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Uma Viagem aos Hemisférios
Por Geoff Barton, 15 DE SETEMBRO DE 1978
No começo, em 1974, havia um álbum chamado RUSH e um jovem e recente trio de Toronto, Canadá, despejando melodias Hard Rock à la Zeppelin.
Quatro anos e cinco discos depois, em 1978, havia um álbum chamado HEMISPHERES, e uma banda mais madura e experiente, criando músicas de uma natureza pessoal, altamente desenvolvida e única.
A primeira mostra do que viria surgiu logo após o lançamento do segundo álbum do Rush, FLY BY NIGHT, quando o baterista original John Rutsey saiu da banda, entrando em seu lugar Neil Peart. Imediatamente Peart se tornou letrista e a música do Rush, com o consentimento dos dois membros fundadores remanescentes Alex Lifeson (guitarrista) e Geddy Lee (baixista e vocalista), se tornou menos direta e ganhou um toque mais místico. O terceiro disco, CARESS OF STEEL, viu esse desenvolvimento tomar forma, com um lado inteiro dedicado a um tema sobre uma jornada em busca da "Fonte das Lamentações". Mas foi somente no quarto álbum que o Rush se definiu realmente como uma banda de rock contadora de histórias de ficção fientífica e medievais.
Intitulado 2112, trazia novamente um lado inteiro dedicado a uma música com uma temática titânica. Desta vez, um caso de choque de futuro, a história de uma sociedade do século 22 que vive sobre o controle dos Templos de Syrinx, um grupo de sacerdotes que consideram a música como uma força corrupta e que estipulam que a guitarra era "um brinquedo que ajudaria a destruir a raça humana!". Quando um instrumento desses é tocado em um dos templos, ecoando uma alegre melodia pelos corredores, os sacerdotes reagem com bastante ira. "2112", amorosamente artesanal, deslumbrante e estimulante, marca um ponto de virada na carreira do Rush, se transformando num álbum muito bem sucedido.
Numa tentativa de angariar novos fãs com seu recém-lançado disco, o próximo trabalho realizado pelo trio foi um álbum duplo, retrospecto, gravado ao vivo e chamado ALL THE WORLD'S A STAGE. E depois, em 1977, a banda seguiu novos rumos indo para a Grã-Bretanha, passando uma temporada no Rockfield Studios, situado numa área rural do País de Gales e gravando um álbum intitulado A FAREWELL TO KINGS.
Longe da agitação da cidade, o Rush veio com um álbum pastoril e poderoso, e com uma agora tradicional "faixa épica" em forma de ópera espacial "Cygnus X-1", história do piloto de uma nave espacial que é sugada por um buraco negro. E se você acha que o Rush havia esgotado todas as fontes de inspiração, escute o último álbum HEMISPHERES, no qual – para citar – conseguiram ir onde nenhuma banda jamais foi. Novamente gravado no Rockfield Studios, HEMISPSHERES contém quatro faixas: duas curtas, diretas e sensivelmente renderizadas ("The Trees" e "Circumstances") e outras duas, muito poderosas, de sangue quente, e que também explodirão sua mente com suas complexidades ("La Villa Strangiato" e "Hemispheres"). Esses dois últimos números mostram o quanto que o Rush evoluiu nos últimos anos. A banda fala de "La Villa Strangiato" como uma "reconstrução musical de alguns dos pesadelos de Alex" (aparentemente o guitarrista foi atacado por alguns sonhos ruins) e, de forma apropriada, é totalmente diferente de tudo que a banda já fizera antes. "La Villa" é composta de muitas partes multifacetadas, certamente merecedora de muitas execuções e audições cuidadosas. Já "Hemispheres" trás um fim para a história de "Cygnus X-1", que começou no álbum anterior A FAREWELL TO KINGS, onde houve, se você se lembra, um final melodramático, quando nosso herói desapareceu através de um buraco negro. Nunca mais seria visto? Com a duração aproximada à 2112, "Hemispheres" conclui a lenda de forma inesperada e um tanto heterodoxa – se você achava que o Rush continuaria seguindo pelo caminho usual da ficção científica, com explanações sobre "outras dimensões" ou "transportes de matéria", pense novamente. "Hemispheres", através de batidas fortes e dinâmicas e letras evocativas, conta a lenda de uma batalha entre os deuses Apollo e Dionísio, com a intervenção do poderoso Cygnus e do "equilíbrio" que ele eventualmente gerencia.
Tudo isso, somado a muito rock and roll. O que mais você queria?
Por Trás Das Cenas
Nosso Gerente de Estrada e Diretor de Iluminação é Howard Ungerleider. Semanas antes do show, Herns fica colado no telefone com promotores, gerentes de palco, fornecedores e hotéis de cada cidade da turnê. É seu trabalho arranjar toda a viagem, acomodações, necessidades técnicas e pessoais para a banda e para a equipe. Ele também cuida das finanças. Como Diretor, Herns é quem desenha o sistema e opera o painel de iluminação no show.
Mike Hirsch é nosso Gerente de Palco, que chega todas as manhãs com o primeiro caminhão trazendo os técnicos de iluminação e é um dos últimos a sair nas primeiras horas do dia seguinte, com o último caminhão e a equipe! Michael supervisiona todos os aspectos do carregamento, descarregamento e montagem. Ele organiza as checagens de som, a segurança do backstage e as mudanças de set, assegurando que o show começará, andará e acabará no tempo certo.
Nosso Engenheiro de Som nos shows é Ian Grandy. Seu trabalho envolve a escolha e o posicionamento de microfones individuais no palco, além da mixagem de todos os sons no controle da casa, onde adiciona seus efeitos de forma mágica para melhorar o que vem do palco. Ian, também como Coordenador de Equipe, cuida dos registros e das necessidades organizacionais.
O técnico pessoal de Alex é Liam Birt, que, como Técnico da Direita do Palco, é responsável pela regulagem e manutenção dos amplificadores e efeitos. Ele também coreografa as mudanças de guitarra com Alex, assistido por seu colega Jack Secret (vulgo Tony Geranios), que também é responsável pela manutenção dos instrumentos e que mantém os mesmos afinados durante o show. Tony também regula e mantém os sintetizadores de Alex e Geddy.
Skip Gildersleeve é o braço direito de Geddy, como Técnico da Esquerda do Palco. Mais conhecido por seus amigos e fãs como Slider, é ele quem regula e mantém os instrumentos e amplificadores de Geddy, efetuando as mudanças de instrumentos e suas necessidades.
Larry Allen aparece exatamente como Técnico Central, montando e mantendo meticulosamente a bateria. Ele também é responsável por entregar as baquetas e os martelos para Neil nas mudanças. Larry também serve como Oficial da Turnê.
Nossos filmes são feitos por um profissional de Nova Iorque chamado Nick Prince, e nosso projecionista é Harry Dilman.
Nossos destemidos motoristas são George Hoadley, Pat Lynes, Arthur "Mac" MacLear, e Tom Whittaker.
Alex Lifeson
Meus amplificadores são três Hiwatt 100 ligados em quatro caixas Hiwatt 4X12" e uma caixa Leslie, com um amplificador e mais duas caixas reservas, Um Fender Twin Reverb com falantes JBL é usado para microfonação primária de PA.
Minhas guitarras são uma Gibson ES335, uma Gibson ES355, uma Gibson Les Paul Standard, uma Gibson Custom de dois braços, uma Pyramid Custom, uma Fender Stratocaster, uma Guitarra Sintetizador Roland, um violão Gibson Dove, um violão de 12 cordas Gibson B45-12, um violão clássico Gisbon C-60 e outro violão clássico Ramirez. Também toco um set de Moog Taurus Pedals.
Os efeitos que uso são três Roland 301 Space Echo, um chorus Roland, um Electro-Hamonix Electric Mistress, um pedal de volume Morley, Wah-Wah Cry Baby, um filtro paramétrico Maestro, pré-amps Ashley para os violões e uma pedaleira desenhada por L.B. e construída pela Steele-Power Supply.
Neil Peart
Minha bateria é toda Slingerland, com a camada interna dos cascos tratada por um processo chamado Vibra-Fibing, que consiste numa camada fina de fibra de vidro e resina, que reveste dois bumbos de 24", tons de concerto de 6", 8", 10" e 12" e tons de 12", 13", 15" e 18", além de uma caixa de madeira de 5" X 14". Todos os pratos são Avedis Zildjian, com exceção do China de 18". Os Avedis Zildjian são splashs de 6" e 8", dois crashs de 16" , um de 18" e um de 20", um ride de 22", um par de contratempos de 13", um pang de 18" e um China de 20".
No departamento de percussão temos sinos de orquestra, sinos tubulares, cratoles, carrilhão, timbais, tímpanos, gongo, temple blocks, bell tree, triângulo e cowbells.
No ataque eu uso Remo black dot na caixa e nos bumbos, Ludwig silver dot nos tons e timbais, e Evans Looking Glass (resposta), pedais Speed King e estantes Tama e Pearl. Uso baquetas Pro-Mark 747 com o verniz raspado na área de pegada.
Geddy Lee
Eu uso dois baixos Rickenbacker 4001, um Rickenbacker 4002, um Fender Precision modificado, um Rickenbacker de dois braços incorporando um baixo 4001 e uma guitarra de 12 cordas. Todos os meus baixos estão com pontes Badass e cordas Roto-Sound, e um chorus Roland é usado com a guitarra.
Meus amplificadores são dois BGW 750-B, através de dois pré-amps Ashley, e duas caixas 2" X 15" Teal e duas caixas 2" X 15" Ampeg V4B. Todas as caixas tem falantes JBL K140. Também uso um Fender Twin Reverb para a guitarra.
Meus sintetizadores são um Mini-Moog, Moog Taurus Pedal, um Oberheim Eight-Voice Polyphonic, e um Roland Space Echo.