DE 2112 A HEMISPHERES: GEDDY E ALEX COMENTAM A CHEGADA DO RUSH AO ESTRELATO NOS ANOS 70



13 DE FEVEREIRO DE 2016 | POR VAGNER CRUZ

O site da revista britânica Classic Rock publicou uma sequência para a ótima entrevista com Geddy Lee e Alex Lifeson liberada no começo do mês (na qual os músicos refletiram sobre os primeiros anos do Rush - leia aqui), trazendo agora várias declarações sobre a caminhada do trio rumo ao estrelato - desde as frustrações com Caress of Steel (e o ápice com 2112 e A Farewell to Kings) às dificuldades de identidade em Hemispheres. Acompanhe também esse ótimo material, traduzido exclusivamente para o Rush Fã-Clube Brasil.

A HISTÓRIA DO RUSH POR GEDDY LEE & ALEX LIFESON: DE 2112 A HEMISPHERES
A Parte 2 da nossa série exclusiva que mostra a história do Rush - da obscuridade ao estrelato


Classic Rock - 10 de fevereiro de 2016
Por Paul Elliot | Tradução: Vagner Cruz


O Rush começou 1975 como uma banda em crise. O terceiro álbum Caress of Steel afundava sem deixar vestígios, e a banda enfrentava a possibilidade de ser dispensada pela gravadora Mercury. A salvação viria do brilhante álbum conceitual 2112. No entanto, no fim dos anos 70, o trio encararia outra crise - uma crise de identidade, após a difícil concepção do álbum Hemispheres, de 1978. Aqui, o vocalista da banda e baixista Geddy Lee e o guitarrista Alex Lifeson contam a história dos anos turbulentos nos quais chegaram à fama, época em que pareciam "kamikazes idiotas de quimonos", eram acusados de fascistas e foram parcialmente os responsáveis por Gene Simmons ter ficado chapado pela única vez em sua vida.

1975

Alex Lifeson: Estávamos muito orgulhosos quando finalizamos Caress Of Steel. Sentíamos que estávamos arriscando, crescendo e indo para algum lugar. Estávamos experimentando.

Geddy Lee: O problema foi que ninguém entendeu que diabos estávamos fazendo nesse disco. De fato, não posso dizer que sabíamos. As canções longas que tínhamos – "The Necromancer" e "The Fountain Of Lamneth" – eram muito complexas e obscuras. Em "The Fountain Of Lamneth", falávamos sobre "Didacts And Narpets". Era meio difícil para as pessoas entenderem.

Alex Lifeson: Caress Of Steel foi muito ambicioso. "The Fountain Of Lamneth" era uma história sobre a vida, algo muito precoce para três caras com pouco mais de vinte anos. Éramos uma banda muito jovem quando fizemos esse disco, uma banda que ainda desenvolvia suas habilidades. Só tínhamos um ano de turnês quando fizemos. Foi o nosso ponto de partida.

Geddy Lee: As influências que tínhamos – os grandes do rock progressivo como Yes e Genesis – eram muito nítidas em nossas composições. Olhando para trás, elas às vezes me fazem dizer, 'ai'. Porém, ao longo dos anos, essa dedicação diminuiu para mim.

Alex Lifeson: As intenções sempre foram puras, mas talvez as execuções não. Porém, ouvir Caress Of Steel da última vez me fez lembrar do quão importante o disco era para nós naquela época. Nós o amávamos. Por isso foi tão doloroso irmos para a estrada percebendo que não havia qualquer interesse nele.

Geddy Lee: Foi uma grande decepção. Nesse ponto, não possuíamos a devida objetividade de saber o quanto erramos em Caress Of Steel. Não entendíamos o porquê de termos falhado tanto, algo que acaba por abalar a sua confiança.

Alex Lifeson: Chamávamos a turnê de Down The Tubes [N. do T.: algo como turnê Por Água Abaixo]. Todo mundo estava em pânico.

Geddy Lee: Ao estar numa banda, você se isola da realidade até certo ponto, através do senso de humor e da camaradagem. Os integrantes se sustentam dizendo, 'Sim, acho estamos indo por água abaixo'. Porém, na verdade, estávamos bastante confusos e desanimados.

Alex Lifeson: Pelo menos tivemos uma tour divertida com o Kiss. Lembro-me de Gene (Simmons) contando uma história engraçada sobre essa turnê. Gene nunca tomou drogas, mas numa noite em Detroit (em que estava conosco) ele acabou comendo uma bolacha de maconha acidentalmente. O cara estava com muita fome, e me disse mais tarde, 'Fomos num restaurante e minha cabeça parecia do tamanho de uma bola de bilhar. Minha voz era a coisa mais alta no lugar quando pedi um sanduíche...'.


1976

Geddy Lee: Após o fracasso de Caress Of Steel, a gravadora Mercury havia deixado bem claro que estavam desapontados conosco – que não estávamos cumprindo a promessa de sermos uma banda promissora. Mas tínhamos um contrato e, dessa forma, sabíamos que ficaríamos para mais um álbum que eles tinham que lançar - ainda tínhamos um pouco mais antes de esgotarmos o recipiente por completo. Achávamos que nos descartariam se o próximo disco não se saísse bem - no fundo, acho que estávamos convencidos de que nossas carreiras estavam acabadas, e que teríamos que arrumar empregos 'reais'. Assim, 2112 foi a nossa salvação. Não há dúvidas quanto a isso.

Alex Lifeson: Sabíamos que a Mercury poderia nos deixar depois desse disco. Mas pensamos: se fizerem isso, pelo menos nos deram uma chance. Tínhamos que fazer um álbum que fosse verdadeiro para nós. Nesse sentido, 2112 foi o verdadeiro nascimento do Rush. E, como Caress Of Steel havia sido mal sucedido, tínhamos que fazer um álbum que chegasse ao que foi 2112.

Geddy Lee: Minha memória é que a ideia de Neil para "2112" foi o ponto de partida para todo o disco. Ele escreveu a história baseada em Anthem de Ayn Rand – uma história de ficção cientifica anti-totalitária. Neil e eu havíamos lido outro livro dela, The Fountainhead, que se tornou uma inspiração para nós. Esse traz a história de um arquiteto determinado a não comprometer sua estética e visão, fazendo qualquer coisa (até mesmo tomando posicionamentos radicais) para defender sua arte e seu direito de ser um indivíduo. Aqueles volumes falaram a nós enquanto fazíamos 2112, nos dando confiança de certa forma. Sentíamos que estávamos sendo pressionados a comprometer nossa arte. As pessoas não gostam quando classificamos o hard rock ou o prog rock de arte, mas, para nós, como criadores dessa música, essa é a nossa arte.

Alex Lifeson: Quando se é jovem, é fácil olhar para o mundo como algo formado por caras bons e maus. Achávamos que éramos os caras bons e a gravadora havia se materializado nos caras maus. Uma coisa era certa: não iríamos mudar.

Geddy Lee: Em "2112", a peça de vinte minutos, escrevemos todas as partes em sequência, com uma rolando para a próxima. A exceção, claro, foi "Overture", que é algo que você sempre faz por último devido à natureza de uma abertura. Você precisa dos temas de todas as outras partes para juntá-las. É o prenúncio daquilo que está por vir – como se fosse o melhor de "2112".

Alex Lifeson: Compomos fragmentos de "2112" enquanto estávamos na turnê Caress Of Steel. Tocávamos os mesmos em passagens de som e em todas as oportunidades que tínhamos. Assim, estávamos bem treinados nela antes de gravarmos. Era sempre desafiador tentar encontrar tempo para fazer essas coisas na estrada, mas estávamos muito motivados.

Geddy Lee: Finalizamos a turnê e fomos direto preparar esse disco. Ninguém na Mercury sabia o que estávamos fazendo, pois não fizemos demos para a gravadora e para o nosso empresário. Nunca tinha feito isso em toda a minha vida. Desde o primeiro dia, não tivemos ninguém no estúdio conosco além do nosso produtor Terry Brown.

Alex Lifeson: A maior parte do álbum já estava bem ensaiada no momento em que fomos para o estúdio. Estávamos com o tempo apertado, como sempre. Era sempre assim naqueles dias.

Geddy Lee: Fizemos o disco todo em quatro semanas, sendo o tempo mais longo que gastamos em um álbum até então. O primeiro disco, devido à sua regravação, levou aproximadamente uma semana no total. Fly By Night foi gravado em dez dias e Caress Of Steel em três semanas. Assim, 2112 era o nosso disco de maior orçamento.

Alex Lifeson: O importante foi que aprendemos mais sobre como estávamos trabalhando, e o tipo de banda que queríamos ser. Estávamos nos tornando melhores músicos e compositores. Sabíamos o que estávamos fazendo, e isso é uma vantagem enorme. Assim, você simplesmente faz o que tem que fazer.

Geddy Lee: Antes de entrarmos no estúdio, já tínhamos o layout do álbum planejado: a grande peça no lado um e as canções menores no lado dois. As canções mais curtas soavam como um ótimo break do conceito pesado do lado um. Tivemos "Something For Nothing" encerrando o disco, pois o sentimento da canção se relacionava com a história de "2112" em algum tipo de senso abstrato.

Alex Lifeson: "The Twilight Zone" foi uma canção que compomos no impulso do momento no estúdio, pois sentíamos que precisávamos de mais uma música no disco para equilibrá-lo. Fizemos essa em poucas horas - a composição e s gravação. Há uma dinâmica muito legal nela. Devido "2112" ser uma grande peça, muitas dessas outras canções têm sido negligenciadas. Porém, elas resistem ao teste do tempo, e "The Twilight Zone" é de fato uma música adormecida no disco.

Geddy Lee: Sabíamos que esse álbum poderia ser uma passagem só de ida para o desemprego, mas enquanto o fazíamos não houve desespero. Foi muito divertido - parecia o certo.

Alex Lifeson: Na verdade, tudo foi acontecendo de forma bem fácil. Foi um daqueles discos que simplesmente pareciam fazer sentido. Ele fluiu. Estávamos muito focados, estávamos tocando bem e completamente entrosados.

Geddy Lee: Havíamos feito músicas longas antes, mas "2112" foi a primeira vez que fizemos corretamente. Era muito mais poderosa e definida que "The Fountain Of Lamneth". Tornou-se o roteiro de como seguiríamos em frente.

Alex Lifeson: 2112 foi o primeiro álbum no qual realmente sentíamos que tínhamos um som identificável.

Geddy Lee: A capa também foi decisiva para a banda. O artista gráfico Hugh Syme era um grande amigo. Neil compartilhou todas as letras com ele, e tocamos algumas músicas para ele também. Hugh saiu com tudo aquilo na cabeça, voltando com sua interpretação: a imagem do 'Starman'. Fora a nossa foto horrível na parte de trás da capa, vestidos como kamikazes idiotas de quimono, foi um grande encarte!

Alex Lifeson: Hugh Syme também era músico, e tocou teclados em 2112. Ele fez o som especial sintetizado logo no início, além de tocar mellotron em "Tears".

Geddy Lee: Ficamos muito felizes com 2112. Sentíamos que havíamos feito um bom disco, mas não estávamos confiantes sobre como seria recebido. Mesmo antes de Caress Of Steel, quando fizemos Fly By Night, algumas pessoas gostaram, mas ainda era decepcionante no ponto de vista da gravadora. Portanto, não havia razão para acreditar que 2112 seria diferente. Adoramos o disco, mas achávamos que ele poderia parecer muito estranho. Não achávamos que seria uma 'carta de liberdade' para nós sob qualquer aspecto.

Alex Lifeson: As vendas desse álbum foram lentas no início. É claro, tínhamos também aquela coisa toda da NME, que nos chamou de fascistas. Não fazia sentido algum para nós.

Geddy Lee: Fiquei magoado com aquilo que a NME disse sobre nós. Com o pano de fundo que tenho – meus pais são sobreviventes do Holocausto – fiquei extremamente irritado e chateado. Ayn Rand foi a inspiração para "2112", reconhecemos isso, mas não havia conexão com sua política de direita. "2112" era uma história anti-totalitária e antifascista, e o final da história foi propositadamente ambíguo. O que acontece no final é a libertação ou a invasão de outro estado totalitário. O próprio ouvinte decide, com base no seu próprio senso de vida.

Alex Lifeson: No final, tivemos sorte. 2112 se conectou com nosso público, expandindo-o.

Geddy Lee: Foi uma época fantástica. Praticamente, tudo mudou para nós com 2112. Houve várias dificuldades iniciais em termos do tipo de show ao vivo que estávamos nos tornando, pois tivemos que aprender a ser headliners e começar a nos desenvolver nisso, algo que de fato não tínhamos. Tivemos que começar a pensar em termos de proporcionar um show que retornasse para as pessoas o valor do seu dinheiro. Éramos a banda que eles iriam ver!


1977

Alex Lifeson: Ir para o País de Gales para gravar A Farewell To Kings no Rockfield Studios foi muito emocionante para nós. Foi a nossa primeira vez gravando fora do Canadá. Havíamos feito uma turnê pelo Reino Unido um pouco antes - a nossa primeira lá. O promotor disse que tentava se convencer de nos levar. Ele estava preocupado com o fato de não haver absolutamente nenhum interesse em nós no Reino Unido, e de ninguém ter ouvido falar da banda por lá. Mas ele acabou se convencendo. Embora a turnê tenha sido pequena, o público era sempre muito entusiasmado. Começaram a reservar ingressos quase que imediatamente. Foi um momento emocionante para nós, com certeza.

Geddy Lee: Foi uma experiência bem diferente para nós: uma cultura diferente - tudo era diferente. Foi muito saudável para nós como pessoas.

Alex Lifeson: O Reino Unido era a sede de muitas das músicas que amávamos e com as quais crescemos. Assim, fazer parte dessa cena foi espetacular.

Geddy Lee: Sempre foi uma adaptação ir ao Reino Unido, pois a maconha envolvia tudo por lá. - é verdade. E não foi diferente quando fizemos A Farewell To Kings. Foi muito legal estar no Rockfield, um estúdio residencial na bela paisagem rural galesa, na qual não havia distrações enquanto trabalhávamos.

Alex Lifeson: Quando iniciamos os trabalhos no Rockfield, começávamos a gravar às onze da manhã, ou às vezes uma da tarde. Mas, conforme as sessões progrediam, trabalhávamos até mais e mais tarde, às vezes noite adentro. O relógio sempre mudava.

Geddy Lee: Atualmente somos velhos. Temos horários decentes para as gravações, e jantamos em casa. Mas, naqueles dias, ao gravar num estúdio residencial, você tem as senhoras simpáticas do Rockfield trazendo refeições britânicas saudáveis toda noite e, por isso, acaba ficando até mais tarde, gravando e dormindo depois...

Alex Lifeson: Finalizávamos tarde da noite e parávamos para assistir Open University antes de irmos para a cama, mas acho que estávamos tentando aprender alguma coisa. Naquele momento, ficávamos apenas com os olhos vidrados na TV.

Geddy Lee: "Xanadu" foi a primeira música que fizemos para esse álbum. Gravamos no pátio do Rockfield, a fim de conseguirmos um eco natural. Toquei baixo e também um sintetizador – ligado dentro do estúdio, sem amplificador. Assim, não havia sentido algum estar lá fora com Alex e Neil, mas eu usava fones de ouvido para ouvir o que estava tocando, de forma que pudéssemos tocar juntos (em parte ao vivo), vendo uns aos outros e estando conectados.

Alex Lifeson: A forma como trabalhamos no Rockfield, gravando os materiais no pátio durante o amanhecer com os pássaros cantando, é algo que traduz que A Farewell To Kings teve uma grande vibe.

Geddy Lee: Houve também uma espécie de continuação de "2112" em "Cygnus X-1". Uma acaba se estendendo para a outra. Muitos dos temas musicais em "Cygnus X-1", como toda aquela introdução especial, estão definitivamente ligados à "2112", embora "Cygnus" traga mais suspense, eu suponho. Mas, com certeza, não haveria "Cygnus X-1" sem "2112".

Alex Lifeson: Sentíamos que havíamos encontrado o nosso som em 2112, e o mesmo continuou se desenvolvendo com A Farewell To Kings.

Geddy Lee: Foi muito divertido fazer esse disco. Foi por isso que voltamos ao Rockfield no verão de 1978 para gravar Hemispheres. Só que foi um disco muito difícil de fazer...


1978

Alex Lifeson: Em Hemispheres, tudo foi uma luta.

Geddy Lee: A coisa toda levou meses, e foi difícil.

Alex Lifeson: Começamos a trabalhar nas músicas em um espaço para ensaios, e depois continuamos numa fazenda próxima ao Rockfield. O local tinha uma grande sala de estar, e ficamos por lá. A ideia era continuarmos a compor, nos forçando nos arranjos.

Geddy Lee: Quando chegamos no País Gales, tínhamos muito pouco material escrito - apenas alguns desejos. É a forma que sempre começamos: todos têm suas ideias de coisas que querem trabalhar no próximo projeto. Então, quando nos reunimos, geralmente seguimos numa direção completamente diferente, mas pelo menos com um ponto de partida.

Alex Lifeson: O problema com Hemispheres é que perdíamos a direção às vezes. Foi tudo muito difícil - até mesmo o tom das músicas.

Geddy Lee: Compomos tudo na casa da fazenda e fomos direto para o Rockfield, a fim de começar a gravar. Portanto, nunca tivemos a chance de tocar as músicas e ensaiá-las – e, para mim, ver o alcance vocal das mesmas. Era apenas sentar com a guitarra pensando, 'OK, é assim que vai funcionar'. Mas, uma vez que terminamos, fui cantar as peças. Nesse momento, disse, 'Porra, isso é alto!'. O álbum inteiro me forçou no registro agudo.

Alex Lifeson: Acabamos levando muito mais tempo gravando do que tínhamos planejado. Isso foi o que o tornou tão difícil.

Geddy Lee: Havia músicas que eram muito mais difíceis de cantar do que eu imaginava. Não conseguia atingir várias notas, e não tinha o luxo que tenho agora. Atualmente, se minha voz não soar bem, apenas me desligo e volto outro dia. Você tem um tempo de recuperação, que parece algo lógico. Mas em Hemispheres, ficamos várias semanas trabalhando no disco, e tudo que fizemos foi como arrancar um dente.

Alex Lifeson: No final, fomos para outro estúdio em Londres – Advision. Foi onde havíamos mixado A Farewell To Kings, e ficamos muito felizes com o resultado. Mas com Hemispheres, nada soou bem.

Geddy Lee: Os vocais tiveram que ser refeitos, e por isso eu precisei entrar numa pequena sala de gravação de voz diariamente. Alguns dias estava OK, mas em outros minha voz estava detonada, tendo que forçá-la. Era bem frustrante.

Alex Lifeson: Na verdade, voltamos para casa por uma semana, para depois retornarmos a Londres para mixar o disco no Trident studios. Nessa altura, finalmente, estávamos muito mais estáveis sobre a direção desse trabalho.

Geddy Lee: Passamos muito tempo mergulhados na gravação de Hemispheres. Era muito ambicioso, difícil de gravar e difícil de cantar. Foi até difícil de mixar. Ele arrancou um pedaço de nós.

Alex Lifeson: Houve ótimas músicas em Hemispheres. Ainda acho que "La Villa Strangiato" é uma das melhores coisas que já fizemos. Mas saímos desse disco com a sensação de que estávamos nos tornando estereotipados.

Geddy Lee: A faixa-título ("Cygnus X-1 Book II: Hemispheres") era outra peça que cobria um lado inteiro do disco. Em certo sentido, era uma versão diferente de "2112". As notas eram diferentes e a história também, mas estruturalmente começamos a sentir que estávamos nos repetindo. Dessa forma, achávamos que isso não seria saudável. Tínhamos que sair disso. Precisávamos de uma nova direção, e a encontramos com Permanent Waves...


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