ENTREVISTA COM ALEX LIFESON PARA A REVISTA ONTARIO GOLF

22/06/2006



Alex Lifeson foi entrevistado pela revista Ontario Golf em sua edição de abertura do verão de 2006. Confiram a tradução dos melhores trechos:


WHAT A RUSH
O roqueiro Alex Lifeson muda de direção na Ontario para falar de um pouco sobre golf


A maior parte da matéria fala sobre golf. Alex conta quando não sabia absolutamente nada sobre o esporte e de como começou a praticá-lo, em 1989, tornando-se um viciado no assunto:

...Quando finalmente comecei a jogar me tornei um viciado. Depois de algumas semanas, jogava toda hora e, à noite, ficava na cama mentindo pra mim mesmo, imaginando o meus maravilhosos movimentos...

Ele também falou sobre algumas amizades que cultivou com jogadores profissionais, como Rocco Mediate. Rocco lhe deu alguns conselhos sobre como melhorar seus movimentos:

...[Rocco] me disse que se eu pudesse aplicar minha maneira de pensar quando toco guitarra nas jogadas no golf, melhoraria imensamente. Isso deixa minha cabeça louca. Esse é meu problema - eu penso em muitas coisas, até mesmo na hora de levar a raquete de volta...

Sobre seu envolvimento com o empresário Syd Menashy na criação de um novo Coppinwood Golf Club, Alex disse:

...Syd e eu começamos a conversar sobre como seria legal se tivéssemos o nosso próprio golf club. Ele contactou Paul McLean e o colocou no projeto, além de convidar Al Chud (um sócio do Wooden Sticks) e Tom Fazio, como designer. Syd me disse: "Al, estamos construindo um Tom Fazio e esse será o melhor em todo Canadá". Aí eu disse, "Onde eu assino?" Ele estava procurando patrocinadores - só que eles não estavam abertos ao assunto na ocasião - então me vendeu metade de algumas de suas ações. Eu estava realmente empolgado em trabalhar com Syd e começar a me envolver no negócio de golf. Quando a liga de hockey está correndo, os investidores fecham as portas, então surgiram algumas ações e as comprei...

A seguir, partes da entrevista onde o assunto é o Rush:

OG: De volta a música. O que é um dia normal pra você numa turnê?

Alex: Meus dias começam cedo, geralmente por volta das 6:30. Faço mais ou menos uma hora de yoga, dou uma boa alongada e depois vou jogar golf. Desde que tenham no local boas quadras privadas, além de atenderem os clientes de forma bem calma. Geralmente estou pronto às 11. Volto ao hotel, faço uma refeição bem leve no almoço. Logo após vou me exercitar ou nadar, para então me conduzir ao palco para a passagem de som, por volta das 17:00, onde fico por uma hora. Faço mais uma refeição bem leve. Então fazemos o show, cada um com mais de três horas de duração. Tenho alguns momentos calmos com Geddy depois do show, com uma bela garrafa de vinho no camarim. Também temos um chef na estrada conosco, que sempre prepara algo para comermos.

OG: Isso não parace muito com rock 'n' roll. Parece bem profissional.

Alex: É, você tem que viajar de maneira bem profissional nessa fase da vida. É muito intenso, sendo necessário estar em forma. Nós três nos exercitamos regularmente quando vamos cair na estrada por dois, três meses. Não há muita estrutura na turnê, então é preciso fazer o tempo. Nosso chef nos ajuda preparando coisas bem leves e orgânicas. É tudo muito civilizado. E você ainda tem 20 minutos maravilhosos depois do show, onde o momento é apenas da banda, todos sentados de roupão com uma bela taça de vinho. Viagens como as que fazemos são muito boas. Mas entrar num ônibus depois do show, como geralmente fazíamos, pra chegar no hotel às 6 da manhã, não tendo vida uma vez que estivéssemos na estrada, não era muito bom. Mas nas últimas turnês mapeamos tudo com aviões, voando para qualquer lugar. Isso faz as coisas se tornarem bem mais fáceis.

OG: Mas Neil não voa, não?

Alex: Não, ele não suporta voar, então ele pega sua moto e nosso segurança vai com ele. Na nossa última turnê ele rodou 25,000 milhas através da America.

OG: O Rush sempre teve muito sucesso com o passar dos anos, culminado na turnê de aniversário de 30 anos, um livro que conta a história cronológica da banda e um DVD. Mas muitos acharam que vocês não voltariam a tocar juntos após a morte da filha de Neil, Selena (falecida num acidente de carro em 1997) e de sua esposa, morta de cãncer um ano depois.

Alex: Foi tão devastador o que aconteceu que nós nem nos preocupamos com a banda. O mais importante no momento era ajudar Neil. Quando Jackie morreu, foi demais. Antes, ele precisava de pessoas que estivessem sempre perto dele. Mas agora, ele precisava que as pessoas o deixassem sozinho. Finalmente ele decidiu que se ficasse, iria enfraquecer. Teve que partir, tal qual o livro, Ghost Rider, fala. Pegou sua moto e partiu para encontrar o que quer que ele estava precisando encontrar. Foi difícil, porém uma grande coisa a se fazer. Apenas pilotou e refletiu. Apenas viu a estrada a sua frente, o que o deixava distraído até encontrar alguma cidade no fim do dia. Ia pra cama e levantava toda hora, noite após noite. Finalmente conheceu sua esposa, Carrie.

Enfim, pensamos sobre reunir novamente a banda. Não queriamos que fosse algo forçado, por isso ligamos para Neil e perguntamos o que ele achava. Ele disse que não sabia se conseguiria, mas talvez iria tentar. Geddy e eu estávamos convencidos que a banda estava acabada. Começamos a pensar sobre nos desfazermos dos nossos equipamentos, que ficaram estocados durante todo esse período. Achávamos que nunca desembalaríamos as coisas novamente. Mas Neil quis tentar e levamos 14 meses trabalhando no Vapor Trails, opondo-se aos quatro ou cinco meses que ele geralmente levaria para nós.


OG: E agora o Rush está de volta ao estúdio gravando material inédito. O processo de composições e gravação mudou com o passar dos anos?

Alex: Às vezes escrevemos nosso próprio material, uma maneira mais divertida de mostrarmos o que fizemos uns aos outros, vendo o que acontece. Você não sabe onde a música vai chegar, e eu ainda pego a guitarra de maneira que não pegava em cinco, seis anos. É realmente empolgante. Nos tranformamos em garotos novamente.

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