OS MELHORES ÁLBUNS DO RUSH PARA GEDDY LEE



20 DE ABRIL DE 2008 | POR VAGNER CRUZ

O jornal canadense National Post realizou recentemente uma entrevista com Geddy Lee, que falou sobre o último disco da banda, Snakes & Arrows Live, e também sobre os discos que mais curte do Rush, entre outros assuntos.

National Post: Snakes & Arrows Live é o terceiro multi-disco ao vivo que vocês lançam nessa mesma década. Por que tantos?

Geddy:
Queremos que nossos fãs tenham um souvenir de cada turnê, principalmente DVDs. Acreditamos que eles gostam bastante de ter um registro de imagens do que foi uma tour, e esse álbum é só uma prévia do DVD que será lançado ainda este ano.

O visual das turnês da banda são sempre divertidos. Particularmente, gosto das assadeiras de frango no meio dos aparatos do palco nessa turnê. Qual o motivo daquilo

Todo mundo gosta de frangos, não é mesmo? Eu gosto.

São frangos de verdade?

Não posso falar sobre isso. Aquilo é parte do segredo do som do meu baixo. Aqueles assados me dão um som quente e gostoso.

Muitos sabem que o Rush parece ser o tipo de banda que é amada ou odiada, uma daquelas que os críticos mais detestam. Porém, fiz algumas pesquisas e a maior parte dos reviews de Snakes & Arrows e Vapor Trails foram positivos. Houve de fato uma época que os críticos odiavam o Rush?

Acho que essa reputação é uma espécie de resquício do nosso período inicial. Não éramos bem vistos ao longo dos nossos primeiros dez anos. O tempo passou e as coisas mudaram.

Havia um tipo de "humilhação Spinal Tap" (filme de 1984 que satiriza o comportamento e as ambições musicais das bandas de hard rock e heavy metal) que te deixava chateado?

Lembro que fui chamado certa vez de "o maldito uivo do inferno". Sempre fui fã desse comentário. Ele surgiu no fim dos anos 70. Desde então, nossa música tem evoluído muito e minha voz mudou bastante. De qualquer forma, uma vez que falam algo ruim sobre você, isso fica pairando ao seu redor por bastante tempo.

Você nunca teve dificuldades para conseguir ser reconhecido como um dos melhores baixistas de todos os tempos. Você venceu recentemente na categoria "Coolest bass line in a song" ("Linha de baixo mais legal numa música") da revista Bass Player com "Malignant Narcissism" - esta que eu não tentei ainda, mas que me parece realmente difícil de tocar. Para o bem de todos que tem lutado para dominar "YYZ", gostaria de saber se o Geddy Lee também tem problemas para tocar canções do Rush.

Sim - todas as canções que são difíceis de tocar para os fãs são difíceis para mim também. Tenho que tocar com muita atenção, senão danço. O segredo é praticar muito.

Fiquei muito feliz de curtir canções como "Natural Science" e "Entre Nous" [ambas de Permanent Waves, de 1980] no set list, quando vi vocês tocando no Air Canada Centre em Toronto no último outono. O que os motiva a trazerem essas pérolas?

Isso é feito especialmente para os nossos fãs mais dedicados. Existem certos clássicos que sempre vamos trazer, como "Tom Sawyer", mas atendemos também aos pedidos desses cortes mais profundos. É divertido trazer de volta algumas dessas canções durante as turnês. As pessoas sempre parecem reagir bem quando limpamos a poeira dessas antigas pérolas.

Pessoalmente, vou pedir para que vocês gravem ao vivo novamente "Something For Nothing".

OK.

Você acha que os fãs gostam das músicas novas da mesma forma que gostam dos álbuns das décadas de 1970 e 80?

É difícil saber. Certamente, olhando para a primeira fileira (que meus pobres olhos me permitem ver), eles parecem tão entusiasmados com as novas quanto com as antigas – em alguns casos, os fãs mais jovens ficam mais animados com as novas. Tenho um grande carinho por Snakes & Arrows (2007), e acho que é um dos nossos melhores trabalhos já feitos – junto com Power Windows (1985), Moving Pictures (1981) e provavelmente 2112 (1976). Esses são os meus quatro álbuns favoritos com o Rush.

Você declarou várias vezes que sente que existe uma grande música dentro de si que ainda não foi escrita. Como a reconhecerá quando estiver sendo feita?

Não sei se tem como saber. Talvez isso seja uma grande bobagem. Talvez você nunca saiba quando está fazendo o melhor possível e quando atingiu o seu máximo. Eu simplesmente acredito que existam grandes músicas que ainda posso fazer para o RUSH.