproximação das memórias de Peart produzidas em suas viagens de moto pelo Canadá, Estados Unidos e América Central no fim dos anos de 1990, momento em que sofreu as perdas dolorosas de sua filha Selena, morta em um acidente de carro em 1997, e de sua esposa Jackie, que faleceu de câncer no ano seguinte. Enquanto percorria a "Estrada da Cura", o baterista registrava em seus diários seus progressos e retrocessos no processo de luto / cura e a dor de reviver constantemente suas perdas, descrevendo também com maestria deslumbrante, colorida, divertida e comovente a enorme gama de aventuras com as quais se deparou em suas andanças das montanhas para o mar, desde os desertos de gelo no Ártico às dezenas de personagens memoráveis, como amigos e parentes que ia encontrando ao longo do caminho.
Partindo de um super pocket show dos paulistas da Rush Project, que abriram de forma nostálgica com a "R30 Overture" (uma reunião de trechos de canções especialíssimas gravadas na década de 1970), o evento prosseguiu com o hino "Tom Sawyer" (do clássico Moving Pictures, de 1981) ao lado da tocante e emblemática "Ghost Rider" de Vapor Trails (2002), escolha perfeita para o momento. Todo aparato muito bem refinado ajudou a preparar o clima que, subitamente, iria atingir em cheio todos os corações que já se encontravam ali e atentos: o emocionado discurso do fã argentino Martin Vasco, que trouxe um comovente depoimento em ótimo português seguido de uma dádiva inesperada e gentilmente compartilhada - a estupenda declaração do próprio Neil para nós, esta que transportou as mentes numa conexão fantástica sustentada pela certeza da ciência do grande mestre. Ele sabia que estávamos ali, unidos e celebrando!
"Estou maravilhado que o Ghost Rider tenha sido traduzido para o português e para todos os leitores brasileiros. Pessoas que passaram por tragédias semelhantes às que passei me disseram que minha experiência, compartilhada, tem sido de grande ajuda para eles. E isso para mim é uma recompensa valiosa. A função de terapeuta consolador não é o que eu escolhi para minha vida, mas sou o homem e o escritor que a vida fez de mim. O Brasil é um dos meus países favoritos no mundo por sua natureza exuberante e pela diversidade cultural; sendo assim, estou muito orgulhoso de agora poder fazer parte desta cultura nas bibliotecas deste maravilhoso país. Com os melhores votos a vocês, Neil Peart".
A programação avançou no bate-papo descontraído mediado com maestria pelo jornalista Bento Araújo, editor da ótima revista Poeira Zine, que trouxe também a tradutora Candice Soldatelli (a heroína), o lendário apresentador e produtor da rádio Backstage e do programa Backstage da Kiss FM Vitão Bonesso, esse que vos escreve no Rush Fã-Clube Brasil e, é claro, o grande The Macallan, whisky preferido de Peart e que o acompanha em sua jornada. Foram abordados assuntos interessantíssimos, todos relacionados às curiosas passagens do livro, ao funcionamento do processo de tradução, ao drama vivido pelo baterista e, como não poderia deixar de ser, à própria obra do Rush, cada qual a partir de uma percepção particular. Houve também uma breve interação com os demais fãs, que tiveram a oportunidade de realizar perguntas enriquecendo ainda mais o cenário.
Por fim, a Rush Project retorna ao palco para executar um leque de clássicas com "Subdivisions" (de Signals, 1982), "YYZ" (Moving Pictures), "The Pass" (Presto, 1989), "The Spirit of Radio" (Permanent Waves, 1980) e "Red Barchetta" (também de Moving Pictures), fechando os momentos adornados principalmente por amizade, respeito e companheirismo, características associadas sem esforço aos admirados canadenses.
A música do Rush é mágica e universal, e continuaremos lutando e torcendo para que suas produções atemporais estejam cada vez mais próximas e ao alcance dos brasileiros. Em nome do Rush Fã-Clube Brasil, agradeço a Candice por acreditar e entregar o coração nessa grande empreitada, ao Gustavo Guertler (editor) e Bárbara Ataíde, que de forma fantástica idealizaram e lutaram pelo projeto e pelo evento fazendo-os acontecer, ao Bento e ao Vitão, caras que conhecem o rock and roll e que transbordam o espírito que envolve esse grande estilo de vida, aos músicos da Rush Project, que abrilhantaram ainda mais a ocasião com sua já conhecida dedicação em transmitir com responsabilidade a música do grande Rush e, é claro, a você que acessa nossa página e que se sente parte de um grupo especial que admira e que cresce com essa vasta obra.
Grandes momentos ao lado de grandes pessoas, o que sempre reforça o quão diferenciado é ser fã desses caras. A cada um dos 300 amigos que tiveram presentes, um forte abraço e eterna gratidão pela presença. Quem sabe não surgirá um novo momento em breve, com um bate-papo sobre um rolé por terras africanas?
A editora gaúcha Belas-Letras adquiriu no ano passado os direitos da obra, liberada originalmente em julho de 2002 pela canadense ECW Press, apostando na aproximação das memórias de Peart produzidas em suas viagens de moto pelo Canadá, Estados Unidos e América Central no fim dos anos de 1990, momento em que sofreu as perdas dolorosas de sua filha Selena, morta em um acidente de carro em 1997, e de sua esposa Jackie, que faleceu de câncer no ano seguinte. Enquanto percorria a "Estrada da Cura", o baterista registrava em seus diários seus progressos e retrocessos no processo de luto / cura e a dor de reviver constantemente suas perdas, descrevendo também com maestria deslumbrante, colorida, divertida e comovente a enorme gama de aventuras com as quais se deparou em suas andanças das montanhas para o mar, desde os desertos de gelo no Ártico às dezenas de personagens memoráveis, como amigos e parentes que ia encontrando ao longo do caminho.
Partindo de um super pocket show dos paulistas da Rush Project, que abriram de forma nostálgica com a "R30 Overture" (uma reunião de trechos de canções especialíssimas gravadas na década de 1970), o evento prosseguiu com o hino "Tom Sawyer" (do clássico Moving Pictures, de 1981) ao lado da tocante e emblemática "Ghost Rider" de Vapor Trails (2002), escolha perfeita para o momento. Todo aparato muito bem refinado ajudou a preparar o clima que, subitamente, iria atingir em cheio todos os corações que já se encontravam ali e atentos: o emocionado discurso do fã argentino Martin Vasco, que trouxe um comovente depoimento em ótimo português seguido de uma dádiva inesperada e gentilmente compartilhada - a estupenda declaração do próprio Neil para nós, esta que transportou as mentes numa conexão fantástica sustentada pela certeza da ciência do grande mestre. Ele sabia que estávamos ali, unidos e celebrando!
"Estou maravilhado que o Ghost Rider tenha sido traduzido para o português e para todos os leitores brasileiros. Pessoas que passaram por tragédias semelhantes às que passei me disseram que minha experiência, compartilhada, tem sido de grande ajuda para eles. E isso para mim é uma recompensa valiosa. A função de terapeuta consolador não é o que eu escolhi para minha vida, mas sou o homem e o escritor que a vida fez de mim. O Brasil é um dos meus países favoritos no mundo por sua natureza exuberante e pela diversidade cultural; sendo assim, estou muito orgulhoso de agora poder fazer parte desta cultura nas bibliotecas deste maravilhoso país. Com os melhores votos a vocês, Neil Peart".
A programação avançou no bate-papo descontraído mediado com maestria pelo jornalista Bento Araújo, editor da ótima revista Poeira Zine, que trouxe também a tradutora Candice Soldatelli (a heroína), o lendário apresentador e produtor da rádio Backstage e do programa Backstage da Kiss FM Vitão Bonesso, esse que vos escreve no Rush Fã-Clube Brasil e, é claro, o grande The Macallan, whisky preferido de Peart e que o acompanha em sua jornada. Foram abordados assuntos interessantíssimos, todos relacionados às curiosas passagens do livro, ao funcionamento do processo de tradução, ao drama vivido pelo baterista e, como não poderia deixar de ser, à própria obra do Rush, cada qual a partir de uma percepção particular. Houve também uma breve interação com os demais fãs, que tiveram a oportunidade de realizar perguntas enriquecendo ainda mais o cenário.
Por fim, a Rush Project retorna ao palco para executar um leque de clássicas com "Subdivisions" (de Signals, 1982), "YYZ" (Moving Pictures), "The Pass" (Presto, 1989), "The Spirit of Radio" (Permanent Waves, 1980) e "Red Barchetta" (também de Moving Pictures), fechando os momentos adornados principalmente por amizade, respeito e companheirismo, características associadas sem esforço aos admirados canadenses.
A música do Rush é mágica e universal, e continuaremos lutando e torcendo para que suas produções atemporais estejam cada vez mais próximas e ao alcance dos brasileiros. Em nome do Rush Fã-Clube Brasil, agradeço a Candice por acreditar e entregar o coração nessa grande empreitada, ao Gustavo Guertler (editor) e Bárbara Ataíde, que de forma fantástica idealizaram e lutaram pelo projeto e pelo evento fazendo-os acontecer, ao Bento e ao Vitão, caras que conhecem o rock and roll e que transbordam o espírito que envolve esse grande estilo de vida, aos músicos da Rush Project, que abrilhantaram ainda mais a ocasião com sua já conhecida dedicação em transmitir com responsabilidade a música do grande Rush e, é claro, a você que acessa nossa página e que se sente parte de um grupo especial que admira e que cresce com essa vasta obra.
Grandes momentos ao lado de grandes pessoas, o que sempre reforça o quão diferenciado é ser fã desses caras. A cada um dos 300 amigos que tiveram presentes, um forte abraço e eterna gratidão pela presença. Quem sabe não surgirá um novo momento em breve, com um bate-papo sobre um rolé por terras africanas?