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LESSONS TEARS SOMETHING FOR NOTHING
TEARS
All of the seasons
And all of the days
All of the reasons
Why I've felt this way
So long
So long
Then lost in that feeling
I looked in your eyes
I noticed emotion
And that you had cried
For me
I can see
What would touch me deeper
Tears that fall from eyes
That only cry?
Would it touch you deeper
Than tears that fall from eyes
That know why?
A lifetime of questions
Tears on your cheek
I tasted the answers
And my body was weak
For you
The truth
All of the seasons
And all of the days
All of the reasons
Why I've felt this way
So long
So long
Then lost in that feeling
I looked in your eyes
I noticed emotion
And that you had cried
For me
I can see
What would touch me deeper
Tears that fall from eyes
That only cry?
Would it touch you deeper
Than tears that fall from eyes
That know why?
A lifetime of questions
Tears on your cheek
I tasted the answers
And my body was weak
For you
The truth
LÁGRIMAS
Todas as estações
E todos os dias
Todas as razões
Por ter me sentido assim
Tanto tempo
Tanto tempo
Então perdido naquele sentimento
Olhei nos seus olhos
Percebi emoção
E que você havia chorado
Por mim
Posso ver
O que me tocaria mais fundo
Lágrimas que caem de olhos
Que só choram?
Será que isso te tocaria mais fundo
Do que lágrimas que caem de olhos
Que sabem o por quê?
Uma vida de perguntas
Lágrimas no seu rosto
Experimentei as respostas
E meu corpo estava fraco
Por você
A verdade
Todas as estações
E todos os dias
Todas as razões
Por ter me sentido assim
Tanto tempo
Tanto tempo
Então perdido naquele sentimento
Olhei nos seus olhos
Percebi emoção
E que você havia chorado
Por mim
Posso ver
O que me tocaria mais fundo
Lágrimas que caem de olhos
Que só choram?
Será que isso te tocaria mais fundo
Do que lágrimas que caem de olhos
Que sabem o por quê?
Uma vida de perguntas
Lágrimas no seu rosto
Experimentei as respostas
E meu corpo estava fraco
Por você
A verdade
Lágrimas mais reveladoras que palavras
A penúltima faixa de 2112 é a fortemente emocional "Tears". Totalmente creditada a Geddy Lee, a canção fecha no disco o momento raro e especial de composições individuais iniciado pela anterior "Lessons", inteiramente escrita por Alex Lifeson. "Tears" consiste em uma construção experimental que muda drasticamente a atmosfera do álbum, uma peça separada pelos músicos para ser explorada exclusivamente no estúdio. Como a banda tinha certeza que não a executaria ao vivo, sua produção foi bastante incrementada. Apresentando um tema obscuro, angustiante e belo, sua mudança de ritmo totalmente inesperada consegue se encaixar perfeitamente no restante da obra.
"Nossa intenção foi utilizar uma canção como peça de produção para o álbum", explica o coprodutor Terry Brown. "Isso nos livraria da nossa prática costumeira de escrita, produzindo canções para serem tocadas ao vivo que mantem a disciplina de uma banda com três integrantes".
"Tears" é uma balada assombrosa ambiciosamente arranjada. De início tocante e melancólico com Alex em um violão solitário de doze cordas, o momento é logo acompanhado pela chegada da voz natural de Geddy e do seu baixo. Novamente, o frontman prova ser um cantor e intérprete incrivelmente versátil, oferecendo linhas intensas, tocantes e introspectivas, além de elaborar uma letra mais desenvolvida que as realizadas nos primeiros trabalhos da banda. "Tears" ainda ganha uma densidade apurada com os toques bastante simples e sensíveis acionados por Neil Peart em seu instrumento, além da adição de sons extraídos do Mellotron, elemento que ficou a cargo do artista gráfico Hugh Syme. Curiosamente, essa era a primeira das poucas vezes que a banda convidava um músico externo para atuar em suas canções. Portanto Syme, além de idealizar com Peart a arte do álbum que seria marcante por toda a carreira da banda, ainda aparece de forma destacada nesse registro. Além disso, "Tears" pode ser definida como a primeira canção do Rush a oferecer uma certa presença e destaque para os teclados, algo que se tornaria, a partir dali, um importante e gradativo atributo na música dos canadenses.
"Eu estava no estúdio deles em Toronto - minha primeira visita ao seu santuário legendário privado - e uma coisa acabou levando a outra", explica Syme. "Geddy e eu estávamos no chão com meu sintetizador Arp Odyssey, operando filtros e camadas e acionando notas para produzir a paisagem sonora de '2112 Overture'. Dessa forma, desci para o hall por algumas horas, e desenvolvi algumas cordas e sopros no Mellotron para uma canção dele, 'Tears'. Ainda tenho essas boas recordações".
"Conhecemos Hugh por ele ser um músico local e, além disso, um artista gráfico", explica Lee. "Ele e Neil se deram bem imediatamente. Todos nós gostamos do seu trabalho em Caress of Steel, e isso fez com que ficasse mais fácil lhe oferecermos outras responsabilidades. Ele sempre tem grandes ideias".
"Tears" evoca com muita sutileza uma relação amorosa, uma joia singela e notável em toda a obra do Rush. Lee experimenta trabalhar com as doloridas sensações quando percebemos que magoamos quem amamos. Trata-se de uma composição muito peculiar e intensa, debruçada nas lágrimas que envolvem a paixão como um verdadeiro enigma para o ser humano, algo que não pode ser explicado, um sentimento inacreditável.
O cenário é completamente aberto a ideias. É possível imaginar o começo de uma reconciliação entre dois amantes e, de forma ainda mais intuitiva, um relacionamento doloroso e emocionalmente desgastado que tem a dor como elemento constante. As palavras aqui refletem necessidade, desentendimento e o desabafo que podem revelar o quão forte é a ligação entre essas vidas, sendo possível sentir a fraqueza e esgotamento dos protagonistas através de outra bela interpretação de Lee. Por outro lado, há o retrato da percepção de sentimentos que apenas as lágrimas podem externar. Respostas, verdade, saudade - uma verdadeira liberação emocional.
© 2014 Rush Fã-Clube Brasil
BANASIEWICZ, B. Rush Visions: The Official Biography. Omnibus Press, 1987
TELLERIA, E. Merely Players Tribute. Quarry Music Books, 2002.
HARRIGAN, B. "Rush". Cherry Lane Music, 1984.
CLASSIC ROCK PRESENTS: RUSH CLOCKWORK ANGELS. Classic Rock Special Edition. June 11, 2012.
"Nossa intenção foi utilizar uma canção como peça de produção para o álbum", explica o coprodutor Terry Brown. "Isso nos livraria da nossa prática costumeira de escrita, produzindo canções para serem tocadas ao vivo que mantem a disciplina de uma banda com três integrantes".
"Tears" é uma balada assombrosa ambiciosamente arranjada. De início tocante e melancólico com Alex em um violão solitário de doze cordas, o momento é logo acompanhado pela chegada da voz natural de Geddy e do seu baixo. Novamente, o frontman prova ser um cantor e intérprete incrivelmente versátil, oferecendo linhas intensas, tocantes e introspectivas, além de elaborar uma letra mais desenvolvida que as realizadas nos primeiros trabalhos da banda. "Tears" ainda ganha uma densidade apurada com os toques bastante simples e sensíveis acionados por Neil Peart em seu instrumento, além da adição de sons extraídos do Mellotron, elemento que ficou a cargo do artista gráfico Hugh Syme. Curiosamente, essa era a primeira das poucas vezes que a banda convidava um músico externo para atuar em suas canções. Portanto Syme, além de idealizar com Peart a arte do álbum que seria marcante por toda a carreira da banda, ainda aparece de forma destacada nesse registro. Além disso, "Tears" pode ser definida como a primeira canção do Rush a oferecer uma certa presença e destaque para os teclados, algo que se tornaria, a partir dali, um importante e gradativo atributo na música dos canadenses.
"Eu estava no estúdio deles em Toronto - minha primeira visita ao seu santuário legendário privado - e uma coisa acabou levando a outra", explica Syme. "Geddy e eu estávamos no chão com meu sintetizador Arp Odyssey, operando filtros e camadas e acionando notas para produzir a paisagem sonora de '2112 Overture'. Dessa forma, desci para o hall por algumas horas, e desenvolvi algumas cordas e sopros no Mellotron para uma canção dele, 'Tears'. Ainda tenho essas boas recordações".
"Conhecemos Hugh por ele ser um músico local e, além disso, um artista gráfico", explica Lee. "Ele e Neil se deram bem imediatamente. Todos nós gostamos do seu trabalho em Caress of Steel, e isso fez com que ficasse mais fácil lhe oferecermos outras responsabilidades. Ele sempre tem grandes ideias".
"Tears" evoca com muita sutileza uma relação amorosa, uma joia singela e notável em toda a obra do Rush. Lee experimenta trabalhar com as doloridas sensações quando percebemos que magoamos quem amamos. Trata-se de uma composição muito peculiar e intensa, debruçada nas lágrimas que envolvem a paixão como um verdadeiro enigma para o ser humano, algo que não pode ser explicado, um sentimento inacreditável.
O cenário é completamente aberto a ideias. É possível imaginar o começo de uma reconciliação entre dois amantes e, de forma ainda mais intuitiva, um relacionamento doloroso e emocionalmente desgastado que tem a dor como elemento constante. As palavras aqui refletem necessidade, desentendimento e o desabafo que podem revelar o quão forte é a ligação entre essas vidas, sendo possível sentir a fraqueza e esgotamento dos protagonistas através de outra bela interpretação de Lee. Por outro lado, há o retrato da percepção de sentimentos que apenas as lágrimas podem externar. Respostas, verdade, saudade - uma verdadeira liberação emocional.
© 2014 Rush Fã-Clube Brasil
BANASIEWICZ, B. Rush Visions: The Official Biography. Omnibus Press, 1987
TELLERIA, E. Merely Players Tribute. Quarry Music Books, 2002.
HARRIGAN, B. "Rush". Cherry Lane Music, 1984.
CLASSIC ROCK PRESENTS: RUSH CLOCKWORK ANGELS. Classic Rock Special Edition. June 11, 2012.